Categorias
Noroeste

Um noroestino em New Jersey

O conhecido alvirrubro Reynaldo Grillo esteve na estreia de Mano Menezes na Seleção e conta sua impressão do novo time brasileiro.

Mesmo a milhares de quilômetros de distância de Bauru, ele é o noroestino mais onipresente. Acompanha a transmissão dos jogos pela internet, envia e-mails para a imprensa – e em suas opiniões parece até enxergar o jogo -, interage com outros torcedores em mídias sociais. Desde que o Canhota 10 estreou, Reynaldo Grillo tem sido seu leitor mais assíduo. Nas linhas abaixo, ele troca de papel. Será lido. Relata o que viu da nova Seleção Brasileira, pois esteve in loco na partida de estreia de Mano Menezes, Ganso, Neymar e cia, em New Jersey. Grande abraço, Rey!

Reynaldo na porta do estádio: levando o Norusca sempre consigo

Por Reynaldo Grillo

Eu, como toda comunidade de brasileiros residentes aqui em New Jersey – e mesmo nos estados vizinhos – estávamos ansiosos para poder assistir ao jogo do Brasil contra os Estados Unidos. Sem dúvida, a principal razão seria a de podermos presenciar de perto a mudança prometida em relação ao nosso modo de jogar, após o fracasso da nossa Seleção na Copa da África. Ou seja, o técnico Mano Menezes pôr em campo o que há de melhor em atividade no futebol brasileiro, seja jogando no Brasil ou no exterior.

Minha maior vontade era poder ver de perto o tão badalado quarteto de meninos da Vila Belmiro. Enfim, chegou o dia tão esperado. E, para lá, eu e todos aqueles que aguardávamos esse grande momento nos dirigimos para o novíssimo estádio New Meadowlands, localizado na cidade de East Rutherford, aqui no estado de New Jersey. A título de esclarecimento, esse estádio pertence aos times de futebol americano Giants e Jets, ambos da cidade de New York – por falta de espaço lá, eles tiveram o seu estádio construído no lado de cá, no estado de New Jersey.

É um estádio bem moderno, com direito a uma estação de trem bem em frente. Que beleza! Com essa facilidade, eu pude chegar pegando um trem daqui da minha cidade e chegar até lá sem ter que encarar um tráfego pesado à tarde. Chegando lá, já dava pra perceber a predominância do verde e amarelo ao redor do estádio. O verde e amarelo não é só uma paixão dos brasileiros, é também daqueles que são fãs do futebol bonito que só o Brasil sabe fazer.

Entrei no estádio e já fui sentindo o clima que a torcida brasileira já fazia lá dentro… Sinceramente, é superemocionante! Antes do jogo, foi tocado o hino nacional brasileiro, que fez com que a nossa adrenalina fosse lá pra cima.

Começou o jogo e todos nós atentos e emocionados. A torcida fazendo aquela onda que girava todo o estádio, nos seus três anéis de arquibancadas. Mesmo o americano, que não está acostumado com esse tipo de comportamento, acabou se envolvendo com o clima brasileiro. E lá no gramado o Brasil jogando um futebol bonito e deixando toda a torcida num delírio sem igual.

O estádio tem a capacidade para 82.566 espectadores. Foi anunciado um publico de 77.000 durante o jogo. A maioria da torcida de brasileiros. Eu fui vestido com a camisa do glorioso Esporte Clube Noroeste. O interessante é que quando me dirigia para dentro do estádio, fui abordado por alguns bauruenses que vivem aqui nos Estados Unidos, tudo por causa da camisa do Norusca. Eles vinham me perguntar se eu era de Bauru. Inclusive um deles tem a família que vive nos Altos da Cidade, na rua Capitão Gomes Duarte.

Dá pra perceber o quanto a camisa do Norusca leva o nome de Bauru pra tudo quanto é canto. Vencemos o jogo por 2 a 0. A nova geração de jogadores preterida pelo Dunga fez bonito em campo e deixou todos nós brasileiros superfelizes. Afinal de contas, não é sempre que temos essa oportunidade de vê-los de perto. O que vimos em campo foi um time leve e ousado, junto com uma demonstração de falta de timidez. Sem dúvida, uma apresentação do futebol verdadeiro que tem feito a fama do nosso futebol-arte. Ao meu redor, ouvia várias opiniões a respeito desse time. Uns diziam que se o Dunga tivesse levado esse time para a Copa, a história seria outra. Outros comentavam “Que toque de bola!”, “Que zaga segura!”. Não tivemos moleza com os americanos, pois os mesmos evoluíram muito o seu futebol. A única incerteza entre muitos torcedores era a respeito do desconhecimento de muitos dos jogadores novatos. Não resta dúvida de que exibições e resultados ruins acontecerão. Isso faz parte do jogo.

Com o término dessa grande partida, voltamos pra casa com a esperança de que dessa vez estamos no caminho certo. Isto é, se o dirigentes da CBF não estiverem fazendo de conta que querem fazer a coisa certa em prol do futebol brasileiro. O tempo, com certeza, nos dirá.

Dentro do estádio: abordado por bauruenses

Com a bola rolando: Reynaldo se impressionou com a movimentação da molecada. Abaixo, zoom na foto destaca o posicionamento do quarteto ofensivo
O "3-1" do 4-2-3-1 de Mano: time ofensivo

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

4 respostas em “Um noroestino em New Jersey”

É isso ai,grande Reynaldo,sempre representando o nosso glorioso alvirubro.

Se tá no sangue,tá na sangue,é norusca centenário.

Reynaldo: Bela síntese. E parabens, além do texto, pelas fotos, montagem, etc.
abs. João Francisco

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *