Não imagino que o Paschoalotto Bauru tenha entrado em quadra nessa noite pensando no tabu de nunca ter vencido Brasília na capital federal. Tabu é bom para nós, da imprensa, lançarmos expectativa e como munição para papo de torcedor. Lá no calor do jogo, talvez nem Larry e Gui Deodato, que tentaram nas seis edições anteriores do NBB, estivessem pensando nisso. Era só mais uma (importante) vitória — 85 a 74 — nessa caminhada sólida dos guerreiros em busca da liderança da fase de classificação. Mas vale uma observação: agora, Alex Garcia está do outro lado. E o Brabo faz diferença.
Não foi uma partida brilhante, desta vez o aproveitamento dos tiros de fora foi menor, apesar das bolas decisivas nesse quesito. Mais uma vez, Rafael Hettsheimeir puxou a pontuação e Alex, pela primeira vez atuando em sua antiga casa, novamente deu show de eficiência, destacando-se em quatro fundamentos. Mas os oito jogadores que entraram em quadra deram sua contribuição, dividiram os minutos e garantiram mais um triunfo. A maratona longe de Bauru segue nesta quarta (22/jan), contra o Basquete Cearense, em Fortaleza, às 20h.
O JOGO
Depois de um começo lá e cá, com Brasília engrossando e fazendo valer o entusiasmo inicial de sua torcida, o Dragão logo tomou conta da partida. Hettsheimeir assumiu as ações ofensivas, em parceria com Ricardo e Gui, com duas bolas de três, finalizou muito bem o período em 26 a 19.
O segundo quarto foi de momentos distintos. Primeiro, Brasília colou no placar, ficando um pontinho atrás e provocando a reação bauruense de sua forma mais cruel: a sequência de bolas de fora, com Brabo, Jé e Hett. Num piscar de olhos, a vantagem estava construída novamente, os guerreiros conseguiram vencer outra parcial (25 a 20) e levar 14 pontos para o vestiário: 51 a 37.
Entretanto, a fatura não estava liquidada. Cipolini se impôs no garrafão, as bolinas de Giovannoni e Fred caíram, mas o Dragão fez o arroz com feijão no período, conquistando os pontinhos na área pintada e, curiosamente, nenhuma bola convertida do perímetro (0/7). Assim, minimizou o prejuízo, perdendo o quarto por apenas dois pontinhos (16 a 18) e mantendo bons 12 pontos para o sprint.
O período final foi parecido com o das últimas partidas: Bauru administrando a diferença. Quando os mandantes ameaçavam, a resposta era imediata. Nova derrota parcial (18 a 19), mas conduzida com tranquilidade, principalmente com bom aproveitamento de Ricardo. Vitória sem sobressaltos, 85 a 74, para manter a fuça do Dragão no retrovisor de Limeira.
ABRE ASPAS
“Já tinha jogado contra Brasília, mas aqui é uma emoção diferente. Foi estranho, às vezes eu via um ex-companheiro e lembrava que estava com outra camisa… Foi minha casa por sete anos e tenho carinho por essa torcida. Mas não pode aliviar, agora defendo o Paschoalotto e é assim que tem que ser”, disse o ex-candango Alex Garcia ao canal Sportv.
NUMERARALHA
Rafael Hettsheimeir: 23 pontos, 7 rebotes
Alex Garcia: 15 pontos, 6 rebotes, 7 assistências, 2 bolas roubadas
Jefferson William: 14 pontos, 8 rebotes
Ricardo Fischer: 9 pontos, 6 assistências
Larry Taylor: 8 pontos, 5 rebotes
Gui Deodato: 6 pontos
Murilo Becker: 6 pontos
Robert Day: 4 pontos, 3 rebotes, 5 bolas roubadas
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