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Coluna da semana: Noroeste em busca do G-4

De passo em passo, o Noroeste vai caminhando de volta à Série A-1. Mas para isso se concretizar é preciso entrar bem na reta final. É disso que falo (e do Bauru Basket também) na coluna publicada na edição de 26 de março de 2012 no jornal BOM DIA Bauru.

2ª missão cumprida

A classificação antecipada para a próxima fase do Paulista Série A-2 foi a segunda missão cumprida pelo Noroeste nesta temporada. Afinal, não ser rebaixado era a primeira preocupação – logo afastada, pelo bom início, mas que chegou a ser uma hipótese forte quando não havia elenco montado a menos de dois meses do início do campeonato.

Agora, há mais uma missão na primeira fase antes de encarar a luta final por uma vaga na elite: ficar entre os quatro primeiros e garantir uma tabela melhor no quadrangular decisivo, com o último jogo disputado em casa. Faz uma diferença danada, ainda mais porque a expectativa de bom público é grande – pois já se parte de uma média recente na casa dos dois mil pagantes – para empurrar o Norusca. Golear o já rebaixado União São João em casa é a tarefa.

Números à parte, preocupa o Noroeste chegar previsível na hora da verdade. Corre muito no primeiro tempo, cria chances de gols – concretizando poucas – e cai de rendimento no segundo tempo. Foi assim também contra o Palmeiras B, anteontem. No fim das contas, o goleiro Nicolas é sempre exigido. Ainda bem que está numa fase brilhante.

Ataque encalhado
Uma pena que o time esteja falhando no ataque, apesar das inúmeras opções que o técnico Amauri Kenvitz tem. Para Velicka entrar no time, Leandro Oliveira (artilheiro da equipe) aproximou-se mais do centroavante. Isto é: atacante de ofício, titular, apenas um, Boka. E os que entram não têm agregado muito.
Diego tem sido o mais acionado recentemente, mas sua limitação física atrapalha seu rendimento. Roberto já teve chance, fez seus golzinhos, mas perdeu espaço até para Nena, recém-chegado que tem histórico recente de poucos gols na carreira. Romarinho, meia-atacante que se mexe muito, dá trabalho aos defensores, é o prata-da-casa pedido pela galera. Verdade seja dita: cisca bastante, tem potencial, mas também ficou devendo – e cansa no segundo tempo.
E onde estão Rafael Silva, Bruno Oliveira, Daniel Grando? Os dois primeiros chegaram com alarde e sumiram. E ninguém entendeu até hoje porque Grando ficou no elenco de 2012. E o baladado centroavante da seleção da Guatemala, Henry Lopes? Já está regularizado, quando vai para o jogo?
Claro que estou falando de alguma aposta nova no banco, alguém pra botar fogo nos 15 minutos finais de uma partida. Nenhuma revolução, apenas explorar melhor o numeroso elenco.

Gorduchinha 2014
É mesmo um simpático nome para a bola da próxima Copa do Mundo, o da Gorduchinha – apesar de achar a ideia de Caramuri, a fruta amazônica que é colhida a cada quatro anos, também sensacional. Mas o carisma de Osmar Santos, hoje artista plástico, porém eterno “animal” do rádio esportivo brasileiro, conta muito a favor. Quem quiser apoiar a campanha, o site oficial é gorduchinha2014.com.

Papo de basquete
O final de semana na Argentina, na disputa do torneio Interligas, valeu muito como bagagem para os jogadores do Itabom/Bauru. Os resultados eram a menor das preocupações do técnico Guerrinha – ainda mais porque quatro titulares estão fora, se recuperando fisicamente. “Um amistoso tem o peso de um mês de treinamento. Um torneio internacional, de uma temporada inteira!”, comentou recentemente o treinador.
Chamou a atenção a participação do ala norte-americano Nathan Thomas, recontratado às pressas para suprir as ausências de Fischer e Pilar. Pontuou bem contra os argentinos (11 pontos contra o Peñarol de Mar del Plata e 13 contra o Obras Sanitarias), ficou muitos minutos em quadra e vai tentando mostrar serviço para convencer Guerrinha a apostar nele na próxima temporada. Carisma e vontade, o gringo tem de sobra. Falta se encontrar taticamente, ter leitura de jogo. Trocando em miúdos, abandonar o estilo peladeiro.

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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