Como é sabido, o Bauru Basket divulgou nesta quinta uma lista de dispensas. Claro que os outros atletas que se desligaram (Andrezão, Tischer, Luquinha e Ayarza) merecem menção pelo suor derramado. Em breve a gente faz um balanço de suas passagens. Mas o capitão tem prioridade.
A comoção é maior, evidentemente. Fernando Fischer, que teve sua permanência pedida por boa parte da torcida na campanha #ficafischer, não defende mais o Dragão, time pelo qual jogou todas as edições do Novo Basquete Brasil. Com números expressivos na competição nacional:
164 partidas
29min em quadra por jogo
2.326 pontos marcados (média de 14,2)
45,7% de aproveitamento no chute de três, sua especialidade
83,5% nos lances livres
Isso sem contar os números em Campeonatos Paulistas e nos torneios internacionais, que infelizmente não têm histórico nos respectivos sites oficiais.
Em Bauru desde o início de 2009, o camisa 14 cresceu junto com o time, saindo da condição de mero coadjuvante nas competições até conquistar o troféu de campeão paulista de 2013, que ele teve a honra de erguer. Veio do modesto Guarujá, com 26 anos, depois de passagem pelo basquete suíço. Era conhecido somente pelos arremessos de fora, que fizeram a diferença por aqui, mas nesse período desenvolveu seu jogo.
À medida que evoluía, a cobrança aumentava sobre o Gatilho de Ouro. Jogou com dores muitas vezes e, em 2012, submeteu-se a uma primeira cirurgia no tornozelo direito. Voltou a tempo de disputar o Paulista, quando Bauru perdeu as semifinais para São José, ele foi criticado. Na ocasião, desabafou contra as críticas de alguns torcedores. Veio nova cirurgia, mais invasiva, maior tempo de recuperação, mas novamente Fischer conseguiu atuar no estadual e, desta vez, com elogios. Apesar de tornar-se reserva, contribuiu bem e deu a volta por cima em relação ao ano anterior.
No NBB6, entretanto, Fernando voltou a sentir o tornozelo, ausentou-se de algumas partidas e perdeu ritmo de jogo, minutos e caiu de produção. Até arrebentar no jogo 1 da série contra o Flamengo, no Rio, com 22 pontos. Sua última grande atuação. Agora, o ex-capitão negocia uma nova equipe e, certamente, será homenageado quando voltar a pisar na Panela. Ele que ainda conseguiu realizar, aqui, o sonho de jogar ao lado de seu irmão, Ricardo.
Desde o anúncio da saída, pipocam no Facebook manifestações de carinho e gratidão a Fischer. Uma história bacana que ele construiu por aqui, somada a seu carisma — sempre atendeu fãs com paciência e atenção.
Sucesso, capita.