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Jefferson: “Tenho que ficar três anos parado pra perder a mira!”

Em fase final de recuperação do tornozelo, Jefferson conta sobre seu estágio de preparação. Confira entrevista exclusiva

Depois de perder a reta final da Liga das Américas e do NBB7, o ala-pivô Jefferson William está com o tornozelo zerado e maluco para voltar a atuar. Falta pouco. Com cautela e muito trabalho, o camisa 1 do Dragão se prepara para voltar a encantar a torcida com seu aproveitamento reboteiro e nos triplos. Confira o papo do guerreiro com o Canhota:

Jé, conta pra gente em que estágio está esse tornozelo.
Está superbem, graças a Deus. Já estou no quadra, correndo, pulando, fazendo tudo o que um jogador de basquete faz, mas com intensidade mediada. Agora começo a aumentar a intensidade do treino, porque tenho um déficit de força de uma panturrilha para a outra. Só posso voltar quando esse valor estiver em 11%. Estou correndo atrás e em duas semanas vou igualar isso e treinar com a equipe, mas sem contato ainda. E creio que em um mês estarei em quadra.

Clinicamente, ok, então. É mais uma questão de fortalecimento e ritmo?
O tendão está totalmente curado, mas ainda tenho esse déficit da panturrilha, que sustenta o tendão. Está dentro do padrão, até um pouco acima da média, segundo o médico. Mas tem que ter paciência e evoluir para não sair mais de quadra.

Nos chutes, a mira continua boa?
Ah… Isso não perdi ainda não! Tenho que ficar uns três anos parado pra perder… No arremesso não tenho dificuldades. Não vão ser quatro meses que vão tirar o que eu conquistei em 16 anos como profissional. Estou bem, feliz e vou voltar melhor do que antes.

E essa dupla oportunidade de realizar o sonho de qualquer profissional? Enfrentar o melhor da Europa e logo ali jogar no Madson Square Garden contra feras da NBA…
Eu perdi tanta coisa importante na temporada passada por conta da minha lesão… Perdi Liga das Américas, NBB, chance de convocação para o Pan-Americano. Mas, agora, vamos coroar o trabalho, pelo Intercontinental e depois entrando no grande palco da NBA. Já visitei lá, como turista, agora vou ter o prazer de jogar naquela quadra! Estou me preparando para estar 110% nesse momento, porque é uma oportunidade de saber se tenho condições de atuar nesse nível ou se estou abaixo desse nível. Nunca joguei contra jogadores de NBA ou europeus desse nível e agora quero ver em que nível estou.

Quando você chegou ano passado, já tinha muitos amigos, como o Murilo e o Ricardo. Sua adaptação nesse sentido foi bem rápida. Agora, coube a você estender o tapete para o Paulinho, que está conhecendo a cidade agora, aprendendo caminhos. É bacana contar com essa receptividade, né?
Eu e o Paulinho nunca jogamos juntos. Mas como ele é um ano mais novo do que eu, jogamos um contra o outro a vida inteira. É um amigo de infância, uma pessoa que admiro muito. Já passamos várias datas comemorativas juntos e temos um carinho grande um pelo outro. Fico feliz de poder ajudar um amigo, abrir a porta da minha casa. Ele ficou duas semanas em casa, foi um prazer muito grande. É para isso que servem os amigos. Se você quiser ir lá tomar um café também, está convidado!

 

Foto: Caio Casagrande/Bauru Basket

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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