Como é sabido, a reunião do Conselho Deliberativo na última sexta-feira não rendeu muita coisa. Os poucos conselheiros que compareceram preferiram não se aprofundar nos documentos entregues pelo ex-vice-presidente Filipe Rino. Ele esteve no Complexo Damião Garcia, mas não pôde ficar para o encontro, a pedido do CD, que deu um voto de confiança à gestão de Anis Buzalaf. E só.
Se de forma oficial não houve debate entre Anis e Filipe, isso foi feito no sábado, na sede da Sangue Rubro. Buzalaf foi convidado a dar esclarecimentos na sede da torcida organizada — a primeira vez que um presidente pisa no local em 26 anos de história — e alguns torcedores avisaram Rino, que prontamente compareceu com seu “dossiê” em mãos.
Diante de mais de 30 pessoas, o clima ficou tenso. Trocaram acusações e impropérios. Segundo relatos, enquanto o presidente se enrolava nas palavras, o ex-vice mostrava papéis assinados e questionava valores. Buzalaf foi bombardeado de perguntas de torcedores, indignados com a situação atual do clube. Rino afirma que o jogo Oeste x Santos, no Alfredão, rendeu cerca de R$ 100 mil (e tem contrato para justificar as receitas: cadeira cativa, camarotes, bebidas); o mandatário alvirrubro diz que sobrou R$ 10 mil…
Anis Buzalaf estava acompanhado de uma pessoa que disse ser novo colaborador do clube, para atuar no marketing, que estava vestido com a camisa do Corinthians. Outro momento tenso do encontro foi quando torcedores questionaram a atuação de Edmar Donizete Silva, o Thilná, no clube. Também reclamaram do desencontro de afastar o treinador Carlos Alberto Seixas, mas mantê-lo como funcionário do clube. Diante dos presentes na sede da Sangue Rubro, Buzalaf se comprometeu a demitir os dois.
Em resumo, o presidente noroestino vive momento de descrédito e tem mesmo muito a explicar. E a Sangue Rubro escreveu um capítulo importante de sua história, principalmente porque, apesar da tensão, a paz reinou, Buzalaf ouviu muita coisa e teve a oportunidade de falar, dar sua versão dos fatos — não convincente para os presentes. Pelo bem no Noroeste, ele há de entender a relevância dessa tarde.