Categorias
Esportes

Homenagem a Ronaldo Fenômeno

Foto de Divulgação/Daniel Kfouri/Nike (inclusive home)

Como hoje (7/6/2011) ele se despede da Seleção, em grande festa no Pacaembu, republico texto que escrevi em homenagem ao Fenômeno quando ele anunciou a aposentadoria.

Fenômeno não precisa provar nada: sua carreira é brilhante

Quando eu escrevia para o Jornal do Pontal, da minha Ituiutaba-MG, Felipão, pelos idos de 2002, convocava a Seleção para amistosos antes da Copa. Aquela leva de jogos decisiva que cravou as vagas de Anderson Polga, Gilberto Silva e Kleberson. E… Ronaldo. Na ocasião, escrevi no título “Ele é mesmo um fenômeno”, ironizando como era possível um jogador em recuperação física, fora de forma, ser chamado para defender o Brasil num Mundial. A exemplo de muitos cronistas, quebrei a cara.

Depois que Ronaldo arrebendou na Coreia e no Japão, fazendo oito gols em sete jogos e trazendo o quinto caneco brasileiro, prometi nunca mais criticá-lo. Cravar seu fim? Jamais. Quando novamente teve problema no joelho, no Milan, novamente deram-no como acabado. Eu fiquei quieto, já calejado pelo poder de superação do dentuço. Dito e feito: ele foi para o Corinthians e arrebentou em 2009, ganhando Paulistão e Copa do Brasil.

Evidentemente (e visivelmente) acima do peso, mesmo assim o camisa 9 fez belos gols e desfilou seu talento pelos gramados brasileiros. Mas, tudo tem seu fim. E ele realmente se arrastava em campo nesse início de 2011. O corpo não obedecia mais. O próprio Ronaldo admitiu, ao portal do Estadão: “Não aguento mais. Eu queria continuar, mas não consigo. Penso uma jogada, mas não executo como quero. Tá na hora. Mas foi lindo pra caramba”.

Foi muito lindo. Desde seus primeiros passos (largos) no Cruzeiro. Da Holanda, chegavam vídeos com seus golaços pelo PSV. Em um centro maior, já foi possível assistir seus partidaços pelo Barcelona, a melhor fase de sua carreira. Na Inter, apesar das contusões, ganhou uma Copa da Uefa. O Real Madrid o comprou em novo auge, pós-Copa 2002, e ele já chegou marcando gols e ganhando Mundial de Clubes e Espanhol, brilhando ao lado do amigo Zidane.

No Milan, a curva da carreira começou a ficar descendente, mas não sem antes marcar alguns gols em sua curta passagem. Novo problema no joelho e a acolhida do Corinthians: a fiel abraçou o novo ídolo e foi muito feliz com ele. Mas não o perdoou com mais uma Libertadores perdida – culpa dessa burra obsessão pela América…

Todo mundo curtiu chamá-lo de gordo, fazer piadinhas prontas com a palavra peso, enfim, é saudável e faz parte do futebol. Mas, o momento é de reverenciar o maior ícone do futebol mundial nos últimos 15 anos. Nem Cristiano Ronaldo, nem Messi, afinal, eles são subproduto do Fenômeno. Sem o R9, não haveria superstars da bola. Isso começou com ele, com suas arrancadas fulminantes em campo e sua habilidade com a mídia fora dele. Nem Pelé foi tão habilidoso marqueteiro.

Obrigado, Ronaldo. Quem gosta de futebol deve esse agradecimento a você.