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Bauru na final do NBB 9: quem diria? Os números!

retranca-bauru-basketDe fato, e nem o mais otimista dos bauruenses negaria, estar na final do NBB 9 era uma possibilidade remota no galope desta temporada. Da incerteza do patrocínio à saída de importantes jogadores, passando por contusões e dificuldades financeiras, chegar à semifinal já havia sido uma façanha. Ironicamente, entretanto, o Gocil Bauru Basket apropriou-se da famosa frase atribuída ao Flamengo: deixaram chegar…

Caíram os atuais tetracampeões, Mogi (campeão paulista e sul-americano), Franca (grata surpresa no G-4). E coube ao próprio Dragão tirar outro elenco qualificado, Brasília, numa senhora virada nas quartas. E, de repente, o azarão virou favorito. O quinto colocado virou melhor campanha e ninguém tem Alex Garcia ou Jefferson William. Surpreendido no início da série contra o Pinheiros, Bauru recobrou toda sua experiência e se fortaleceu.

Diante de tudo isso, podemos sim soltar um “quem diria?” Mas só por um instante de orgulho pela superação desse time. Pelo osso roído por Shilton, pelo sacrifício de Valtinho, o crescimento de Léo Meindl e o estouro de Jaú.

No instante seguinte, a constatação: o Bauru Basket é gigante da modalidade não é de hoje! Conforme postei na fanpage, são NOVE FINAIS desde 2013 e top 4 em doze das treze últimas competições. Tudo isso com mudanças na diretoria, na comissão técnica, no elenco. Os nomes se alternam, a tradição se alicerça.

 

Tem mais: os números do NBB 9 também são significativos. MELHOR DEFESA, terceiro melhor ataque, segundo time reboteiro, quarto aproveitamento nos triplos, quarta melhor eficiência.

Ontem foi daqueles dias de o torcedor lavar a alma, orgulhar-se do peso que a camisa bauruense tem — que entortou o varal mesmo, porque, euforia à parte, o time jogou mal, amassou o aro no primeiro quarto… Ganhou porque sobra experiência — Alex vai para sua SÉTIMA FINAL em nove edições!

O Pinheiros acusou o golpe já no jogo 3, naquele segundo tempo desmoralizador. Foi às cordas no jogo 4, em casa, e chegou à Panela cambaleando. Apesar do placar apertado (venceu três quartos), não foi sombra daquele time que derrubou o Flamengo e assustou Bauru no início do playoff. Voltou a ser dependente de dois gringos devidamente anulados — o segredo da classificação, aliás.

Recompensa

Duas passagens resumem essa épica classificação. Quando o filho de Shilton chorou ao final do jogo 2 e o pai enfatizou que não havia nada perdido (aúdio do Shiltão neste texto aqui); e o abraço de Jefferson William em Valtinho. “Você é f…, jogou como eu sempre quis que jogasse, pois é merecedor”, algo assim disse o Jé ao Maestro. O camisa 9, com um currículo quilométrico, emocionado por ainda ter a oportunidade de viver (e converter) uma responsa daquelas, fazendo a bola do jogo. Com o acréscimo dramático de ter jogado no sacrifício, a coxa esquerda em frangalhos — que aliás coloca em dúvida sua participação na decisão, aguardemos os exames.

Bola de três de Valtinho colocou Bauru na final do NBB 9
Bola de três de Valtinho colocou Bauru na final do NBB 9

Segue o jogo…

Estou saindo da Panela e deparo-me com uma cena singela. Holloway, de chinelos, mas ainda de uniforme, acaricia um cachorro (dos muitos que perambulam pelo complexo noroestino) antes de entrar no ônibus. Dentro do cenário esportivo de guerra lúdica, ele foi o vilão, provocou e foi provocado. E até por isso esse baita jogador engrandeceu a série. Refeitos da adrenalina, seguimos em frente. E deixo aqui uma abraço ao pivô Mathias, o rei dos tocos, certamente triste pela derrota, por seu desempenho, mas sempre de cabeça erguida. No meio de tanta alegria, a torcida bauruense certamente reservou uma pontinha de carinho pela tristeza de um de seus egressos.

