Dias agitados em Alfredo de Castilho depois da vitória do Noroeste sobre a Penapolense (2 a 1), a primeira nesta Copa Paulista. Fim de jejum no sábado, entrada no G-4, e o início da tarde de segunda-feira anuncia a saída do técnico Vitor Hugo. A diretoria trabalhou rápido e 24 horas depois anunciou Tuca Guimarães — que não veio só, o que sinaliza novos tempos na maneira de trabalhar o futebol noroestino.
Sai Vitor Hugo, com todo seu traquejo, sua bagagem e amor ao Noroeste, mas também com um certo desgaste (leia mais abaixo), entra um novo perfil. Tuca Guimarães tem apenas 44 anos, construiu sua história como treinador no futsal e tem curta, mas significativa carreira no campo. No currículo, destacam-se as passagens pela base do São Paulo, a experiência na Série A do Brasileiro como interino do Figueirense e a passagem pela tradicional Portuguesa antes de, no Nacional, ganhar o título da Série A3 em 2017 — exatamente a meta noroestina para a próxima temporada.
O contrato assinado até o final da Série A3 sinaliza um projeto de médio prazo, como seria com Vitor Hugo. caso não houvesse essa interrupção. Que a diretoria dê suporte e tenha paciência nesse início de trabalho, que tem a Copa Paulista como meio e não fim — sempre reforçando que o título (e a vaga na Série D) seria um baita lucro, mas é algo para pensarmos se o clube for avançando. O importante é dar padrão de jogo para a equipe chegar voando em 2018. Outro sinal de novos tempos: com ele chega o analista de desempenho André Zacharias.
Tuca falou do novo desafio (áudio enviado pela assessoria do clube):
Novo auxiliar permanente
Nos moldes do que houve por muito tempo no São Paulo, com Milton Cruz, e recentemente com Fábio Carille, no Corinthians (antes de ser efetivado), o Noroeste criou o cargo de auxiliar técnico permanente. Para o posto, trouxe o ex-jogador Marcelo Santos, que conhece o clube como poucos, aposentou-se no Norusca e já morava em Bauru — atuando no futebol amador, inclusive. Conhecedor do vestiário noroestino, Marcelo pode ajudar a unir o grupo e manter um bom clima de trabalho, o que aparentemente foi estopim da decisão de Vitor Hugo.
O recado de Marcelo Santos:
A versão de Vitão
No comunicado da saída do treinador, a diretoria falou que ele pediu desligamento por não conseguir dar padrão ao time. Vitor Hugo, entretanto, falou ao Canhota 10 sobre o que o motivou a sair — um descontentamento com atleta(s) que estava(m) atrapalhando o ambiente:
“Nunca tive receio de não dar certo, porque sempre trabalhei muito pra atingir os objetivos. A partir do momento que você não tem força pra mudar algo dentro do grupo de atletas, que está tentando atrapalhar o seu trabalho, você tem que sair… E foi o que eu fiz!”
Seja pelo básico do Jornalismo, seja pela consideração à história de Vitor Hugo no Alvirrubro, o registro está feito. Agora é bola pra frente, sucesso pra ele, bom trabalho ao Tuca e avante, Noroeste.
Fotos: Bruno Freitas/Noroeste