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Análise do GP da Bélgica

Como foi a 12ª etapa do Mundial de F1, vencida por Vettel

Por Renato Diniz

O problema não é largar nas primeiras posições ou no fim do grid. A complicação está em largar no meio do pelotão. Esse ensinamento atribuído a Ayrton Senna (pelo menos segundo Galvão Bueno) não foi passado ao seu sobrinho Bruno Senna. Isso em Spa, onde a “reta” de largada é um curva, seguida de mais outra, é informação valiosa.

Logo em sua primeira corrida na Lotus-Renault, o brasileiro se atrapalhou e acertou em cheio Jaime Alguersuari, que, com toda razão, revoltou-se. Mas é o esporte. Bruno foi punido com uma parada nos boxes para trocar o bico e com uma passagem pelo mesmo local como punição dos comissários, capitaneados por Nigel Mansel.

O erro e o 13º lugar não apagam sua boa participação nos treinos e nem põem em risco seu retorno à principal categoria do automobilismo.

No pelotão da frente, Sebastian Vettel voltou a vencer depois três corridas “apenas” entre os cinco primeiros (Alemanha, Hungria e Inglaterra). A corrida foi marcada pela instabilidade dos pneus, já castigados na longa volta de classificação do sábado. Isso, somado ao recurso da asa móvel e ao fato de vários pilotos de equipes de ponta terem largado atrás, fez com que a corrida da Bélgica fosse intensa, com várias trocas de posição e de liderança: Alonso, Vettel, Webber e até Rosberg estiveram na ponta. Aliás, 40% do desempenho de Nico foi graças à sua largada.

Não foi só Bruno que errou. Hamilton exagerou na dose na briga por posições com Kobayashi e acabou levando a pior. Batida forte com direito a instantes de apreensão, já que Lewis não se mexia. Só um susto.

O domingo também não foi bom para Massa, que fez uma prova apagada. Mesmo que seu pneu não furasse nas últimas voltas, ele não passaria de um quinto lugar, atrás até da Mercedes, em tese mais fraca.

A grande atuação foi de Button e Schumacher (Alonso, talvez, pela agressividade e precisão). Os dois saíram do fim da fila para ficar no Top 5.

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O domínio da Red Bull é claro, mas não é tão grande. Sempre que vence, o carro da equipe dos energéticos crava de 5 a 10 segundos de vantagem para quem vem atrás – méritos de McLaren e Ferrari. Nada mal, mas num esporte como esse, uma saída de pista e um pneu mal trocado mudam tudo.

Renato Diniz é aluno do quarto ano de Jornalismo da Unesp de Bauru e comanda o Vanguardão, da rário Jovem Auri-Verde (760AM).
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Análise do GP da Alemanha de F1

Sem essa de título antecipado

Por Renato Diniz

O equilíbrio na disputa pela vitória em Nürburgring me faz bater novamente na tecla que venho pressionando há algum tempo: Vettel não é campeão antecipado. Estamos na metade do campeonato e (desculpem o clichê) muita coisa pode acontecer.
Além de Hamilton, o primeiro a cruzar a linha de chegada na Alemanha, Mark Webber e Fernando Alonso tiveram plenas condições de vencer. Mostra de que o trabalho das equipes no meio da temporada pode ser tão ou mais importante do que aquele do começo de ano.

Vettel teve problemas no seu carro e isso pode acontecer quantas vezes os deuses da Fórmula 1 quiserem. Ele tem como fortes adversários um bicampeão Alonso lutando pela sua honra diante dos espanhóis e ferraristas, um estabanado Hamilton tentando fugir da pecha de campeão decadente e um racional Button tentando provar que não venceu uma temporada só porque tinha o melhor carro.

Por falar nisso, Jenson é quem mais poderia ajudar Sebastian com algumas dicas. Em 2009, ano em que o inglês reinou na primeira metade da temporada com seu Brawn GP, foi preciso segurar as pontas com o crescimento visível da Red Bull sob comando de um alemãozinho atrevido, para chegar ao fim do ano com mais pontos.

Além dos três citados, Vettel também precisa conter dois pilotos sem aquela áurea de campeões, mas com muita vontade de se superar: Massa e Webber. O brasileiro deu trabalho no fim da corrida germânica e o australiano pode até chutar o balde, deixar pra lá a renovação de contrato com a equipe dos energéticos e pelo menos lutar por alguma coisa mais honrosa do que a função de escudeiro.

