Quem vai ao Alfredão sabe que a cena ao lado é comum: o MARCÃO berrando, tal qual um treinador, a cada jogada. “Orienta” a defesa do Noroeste, incentiva cada ataque, é um incasável. Está sempre de olho nas coisas do Norusca. E dia desses, em férias, não pôde ver o jogo-treino contra o XV de Jaú e informou-se aqui no Canhota 10. Postou um comentário riquíssimo que autorizou que eu publicasse como depoimento, que vai logo abaixo dividido em tópicos. Agradeço ao Marcão pela audiência, num obrigado extensivo a todos os noroestinos que prestigiam esse espaço. As fotos desse post são do blog de outro alvirrubro dos bons, o Henrique Perazzi de Aquino – fica a dica: há sempre bons textos no Mafuá do HPA.
COPINHA
“Estou de férias no Guarujá e não pude ir ver o jogo contra os ‘fregueses’ [XV de Jaú], mas fui ver o fogo da molecada contra o Paraná [pela Copa SP] e fiquei com duas sensações bem distintas. Até tomarmos o gol de empate, éramos o Norusca ‘grande’ da Segundona; quando levamos o empate, passamos a ser o ‘minúsculo’ Maquininha Vermelha da Primeirona; até levarmos a virada, quando então voltamos a jogar com alegria, o que me leva a crer que mesmo sendo garotos de até 18 anos, não está havendo a “lavagem cerebral” de time vencedor. Faltou um pouco de ímpeto para nós fazermos o segundo gol, mas do outro lado estava um time várias vezes campeão paranaense, então, os garotos tentaram segurar a vitória simples. Foi um pecado. O time, com sobras, era o melhor do grupo.”
TIME PRINCIPAL
“Quanto ao Mizael, é um pecado falar que é um jogador limitado, sabendo-se que é um ala. O Noroeste não treina fundamento, fomos rebaixados por isso. O time não tinha saída de bola, os volantes eram somente de desarme e o único ‘meia’, o Ricardinho, sempre foi um segundo volante com um ótimo passe. Voltando de férias, conversarei pessoalmente com o Knevitz justamente a respeito do desastre de 2011.
Os três técnicos de 2011 alegaram que os ‘boleiros’ não gostam de treinar fundamentos, só que os três perderam o emprego. Telê Santana (enquanto vivo), Felipão, Luxemburgo, Leão… todos exigem treino de fundamentos com situação de jogo. Em Bauru, é bola parada a uma jarda da área, ou bola rolada para bater de primeira… O último a dar treino de alto nível foi o Comelli (exemplo: o goleiro adversário dá um balão, os volantes têm que matar e passar para o meia, esse corta um jogador parede e passa par ao atacante, que finaliza de primeira ou com um corte), fazendo exaustivamente. Me lembro em 2007, no jogo em Marília, quando tomamos um gol e perdemos um jogador defensivo, ele alterou de 4-4-2 para 3-5-1 sem alteração de banco, por treinar sempre a hipótiese de um zagueiro ou volante ser expulso. Empatamos o jogo para o delírio de nós, que estávamos no estádio.”
A-2
“Estou confiante na classificação entre os oito melhores, pois o técnico foi jogador, tem experiência e é atualizado. O grupo não tem nenhum “medalhão” e um fantástico “prêmio”, caso o Norusca suba, é jogar na primeira divisão. O que não ocorre quando estamos na Primeirona, quando, a partir da quinta rodada, os jogadores que teriam que assumir a responsabilidade estão mais preocupados com qual time vão jogar no segundo semestre – e o clube é totalmente prejudicado.”
DANIEL GRANDO
“Precisamos fazer uma campanha junto ao apaixonado noroestino para deixar de pegar no pé do Daniel Grando. É um ser humano como nós e já entra em campo sabendo que tem que jogar mais que o Pelé. O nervosismo aumenta e ele erra mais ainda e passamos a jogar com dez, sendo que ele tem experência de estádio cheio, torcida adversária e clube vencedor. Não rendeu bem no ano de 2011 pelo grupo ser muito limitado, tem que dar tranquilidade para que o jogador saiba que não é no primeiro ou segundo jogo que a torcida já vai pegar no pé… O intuito é único, a volta à Primeirona.”
CONFISSÃO
“Eu, como sou da velha guarda e vou assistir até o time de botão do Norusca [com Ewerton Armani], decidir campeonato, vou cometer uma blasfêmia, mas meu coração prefere o Norusca na Segundona. Somos time grande, a atração, a motivação do time adversário e ninguém quer ficar no quadrangular final na nossa chave – enquanto que na Primeirona somos eterno ioiô.”
NO MEIO DA GALERA
“Na minha agenda, vou assistir a 18 dos 19 jogos da primeira fase. Já comprei o passaporte dos jogos em Bauru. Sou sócio remido, posso sentar na coberta sem pagar até morrer, mas pago a mensalidade para ajudar o Norusca. Essa interação com a comunidade que falta para os bauruenses e ao esporte em geral.”