Por Márcio F. Martinele
estudante de jornalismo da USC
Ouço todos os dias na imprensa esportiva comentaristas dizerem, há pelo menos dois anos, a seguinte frase: “A volta de nossos craques faz bem ao futebol brasileiro”. Realmente acredito que isso seja verdade, afinal, o público quer ver o futebol fino que lota estádios e arranca aplausos. Mas até que ponto isso “faz bem”? Até que ponto a imprensa e os clubes se humilham para ter um gênio entre os onze?
O time do Santos em 2010 contou com a volta do eterno ídolo alvinegro Robinho, que foi importante na conquista da Copa do Brasil e do Campeonato Paulista, embora particularmente eu considere que ele foi só a cereja de um bolo muito bom. O salário do jogador ultrapassava a casa de R$ 1,2 milhão e, um semestre depois, foi embora.
Roberto Carlos ainda joga em um nível muito alto e Ronaldo Fenômeno… Bom, continua fenomenal, embora jogando poucas partidas. Ambos juntos somam mais de R$ 2 milhões por mês ao Corinthians.
Sim, eu sei que a bola da vez é o “marketing”. Qualquer coisa é só acionar o departamento de marketing que tudo se resolve, como se fosse fácil convencer três ou quatro multinacionais a pagar os salários desses craques. Em resumo, eu não acredito nessa balela de que o marketing paga todo o prejuízo.
Voltando ao contexto, Adriano é outro caso que regressou, festou, foi artilheiro e, como Robinho, foi embora. Seus vencimentos não eram nada baixos. E agora temos o “Gênio Perdido” ganhando uma fortuna mesmo depois de zombar com a cara do futebol brasileiro no mais atípico “Quem dá mais por mim aí?”.
Não sei o que há com o futebol brasileiro. Hoje, mais do que nunca, estamos nos rastejando diante de jogadores, ora consagrados, ora nem tanto, para que desfilem em nossos gramados. Os caras usam o país para jogar na Europa e fazer fortuna. Até aí, tudo bem, afinal, não é pecado ser ambicioso. O pecado é que depois, quando fracassam lá fora, voltam para casa para “voltar a ser feliz”, como se aqui fosse um resort. E nos usam novamente, ganhando o que não podemos pagar. E depois voltam pra Europa, de onde nunca queriam ter saído.
Os clubes brasileiros deveriam ter um pouco mais de dignidade e demonstrar quem é quem, assim como o Grêmio fez dizendo ao Gaúcho: “Chega, você não é tudo isso”. O princípio da democracia diz que é o governo quem deve temer o povo, e não o povo quem deve temer o governo. Já passou da hora de reeducarmos esses filhos superdotados que pensam ser independentes, mas não vivem sem samba no pé.
Foto: Roger Mayrink Goes/Vipcomm; na home: Mauricio Val/Vipcomm
3 respostas em “Brasil vitrine”
ronadinho eu sou seu fa muito fala eu ai eu estou vendo patrick
mone patrick
um dia vou jogar com vc