Final do NBB, agende-se

Se foi difícil contra o Pinheiros, espere por um adversário ainda mais qualificado, com jogo mais coletivo, uma molecada boa de bola, muito fôlego, muita marra (o duelo de nervos tem que envolver minar a falação de Gustavinho ao pé do ouvido da arbitragem). Abaixo, as datas. Bauru vai mandar jogos 3 e 5 (se necessário) em Araraquara ou Botucatu. A primeira leva vantagem pelo ginásio em si (o belo Gigantão), Botucatu pela logística. Já o Paulistano, se houver jogo 4, deverá indicar o ginásio Wlamir Marques, do Corinthians — ótima escolha (cerca de 6 mil lugares), pois o Ibirapuera seria um mico danado.

final-do-NBB-datas

Abre aspas

A seguir, áudios de algumas conversas no calor da classificação.

Dema:

 

Meindl:

 

Maestro Valter:

 

Alex Senhor NBB Garcia:

 

Fotos: Caio Casagrande/Bauru Basket

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Limitado a Holloway, Pinheiros é atropelado por Bauru

retranca-bauru-basketAté o fim do primeiro tempo, era o mesmo Pinheiros que vinha em ritmo forte desde que desclassificou o Flamengo e abriu 2 a 0 nesta série. Uma equipe iluminada, no embalo de Desmond Holloway. Defesa funcionando, provocando os (muitos) erros do Bauru Basket. O ataque fluindo, caía tudo — uma tijolada de Neto no estouro do cronômetro, inclusive. Durante o intervalo, com 12 pontos (34 a 46) no lombo, todos na Panela de Pressão se olhavam com fisionomia resignada.

A vaquinha parecia ter deitado. Imaginava o que Demétrius e seus colegas de comissão técnica tirariam da cartola para motivar um time a 20 minutos da eliminação. Houve bronca, conversa e motivação. Ouvi de mais de um deles que parecia ser preciso chegar ao fundo do poço naquela partida para ganhar impulso. E o que se viu depois foi uma atuação de gala, soberba, 60 pontos marcados, 31 sofridos e um convincente 94 a 77 para devolver o Pinheiros à realidade: longe de ser imbatível num playoff que segue em aberto.

Menos, Holloway

Nos dois últimos períodos, o Pinheiros perdeu aquela harmonia coletiva e voltou ao passado: a dependência de Holloway. O camisa 22 fez 13 dos 31 pontos de sua equipe no segundo tempo, sendo sete de lances livres. Isto é: mesmo ainda protagonizando, teve suas ações minadas pela defesa bauruense, que se revezou em faltas para limitar o endiabrado pinheirense. Endiabrado e abusado, pois mandou a torcida se calar, mas teve o gesto flagrado por Demétrius e a arbitragem mandou baixar a bola. O gringo ainda encontrou outro jeito de provocar, mas nada que um toco e mais tarde uma comemoração de Jefferson olhando nos olhos dele não diminuíssem esse ímpeto. O Dragão venceu também o jogo de nervos.

Jefferson: 31 pontos fora o baile
Jefferson: 31 pontos fora o baile

Valtinho foi essencial na marcação a Holloway, poupando Alex do estouro de faltas. O Maestro, ao lado de Léo Meindl, roubou bolas importantes e os contra-ataques fluíram. As bolas de fora também caíram e houve até troca de passes no melhor estilo Spurs para lembrar a todos que o elenco mais qualificado ainda pode justificar o favoritismo nesta semifinal. No sábado, a partir das 14h (com Band e Sportv), saberemos se o sonho do título continua.

Que o Bauru siga desejando a taça com a fome que Gabriel Jaú avança contra o aro. Poderia ser o LeBron no caminho, o moleque não temeria. Vai longe.

Abre aspas

A seguir, áudio de três personagens da noite.

Dema

 

Shiltão

 

 

 

Fotos: Caio Casagrande/Bauru Basket

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Bauru x Pinheiros, jogo 3: agora ou nunca

retranca-bauru-basketO Gocil Bauru Basket enfrenta mais um momento crucial nesta temporada que não para de ser desafiadora: ou vence o jogo 3 da série semifinal contra o Pinheiros ou dá adeus ao NBB 9. Tem condições de virar esse playoff? Totais. Afinal, o Dragão iniciou esta fase como favorito, melhor elenco entre os sobreviventes e ninguém esqueceu como se joga.

