Pode ser 3 a 0 ou 3 a 2 para o Flamengo, pode ser 3 a 1 para Bauru. Não é clichê, está realmente aberto. O Dragão cair diante do Basquete Cearense, nas quartas, seria uma zebra. Zebraça. Derrota do Rubro-negro para os bauruenses, mesmo sendo o campeão das Américas e favoritíssimo ao título do NBB 6, não será uma catástrofe. Somente os desavisados pensarão assim. Quem acompanha o basquete brasileiro sabe que Bauru é time de G-4, circunstancialmente terminou em oitavo. Dessa forma, vai dar trabalho. É inferior, claro — o elenco carioca é uma ignorância, a começar por Laprovittola — mas não há um oceano entre os dois elencos.
O certo é que vai ser do jeito que o basquete gosta: nervoso, pegado, emocionante. O Paschoalotto Bauru vai, no mínimo, deixar um recado de sua força. Só irá decepcionar se perder com apatia, o que parece improvável — não combina como sangue nos olhos dos últimos jogos. É possível ser varrido por 3 a 0 jogando bem. Não tem problema. Mas é possível também aprontar no Rio, como aconteceu em 2013 — vale a pena rever aquele jogo para lembrar como pararam Marquinhos! Se trouxer uma vitória do tour carioca, a Caverna do Dragão se encarrega de empurrar o time rumo a uma classificação histórica.
Resumindo, pode dar certo porque:
– Murilo é casca-grossa em playoff
– Fabian, a exemplo das finais do Paulista, tem crescido nessa hora decisiva
– Larry e Ricardo estão mantendo boa média de pontos
– Gui Deodato também vive boa fase e Andrezão, quando entra, não decepciona — a exemplo de Mathias, com seus toquinhos na hora certa
Falta um golinho para fechar essa conta de otimismo: Lucas Tischer voltar a vibrar, arregalar aquele olho rumo a cesta, atropelando quem estiver à sua frente. O Diabo Loiro pode mais. Conta com o apoio da galera para terminar bem essa temporada em que ajudou Bauru a voltar a ganhar um título.
Portanto, o Urubu é forte, mas carcaça de Dragão pode ser indigesta. Vai ser divertido.
Foto: Marco Aurélio/Fla Imagem