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Fim da linha para a Locomotiva

Alvirrubro perde em casa e está eliminado da Copa Paulista; resta juntar os cacos para o Paulistão

Direto do Alfredão

Com um mês e meio de salário atrasado – segundo o próprio treinador Moisés Egert afirmou a Jota Martins, da 87FM – o XV de Piracicaba veio a Bauru num surpreendente e clássico 4-3-3. Isso mesmo: ponta-direita, centroavante e ponta-esquerda. Visitante pra lá de ousado, disposto a definir sua classificação para a terceira fase da Copa Paulista, matou o jogo logo aos nove minutos, suportou a pressão noroestina no segundo tempo e garantiu sua vaga. O Noroeste está eliminado e cumprirá tabela no próximo sábado, contra o Barueri – que venceu a Francana (1 a 0) e também se classificou. A partir de agora, são cerca de três meses até a estreia no Paulistão 2011, tempo suficiente para montar o elenco e prepará-lo para os dois grandes objetivos da próxima temporada: manter-se na elite e garantir a vaga na Série D.

O JOGO

1º tempo
Com clima agradável, a partida começa numa correria frenética, de uma intermediária a outra. Mas a primeira chance de gol ocorre apenas aos cinco minutos, por parte dos visitantes. O XV faz trama dentro da área e a bola sobra para Roni, que finaliza mal, de bico, para fora. Quatro minutos depois, o ofensivo e destemido Nhô Quim abre o placar. O ponta-direita Rogerinho desce em velocidade e cruza rasteiro para Fábio Santos, da marca do pênalti, fuzilar Yuri.

O Noroeste só responde aos 14. Gustavo Henrique faz a ultrapassagem pela esquerda e cruza; Diego cabeceia para fora. Aos 16, Marcus Vinícius tenta gol olímpico e Gilberto espalma. Dois minutos depois, Deivid leva sonora bronca de Luciano Dias, após chutar falta na barreira – com tanta gente esperando na área.

O XV volta a assustar aos 25, em cobrança de falta do canhoto Jordy, que obriga Yuri a se esticar no ângulo direito. A essa altura, o panorama do jogo é de lançamentos longos – e equivocados – por parte do Norusca e contra-ataques envolventes do time alvinegro, até com certa firula. Aos 29, em uma dessas tramas, Marcos Silva chuta de longe e a bola passa rente ao travessão.

Aos 34 minutos, é possível afirmar tranquilamente que o XV bota o Noroeste na roda. Marcos Silva manda no meio, Rogerinho apavora pela direita e o centroavante Fábio Santos se impõe fisicamente sobre a dupla de zaga. Luciano Dias, a exemplo do que faz Guerrinha no basquete, lamenta com o banco de reservas, em tom didático, cada lance equivocado de seus jogadores.

Marcus Vinícius, em chute da intermediária, quase empata aos 38: a bola passa à direita de Gilberto. O Alvirrubro volta a incomodar nos minutos finais, inclusive pedindo pênalti inexistente – para pressionar o árbitro, que tem má atuação, invertendo faltas a favor do XV. Por ingenuidade – ou fé na legalidade – não gosto de pensar em favorecimento. Só posso afirmar que o XV contou com erros da arbitragem nos dois jogos contra o Noroeste (na ida, pênalti inventado pelo bandeira Vicente Romano; na volta, faltas invertidas, permissividade a cera e gol alvirrubro anulado).

Intervalo
Ao microfone de Thiago Navarro, do Jornada Esportiva, Diego assume ter ficado devendo: “Errei a conclusão de duas jogadas”. Já o goleiro Yuri diagnostica: “Temos que ter a cabeça fria e criar um pouco mais”.

2º tempo
Precisando da vitória, o Noroeste chega logo aos 40 segundos, com bom chute de Gustavo Henrique, por cima. Dominante em campo, o Alvirrubro volta a incomodar aos 11, novamente com o camisa 6 pela esquerda, que cruza forte e Rafael Aidar, de carrinho, finaliza para fora.

O Norusca segue com mais posse de bola, mas sem conseguir acertar os passes decisivos. Aos 20, Diego, saindo muito da área, sente a coxa esquerda – que o incomodou no jogo de ida contra a Francana – e pede para sair. Paulo Roberto, homem de área, é incentivado por Luciano Dias. Logo após a terceira substituição, Marcelinho sente cãimbras e parte para o sacrifício – ele não estava no melhor de sua forma.

Aos 27 minutos, o capricho dos deuses da bola. Rafael Aidar desce em velocidade pela direita e carimba o travessão. Na sequência da jogada, Paulo Roberto finaliza rasteiro e a zaga afasta. No minuto seguinte, o susto: Marcos Silva cobra falta no ângulo, do lado de fora da rede.