A questão é: o Pinheiros vive um momento iluminado, sobretudo Desmond Holloway, candidatíssimo a MVP. Está embalado, focado e ignora fator quadra ou superioridade adversária — haja visto ter deixado o Flamengo pelo caminho. Portanto, o técnico Demétrius terá que tirar o máximo da equipe, sobretudo defensivamente, para dar início a essa virada.

No jogo 2, Alex cometeu erros que não costuma, Jefferson foi menos decisivo, Jaú demorou a entrar — por outro lado, Maicão reapareceu. E Léo Meindl foi, disparado, quem mais lutou para evitar a derrota. Faz uma boa pós-temporada regular, o camisa 23. Para este jogo 3, Bauru terá que contabilizar poucas (ou nenhuma) má atuação para provocar o jogo 4 — sábado, às 14h, em São Paulo.

Sobre a confusão

O que houve nos segundos finais do último sábado já foi mais do que debatido nas redes sociais, já opinei no Informasom (da 94FM) e, pra ser bem sincero, é um desgaste que não me pega mais. Eu mantenho minha linha de respeito, disposto a ouvir e argumentar. Mas o nível sempre abaixa. Raramente falei de assuntos relacionados a torcida, assim como não comento arbitragem. As poucas vezes que me posicionei, só chateação. Para qualquer assunto daqui por diante, já cravo na pedra minha opinião: agressão física não se justifica, põe as pessoas em risco (crianças, principalmente), deixa o time sujeito a punições e pode afastar patrocinadores. Ponto.

No meu último texto, ainda alertei sobre a superlotação da Panela. Ainda bem que tiveram juízo nessas semifinais. Ou realmente alguém poderia ter se machucado — pois aquele setor do tumulto estava cheio de gente em pé, contra Brasília.

 

Foto: Caio Casagrande/Bauru Basket

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Bauru 2, Pinheiros 1: o planejamento e a semifinal

retranca-bauru-basketLá vou eu escrever com atraso. Ou não. Se o(a) leitor(a) considerar que não estou aqui para informar resultado ou descrever a partida e, sim, para refletir sobre o resultado, estamos sempre no timing. Sendo assim, a vitória do Gocil Bauru sobre o Pinheiros, por 95 a 88, significou mais do que a vaga na semifinal do Campeonato Paulista. Mostrou a aposta acertada do que aconteceu até aqui — molecada abrindo os trabalhos, roendo o osso mesmo antes de os adultos assumirem a bronca.

(Antes de seguir, um parêntese: o jogo 2 serve como um grande aviso, a queda de produção no último período, que definiu a vitória do Pinheiros, foi avassaladora e preocupante. Os guerreiros reagiram logo, não deixaram escapar a vaga, mas precisam conversar muito sobre os fatores que resultaram naquele desastroso período perdido por 34 a 10…)

Voltando. Quem acompanhou minhas recentes argumentações sabe que não vi problema no planejamento do time, que de fato jogou a molecada aos leões em boa parte da primeira fase do estadual — este texto resume bem. Respeito demais quem pense diferente, mas acredito que valeu tanto para os meninos do sub-19 aprenderem errando (a melhor forma de aprender), quanto para os adultos cuidarem da forma física pensando em toda a temporada.

No fim das contas, o time está aí, na semifinal, apesar da campanha cheia de derrotas — derrotas essas normais, as dos meninos. E perder um playoff daqui por diante independe do que foi feito até aqui, não serve de argumento se o título paulista não vier. Por quê? Porque o sétimo lugar acabou sendo benéfico, pois tirou Mogi das Cruzes do caminho antes da decisão. Ah, mas tem o duríssimo time de Franca agora. Tem. Mais uma ótima oportunidade de calejar o Dragão para as tantas batalhas que a temporada ainda reserva.

E vamos combinar que o título paulista é bacana de ganhar, mas não é prioridade. Goste o torcedor ou não, o recado da Associação é muito claro quanto a isso. O estadual é mesmo o ponto de sacrifício visando fôlego até o fim do NBB. Se vier, é lucro. E aí está a parte boa: Alex e companhia vão dar o sangue em quadra por esse lucro.

No mais, o Pinheiros se mostrou um grande adversário, é uma molecada valorosa. Pesou a maturidade bauruense para conduzir bem o terceiro jogo e fechar a série. Agora, é usar a experiência e ter cabeça fria para não cair na provocação francana — ou não provocar. Não interessa quem acende o pavio. Ninguém aguenta mais ver treta nas quadras de basquete. Que joguem bola, apenas.

