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Coluna da semana: a convocação de Larry

Texto também fala da faxina do elenco noroestino para a Copa Paulista

Publicado na edição de 20 de junho do jornal BOM DIA BAURU

Boa faxina alvirrubra

A lateral-esquerda tem tirado o sono dos torcedores do Noroeste. Neílton e Roque foram dois dos maus exemplos que antecederam o último camisa 6 cheio de vaias: Gleidson. Finalmente ele bateu asas, ao ser emprestado para o Paraná Clube. Volta para a Série A-2 em 2012. Ou não. Pode cair no gosto dos paranistas – ou de outro clube, caso se destaque – e até render uma graninha para o clube. Se retornar, poderá encontrar o bom Gustavo Henrique estabelecido na posição.

Vale lembrar que a eterna promessa Giovanni é lateral de origem – apesar de ter se fixado na meia, é opção. Há ainda o garoto Pedro, destaque da base que deverá aparecer nessa Copa Paulista. Portanto, Gleidson estava mesmo sobrando, dentro da promessa do clube de apostar nos jovens para formar o elenco do próximo ano.

Outro jogador criticado na campanha do rebaixamento e que seguia no clube, o zagueiro Matheus, também se foi. De boa passagem em 2009, o defensor poderia até se redimir do semestre desastroso. Mas, com a molecada que vem se firmando, não vai fazer falta. França e Marcelinho já acumulam bagagem com a camisa alvirrubra e comandarão o trio de zaga ao lado de Cris, por enquanto sobrevivente da faxina no elenco. Magrão e Jean também deverão atuar.

Alguns se preocupam com a ausência de um beque experiente para orientar os jovens. Em 2010, Bonfim, Geílson e Lello atuaram no setor e nem por isso o Noroeste foi menos vulnerável…

Já o meia Doda voltou a Bauru somente para assinar sua rescisão. Destaque do Treze, campeão paraibano, onde esteve emprestado após pequena (e ruim) participação na Série A-1, Doda teria que chegar para assumir a camisa 10 e comandar o time. Responsabilidade igual teve Cleverson na última Copa Paulista, que não convenceu.

O Noroeste, portanto, parece ter aprendido a lição e a princípio não repete os erros de temporadas anteriores: formar um elenco laboratório para aprovar poucos deles para o Paulista. Se é para testar, que o vestibular seja com os garotos. Pode não ganhar a Copinha, mas é melhor errar com os santos de casa do que esperar pelo milagre que nunca veio de fora.

Papo de basquete. De seleção!
Quando fico um dia longe da internet – e consequentemente, de notícias –, sinto-me um alienígena. Curtindo passeio familiar, só fui saber no sábado à noite que Douglas Nunes e Larry Taylor, do Itabom/Bauru, haviam sido convocados para a seleção brasileira. Quando li, fiquei arrepiado, feliz demais pelos jogadores e também por todos os envolvidos nessa vitória: diretoria do Bauru Basket, comissão técnica, torcedores.

O chamado de Douglas era esperado, a maioria da imprensa especializada, encantada com a ótima temporada do pivô, apostava nele. Já o nome de Larry surpreendeu e motivou muita discussão. Bons argumentos criticaram a presença de um estrangeiro, outros tantos validaram a convocação também com palavras bem colocadas.

De minha parte, deixando o fator bauruense de lado, não vejo problemas. Como não veria caso o futebolista sérvio Petkovic tivesse se naturalizado no início da década passada para defender a Amarelinha – ele cabia no time, mas já havia defendido a camisa de seu país nos anos 1990 (na época, a ex-Iugoslávia). A exemplo de Pet, um brasileiríssimo, Larry está envolvido com sua comunidade, fala o idioma e disputa campeonatos aqui, encantado torcedores brasileiros. Enquanto isso, Nenê já fala com sotaque, escorregando no português.

Mais: o norte-americano deseja defender o Brasil. Os pivôs Rafael Hettsheimeir e Augusto Lima, também na lista e pouco conhecidos por aqui, pediram dispensa ano passado, por “motivos particulares”. Apenas dois de muitos exemplos de brasileiros que se tornaram “estrangeiros” aos nossos olhos – mas que, a exemplo de Larry, são legitimamente passíveis de convocação. Ponto.

Por fim, na torcida para que a naturalização do Alinenígena se concretize, é bom constar que, se ele é brasileiro, ele é primeiro bauruense. Nós, que já contamos orgulhosos que Pelé deu seus primeiros chutes por aqui, podemos agora bater no peito e dizer: “O Larry é de Bauru!”.