Enfim. Não digo que Vettel não será campeão. Mas ele vai precisar encarar todos esses adversários e, se vencer, virará um jovem bicampeão e um piloto completo.

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A Ferrari errou na última parada de Massa sim, mas não é perseguição.O prejudicado não foi o piloto brasileiro, mas Alonso, que lucraria mais alguns pontinhos de recuperação no campeonato caso Vettel permanecesse na quinta colocação. E, diga-se de passagem, nada garante que naquela volta final o atual campeão não fosse passar Felipe.

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Está cada vez mais interessante a disputa entre as equipes medianas. A pontuação mostra Mercedes e Lotus Renault na quarta e quinta posições do Mundial de Construtores com folga (78 e 66 pontos, respectivamente), mas Sauber (35) e Force India (20) têm dado trabalho às duas escuderias nos treinos e na pista.

Na briga, a Mercedes leva vantagem pelo trabalho de sua dupla. Mesmo que Schumacher ande atrás de Rosberg , sempre luta por pontos. Já as outras três têm contado com o bom trabalho de apenas um de seus pilotos: Petrov (Lotus), Kobayashi (Sauber) e Sutil (Force India).

@RenatoDiniz_ é estudante do quarto ano de Jornalismo da Unesp Bauru e atua na rádio Jovem Auri-Verde. Conheça seu blog

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Fórmula 1: emoção e polêmica em Mônaco

Emoção, polêmica e repetição

Por Luís Morais*

Não consigo me recordar de um GP de Mônaco tão naturalmente interessante. Quando se prevê um em clima seco, logo se pensa em corrida monótona. Hoje não. A diferença de estratégia no uso de pneus, a asa móvel e mais um Lewis Hamilton endiabrado transformaram a etapa na mais interessante do ano.

Vettel vence a segunda prova consecutiva mostrando dificuldades no final. A sua soberania no campeonato é ajudada sim pelo bom carro que tem, mas o fator piloto está contando também, e muito. Hoje a sorte veio junto. A bandeira vermelha no final possibilitou a troca de pneus – através de uma regra desconhecida e estranha – e com isso o alemão teve carro para escapar dos ataques de Alonso e Button. O inglês, aliás, fez uma bela corrida, agressivo como geralmente não costuma ser, e o terceiro lugar foi pouco para ele.

Destaque para (mais uma) boa prova de Kobayashi. O japonês é agressivo, mas ao mesmo tempo constante. E com um carro que gasta pouco pneu, trouxe a Sauber para o seu melhor resultado desde o retorno da equipe no ano passado. Quinto lugar, mas com gostinho de quero mais. Se não fosse o safety car, Webber não teria tempo para passar Kobayashi. Mas enfim, bela prova do ex-sushiman.

E um parágrafo para o grande destaque da prova: Lewis Hamilton. Começou tomando um passão de Schumacher no Grand Hairpin. Depois, se recuperou contra o alemão e foi fazendo outras ultrapassagens, até bater em Massa, na mesma Grand Hairpin. Achei que o inglês foi o maior culpado, mas Massa poderia ter aliviado um pouco. O ferrarista saiu pior do incidente e ficou no muro do túnel. E Hamilton depois aprontou pra cima do pobre Maldonado, tirando o melhor resultado da carreira do novato venezuelano – que vinha na sua segunda corrida consecutiva andando bem.

As bandeiras amarelas, por sinal, mudaram o rumo da prova. A primeira jogou Sutil e Kobayashi lá pra frente, e empurrou Buemi, Heidfeld e Barrichello uma volta atrás do pelotão que estavam. E a segunda, seguida de uma bandeira vermelha, esfriou a prova. Mas não deixou de tirar o brilho de um Grande Prêmio monegasco, que trouxe polêmicas quanto a condução agressiva dos pilotos e principalmente sobre as regras em bandeira vermelha. Entretanto, o vencedor foi o mesmo: Sebastian Vettel.

*Luís Morais é estudante do segundo ano de Jornalismo da Unesp/Bauru
siga-o no twitter: @luisfmorais