Time faz a festa da classificação
Time faz a festa da classificação. Fotos: Caio Casagrande/13 Comunicação/Bauru Basket

ABRE ASPAS
Declarações pós-jogo 3 ao repórter Lucas Rocha (Jornada Esportiva/Auri-Verde):

“Depois da péssima atuação de sexta, ficamos remoendo aquela derrota, conversamos muito para evitar os erros de novo. Agora estamos evoluindo, crescendo e o time está de parabéns por hoje. Agora vem parada duríssima contra Franca”, disse o ala-pivô Jefferson William.

“Hoje jogamos realmente como equipe, como grupo, como jogamos até o terceiro quarto de anteontem. Minha preocupação era não oscilar muito dessa vez e conseguimos manter o controle o jogo inteiro. Foi um jogo muito físico e com o Pinheiros com bom aproveitamento, mas nossa defesa se comportou bem e conseguimos impor mais dificuldade a eles. Tudo isso é resultado de concentração e de realizar o que estava programado”, avaliou o técnico Demétrius.

NUMERALHA
Hett: 20 pontos, 9 rebotes, 2 assistências, 1 roubo, 1 toco
Jé: 20 pontos, 5 rebotes, 4 assistências
Roy: 15 pontos, 3 rebotes, 2 roubos em apenas 11min!
Maestro Valter: 13 pontos, 3 assistências, 2 roubos
Brabo: 9 pontos, 4 rebotes, 3 assistências, 3 roubos, 3 tocos!!!
Meindl: 8 pontos, 3 rebotes, 2 roubos
Eltink: 6 pontos, 2 rebotes
Jaú: 3 pontos, 1 rebote
Gui Santos: 1 ponto, 1 rebote
Shiltão: 2 rebotes, 4 faltas e poucos minutos

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Vôlei Bauru

Concilig Vôlei Bauru estreia mal no Campeonato Paulista

retranca-paulista-voleiDepois de uma pré-temporada com dois troféus — a Copa São Paulo (dentro de Osasco!) e a Copa Santiago Seguros —, o Concilig Vôlei Bauru criou boa expectativa para a estreia no Campeonato Paulista. O adversário, o Pinheiros, já havia sido batido (3 a 2, no torneio realizado na Panela), mas soube aproveitar o fator casa. Na capital, o ECP levou a melhor com categóricos 3 sets a 0 (parciais de 25 a 20, 25 a 19 e 25 a 20) em 1h26 de partida.

As principais pontuadoras bauruenses foram a ponteira Thaisinha, com 13 pontos, e a central A10. Pesaram bastante para o resultado negativo, segundo o técnico interino Fabiano Kwiek, os erros de recepção. “Nossa recepção ficou muito abaixo do que vínhamos jogando. As levantadoras não conseguiram o passe na mão em nenhum momento e pagamos o preço por falhar nesse fundamento. Já perdemos, o jogo não vai voltar, agora é pensar no São Caetano. Vamos voltar com outro espírito e outra cabeça”, disse ao repórter Chico José, da Auri-Verde 760AM/Jornada Esportiva.

Iniciaram a partida pelo Concilig: Juma (levantadora), Angélica e Valquiria (ponteiras), Dayse e Thaisinha (ponteiras), Mari Cassemiro (oposta), além da líbero Dani Terra. Lembrando que as dominicanas Brenda Castillo (líbero) e Prisilla Rivera (ponteira), recentemente anunciadas e importantes reforços, ainda não estão à disposição da equipe.

PRÓXIMOS JOGOS E INGRESSOS
Para apagar a má impressão da estreia, as gigantes terão os dois próximos compromissos no ginásio Panela de Pressão. Primeiro, recebem o São Caetano na terça (6/set), às 20h. Depois, no sábado (10/ago), às 19h. A venda de ingressos para essas  partidas começa na segunda, dia 5, na Concilig (Avenida Getúlio Vargas, 3-03), em horário comercial. Arquibancadas a R$ 15 e cadeiras a R$30— os três jogos em casa na primeira fase podem ser adquiridos por pacote: .  Haverá também a opção de pacote para os três jogos do Concilig em casa na primeira fase: arquibancadas a R$ 30 e cadeiras a R$ 60.

 

Foto: Marina Beppu/Vôlei Bauru