(Direto da Panela) Que jogo, amigo, diria o poeta ao microfone. Na emoção, certamente. Quem foi à Panela de Pressão, mesmo a maioria que saiu com o gosto da derrota, não se arrependeu. Com o cronômetro marcando menos de dois segundos para o fim, a certeza da vitória após a épica cesta de três de Alex Garcia se transformou na perplexidade de ver Alexey anotar uma bandeja nessa pequena fração de tempo e decretar a vitória de Franca no segundo clássico desta temporada, por 65 a 64.
Desfeita a emoção, a constatação: o que se viu nessa quente noite de domingo está longe do que ainda veremos nos encontros entre essas duas equipes nesta temporada. O placar baixo do primeiro tempo comprova o déficit técnico do jogo: 28 a 25! Muitos erros dos dois lados e jogadores que deveriam ser protagonistas (como o agora francano Jefferson e o bauruense Anthony) tiveram atuação apagada.
Numa situação de maior entrosamento e com todos no mesmo nível físico, o Dragão não deverá depender tanto de Alex Garcia. O Brabo, em atuação monstruosa, carregou o time nas costas — principalmente porque Anthony ficou precocemente pendurado em faltas e ainda está aprendendo jogadas com Alex e o estreante Hettsheimeir.
No meio disso tudo, um saldo positivo: a atuação de Stefano. Com cada vez mais personalidade, o Boludinho tem encarado as defesas adversárias — o que foi aquela bandeja no último quarto?! Há semanas, na Live do Canhota (hoje tem!), o pessoal tem me perguntando sobre um reserva para Anthony. E venho falando: confiemos no argentino. Não se traz um garoto de outro país quando tinha 16 anos se não for para essa maturação trazer resultado. Chegou a hora da colheita.
Sobre os últimos instantes, épicos, vale ressaltar a frieza de Alex na bola de três e, principalmente, o fato de que ele foi do céu ao inferno e admitiu o erro no lance derradeiro, a cesta de Alexey. Entretanto, por mais que o basquete seja decidido assim, em um lance, a somatória do placar é que leva a esses momentos. E ficar sem pontuar nos primeiros três minutos do quarto período foi o que decretou a derrota bauruense.
Se alguém está preocupado com a derrota no clássico, é cedo, minha gente. Franca estava sem Léo Meindl e João Pedro, enquanto Bauru está em pré-temporada com a bola quicando, digamos assim. A medição de forças até aqui foi com a balança em desnível, isto é, ainda não conhecemos a real dos dois times. Porque Rafael Mineiro e Gruber jogam muito mais do que esses rascunhos que estiveram na Panela ontem, igualmente Jaú e Shilton podem ajudar muito mais do que o pouco que fizeram no clássico.
Abre aspas
A seguir, áudios de algumas entrevistas colhidas no pós-jogo.
Alex fala dos instantes finais e do momento do time:
Hettsheimeir comenta seu retorno e o confronto com o amigo Jefferson William:
Demétrius avalia a partida e avisa que há muito a fazer:
Jefferson: “Tenho uma história aqui que não dá pra apagar”
Numeralha
Alex Garcia: 28 pontos, 13 rebores, 5 assistências, 1 toco
Hettsheimeir: 8 pontos
Stefano: 7 pontos, 3 assistências
Renan Lenz: 6 pontos, 4 rebotes, 2 tocos
Anthony: 5 pontos
Maikão: 4 pontos, 5 rebotes
Isaac: 4 pontos, 2 rebotes, 2 assistências
Jaú: 2 pontos
Shilton: 3 rebotes