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Rodrigo Paschoalotto projeta Bauru campeão e ginásio para 2016

Em entrevista, Rodrigo Paschoalotto fala de estrutura para as próximas décadas do Bauru Basket e diz que novo ginásio está próximo

Ser campeão brasileiro na temporada 2014/2015. Nada menos do que isso é a ambição do Paschoalotto Bauru, depois de contratar jogadores do quilate de Alex Garcia (grande ídolo do poderoso Brasília) e Robert Day (ídolo do também forte Uberlândia). Um time que já contava com atletas com passagem pela Seleção Brasileira (Larry, Ricardo, Gui e Murilo) e que ainda deverá anunciar outro atleta que já defendeu o Brasil, segundo palavras de Rodrigo Paschoalotto, presidente da patrocinadora máster do Dragão — o homem que prometeu Alex Garcia (foto acima) durante a euforia do título paulista e cumpriu. O maior incentivador do basquete bauruense avaliou a parceria, comentou o atual momento e revelou que o sonho do novo ginásio municipal está próximo. Confira:

Balanço do patrocínio
“A satisfação foi muito grande. Mas, no nosso segmento financeiro, não agrega valor de venda, nenhum banco vai me passar mais trabalho por estar patrocinando o time de basquete. O grande motivo é pela comunidade, pela cidade de Bauru. Queremos colocar o time num cenário de vitórias. O primeiro ano foi de aprendizado, eu não entendia nada de basquete. Estudei bastante e, no segundo ano, já comecei a dar meus pitacos nas contratações. Este ano, mais ainda. A gente vai entrar num ciclo muito vitorioso. E as empresas parceiras estão satisfeitas. Praticamente todas devem renovar. Um ou outro pode mudar, pelo momento que cada empresa passa. Mas quanto mais mais patrocinadores e mais dinheiro tiver o time, mais forte fica o time.”

Paschoalotto/(sua marca)/Bauru
“A gente não tem vaidade nenhuma de dividir o nome do time. Qualquer empresa interessada em vir como copatrocinadora máster, estamos abertos. O time pode se chamar Paschoalotto mais o nome da outra empresa, não tem problema nenhum. O que estamos pensando é no time de Bauru. O que queremos é que, daqui 20 ou 30 anos, haja uma estrutura perene. Independentemente de quem esteja patrocinando. Como acontece com Franca, que há 50 anos tem basquete, seja com time mais forte ou mais fraco, mas nunca acaba. Nossa ideia é que daqui 20, 30 anos, a gente esteja lá só torcendo.”

Ambição
“A meta para esta temporada é ganhar tudo o que disputar. Estamos montando um time para isso. Mas, em especial, o NBB, queremos ser campeões brasileiros. Vamos trazer mais um jogador de nível de Seleção, não vai ser só para compor elenco.”

Apoio à base
“Posso dizer tranquilamente que, com a vinda do André Germano para cuidar das categorias de base, e toda a reestruturação que fizemos com preparação física, nutricionista, psicóloga, devemos ter a melhor estrutura de base do Brasil. Em dois ou três anos deveremos colher frutos. Isso vai ajudar a tornar o basquete de Bauru perene. Daqui cinco anos, conseguimos montar 70% do time pela base, o que acaba barateando o investimento.”

Guerrinha
“Na minha opinião, o Guerrinha é um dos melhores treinadores do Brasil, não tenho dúvida. É a primeira vez, desde que foi criada a Liga, que ele tem um time com padrão pra ser campeão. Acredito muito nele. Logicamente, todo mundo quer ganhar e vamos dar todo o suporte. Mas, quando se tem um time mais qualificado, se tem mais responsabilidade. O Guerrinha vai ter mais responsabilidade de vitórias e títulos, pois toda a comunidade vai querer isso. Com certeza, o último time que o Guerrinha vai dirigir na vida profissional dele vai ser Bauru. Se depender da gente, ele continua até 2030…”

Novo ginásio muncipal
“O projeto da arena de esportes está caminhando, estamos empenhados em fazer isso sair, tanto a Paschoalotto quanto a Assenag, que ajudará com o projeto, pois este custa caro. O secretário de esportes Roger e o prefeito Rodrigo têm se empenhado nisso. Acredito que em breve, em 2016, teremos uma arena para 5.000 pessoas. Com esse empenho, teremos isso via verba federal, como aconteceu com outras cidades. Está perto…”

COMITÊ GESTOR
Outra novidade para a próxima temporada do Bauru Basket é a criação do Comitê Gestor, um colegiado para tomar decisões e orientar a caminhada da Associação. Os membros são diretores e patrocinadores. Dessa união também surgiu o Código de Ética e Conduta, que todos os funcionários e colaboradores assumem o compromisso de cumprir.

“A Paschoalotto está auxiliando na profissionalização da Associação Bauru Basket. O Código de Ética será para todos os jogadores, todos os funcionários. É um manual de conduta ética e moral, o que é ou não aceito. Isso pode resultar até em rescisão de um contrato, por exemplo se um jogador agredir um torcedor. Não é o perfil de jogador que queremos. Queremos um time profissional dentro e fora da quadra. O Comitê Gestor já foi criado, ele quem vai fazer a gestão da Associação, para minimizar erros. Não é para tirar o poder de ninguém. É um colegiado para tomar decisões importantes, como contratar jogador, fazer investimentos, mudar técnico. No lugar de um decidir, quanto mais pessoas decidirem, a possibilidade de acerto é maior”, disse Rodrigo.

“A Associação tem um estatuto social, as pessoas eram eleitas para os cargos e tinham que tomar decisões de forma individualizada. Nossa ideia foi trazer as práticas de governança, criando um regimento interno e um comitê com oito a nove membros. O código pauta relações de atletas com imprensa, com arbitragem, comissão técnica… Todas as relações da Associação com outras partes. Vamos tomar decisões mais acertadas, de forma colegiada. Algumas delas deverão ser de forma unânime, outras por maioria absoluta, dependendo da importância do assunto. Por exemplo: recursos, endividamento, troca de técnico, por unanimidade; rescisão de contrato, por maioria. Porque hoje são essas pessoas que estão aqui, amanhã serão outras. Mas o esqueleto deixamos pronto, para perpetuar o negócio. O nome dos atletas que vieram, por envolver aumento de aporte, já passaram por esse comitê gestor”, detalhou Eric Garmes (foto ao lado), vice-presidente da Paschoalotto, redator do código e também otimista: “O título é a maior expectativa, mas acima de tudo exigiremos desse elenco muita dedicação, o melhor deles. Se o melhor for suficiente para o título, é o que buscamos.”

 

Eric e Rodrigo comemoram o título paulista entre os ex-presidentes Rodrigo Coube, Joaquim Figueiredo e Pedro Poli: exemplo de continuidade com renovação, agora ainda mais clara com o Comitê Gestor. Foto: Jair Orti
Eric e Rodrigo comemoram o título paulista entre os ex-presidentes Rodrigo Coube, Joaquim Figueiredo e Pedro Poli: exemplo de continuidade com renovação, agora ainda mais clara com o Comitê Gestor. Foto: Jair Orti

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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