Ele chegou com ótima credencial: melhor reboteiro do Campeonato Paulista, jogando pelo modesto São Bernardo. Em duas partidas disputadas por Bauru, no NBB, já é também o líder no fundamento: 12 rebotes por partida. A contratação de Pilar animou a torcida e ele tem correspondido.
Ala/pivô de 1,98m, veloz e bom arremessador, o camisa 17 do Itabom/Bauru conta ainda estar se adaptando ao time, pelo fato de não poder jogar o Paulista. “A adaptação está um pouco mais devagar do que poderia ser. Estou pegando intimidade com as pessoas ainda, foram poucos treinamentos”, comenta.
Há menos de um mês em Bauru, Pilar pouco conhece da Cidade Sem Limites. “Ainda estou arrumando a casa, cuidando da mudança. Conhecendo ainda, vendo o que as pessoas fazem, os lugares bacanas”, revela o universitário, que tenta concluir o curso de História. “Estudo há cinco anos, mas não consigo terminar. Começo numa cidade, troco de time, levo créditos para outra cidade, aí não valida todos, é difícil terminar… Mas eu gosto muito de estudar. Se eu terminar minha carreira faltando um ano para me formar, já está bom. O que vale mais é mudar o ambiente, integrar-me mais com a cidade. Ano que vem pretendo retomar a faculdade aqui em Bauru, aí vou me integrar não só com o time, mas com as pessoas da cidade”, projeta.
Sobre o treinador Guerrinha, com quem ainda não havia trabalhado, Pilar diz estar gostando dos métodos. “Ele cobra bastante, o treino é bem forte, estou gostando do trabalho dele. Faz pouco tempo, mas estou conhecendo o Guerrinha melhor e o time está numa fase tranquila, o que facilita”, avalia.
Sobre sua postura em quadra, pergunto o que acha do estilo agressivo e quase individualista de Larry Taylor atuar. O ala/pivô acredita que vai complementar o trabalho do norte-americano. “Joguei com o Marcelinho Huertas, no Paulistano, que chamava muito mais o jogo do que chama hoje. É um jogador que ficava a maior parte do tempo com a bola. E eu me dava muito bem com ele. Tanto fora quanto dentro da quadra. Ele jogava com velocidade e puxava muitos contra-ataques, características parecidas com as do Larry. Acho que vou me entrosar com o Larry, uma hora ele vai ter que arremessar e eu vou estar no rebote. Então, vou fazer o trabalho que for preciso”, avisa.
Polivalente, Pilar disse em sua apresentação que joga onde Guerrinha precisar, mas tem sua preferência. “De um ano para cá, estou mais acostumado a jogar na posição quatro – e acredito levar certa vantagem, porque eu sou veloz, tenho bom corte. No Brasil, não há muitos posições quatro que tenham velocidade de corte e infiltração, minhas maiores qualidades. Prefiro jogar na quatro e serei mais usado nessa posição. Só joguei na três quando o Alex estourou em faltas”, lembra. Mas, se precisar… “Jogo de três, de dois, estou pronto. Posso jogar em qualquer posição”.
Neste domingo (28/11), o camisa 17 fará sua estreia em Bauru, primeira partida do Itabom em casa no NBB, contra o Minas. Está ansioso. “Já conhecia o calor da torcida como adversário, agora quero saber como é estar a favor de Bauru, só quando eu estiver mesmo na quadra. Da arquibancanda [acompanhando os jogos do Paulista], não é a mesma coisa”. Boa sorte, Pilar!
Atualizado: a estreia de Pilar não foi das melhores. Derrota para o Minas (78 a 82), mas o torcedor pode ver de perto ser um jogador raçudo de muito potencial.