O sangue rubro esquenta aos 30. Pilhada com a duvidosa atuação da arbitragem, a torcida – com a faixa exposta de cabeça para baixo – não acredita quando vê o gol anulado de Leleco, supostamente impedido. Dois minutos à frente, o assistente deixa o jogo correr em posição duvidosa de Fábio Santos; Yuri, como de costume, opera milagre aos pés do atacante adversário.

Leleco, agora claramente em condição legal, perde gol impressionate aos 35: Gustavo vai à linha de fundo e o camisa 18, sem pulo, carimba a trave esquerda. O goleiro Gilberto se contunde no lance e valoriza o tempo antes de ser substituído por Leandro.

A essa altura, o ofensivo XV já lembra a mais retrancada formação suíça. Aos 40, Paulo Roberto faz o giro na pequena área e o goleiro reserva abafa, a queima-roupa. Aos 43, Marcus Vinícius, no auge de seus 20 anos de idade, está pregado – e o time prefere insistir na armação com ele a lançar a bola na área. Somente depois que o preparador de goleiros Bira berra para Yuri orientar a defesa é que o Noroeste tenta o abafa, lançando bolas à área – sem sucesso. Após o apito final, todo o time do XV vai cumprimentar o trio de arbitragem.

Fim de jogo
Rafael Aidar diz ao Jornada que o momento é de erguer a cabeça. “A vida continua, o Noroeste continua”, filosofa o camisa 11. “A gente sabia que a pressão seria grande, por termos conseguido o acesso. Agora temos que sair com dignidade, fazer um bom jogo em Barueri”, concluiu o goleiro Yuri.

O capitão Hernani assumiu a bronca em nome do time e foi à sala de imprensa, ainda de uniforme, lamentar a eliminação. Depois, foi a vez de Luciano Dias, que destacou a luta do time. “Na vida, nem sempre a gente ganha. Mas houve entrega. Orientei os jogadores para não relaxarem para o próximo jogo, que vale como observação para o nosso trabalho visando o Campeonato Paulista”, disse, não sem antes se irritar com a palavra LABORATÓRIO, enfatizada por ele mesmo semanas atrás.

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

6 respostas em “Fim da linha para a Locomotiva”

É o sonho da Copa Paulista acabou, mas convenhamos, nossa equipe não fez NADA para que ele se realizasse. Time retrancado quando deveria atacar, técnico teimoso…enfim e quando a equipe tenta a bola não entra, o juiz anula o gol, é não era a noite da nossa Maquininha Vermelha. Agora é pensar no Paulistão 2011 e se reformular, Luciano Dias não dá né….fraco demais pra Copa Paulista imagine pra A1. E acho que do elenco atual são poucos que mercem ficar….

Até 2011 Norusca!!!

Segundo semestre = porcaria !
VERGONHA DE TER PERDIDO EM CASA PARA TIMES DE TERCEIRA DIVISAO ! FORA LUCIANO DIAS !

Desligou-se o balão de oxigenio, acabou para o Noroeste a “Copinha”.
Porem agora deverá haver uma profissionalização tanto dos administradores do Clube como de todos os envolvidos em torno do Clube, para que tenhamos novamente a formação da equipe de base para voltarmos a formar atletas com qualidade e consequentemente trazer frutos financeiros ao clube.
E nescessáriamente montar uma equipe competente para voltar a ser o Noroeste que anos anteriores principalmente na era Celso Zinsly, onde a competencia era maior, mas para isso gasta-se dinheiro, mas que seja bem empregado.
Porem ao meu ver sem a ajuda de seu filho Fernando que por sua estada no Noroeste foi época marcante para o desequilibrio, tendo sua marca como a mais negativa no cenário futebolistico de Bauru.
Competencia na hora de contratar tanto na gerencia como nos atletas, capacitados e não sucateados ou com problemas físicos.
É hora de olharmos para frente e com responsabilidade.
Futebol da dinheiro sim, mas somente quando abordado com inteligencia e responsabilidade.
Pessoas realmente que de valor ao clube e a camisa e não só ao dinheiro.
O Noroestino é fanatico, 100 anos de história não é para todos os clubes, quando houver competencia com certesa o torcedor irá ao estádio, mas não para ver marionetes e sim um espetáculo de futebol.

Concordo com as opinioes mencionadas ate aqui…Na verdade nenhum dos responsaveis pelo Noroeste estavam demonstrando muito interese em alcancar a disputa da Copa Brasil. O time e fraco e alem de tudo mal treinado.

Sim, somos tão fregueses que no caipiródromo de vocês, em 2004, iniciamos a heroica escalada rumo a Série A-1! Por favor, comente só depois que o seu time estiver na primeira divisão, não quero perder o meu tempo!

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