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Vida após 11 de julho

O formando Danilo Dias Gatto inaugura o espaço destinado aos estudantes de Jornalismo. Participe você também!

por Danilo Dias Gatto

Até que eu tentei pensar em outro tema para este artigo. Sei lá, talvez a nova fornecedora de pneus da Fórmula 1, os bastidores dos grandes clubes brasileiros, os próximos confrontos do time de Bernardinho na Liga Mundial de vôlei… Mas não dá! Até o dia 11 de julho, data da grande finalíssima da Copa do Mundo, não há como escapar dos acontecimentos lá da África do Sul.

Muitos reclamam, especialmente aqueles que não apreciam tanto o futebol, da incessante cobertura midiática deste que é considerado o segundo maior evento esportivo do planeta, senão o primeiro, já que envolve apenas um esporte. Os Jogos Olímpicos, soberanos na proposta de unir povos em torno de modalidades praticadas nos cinco continentes, continuam a envolver o maior número de atletas, o maior número de nações participantes, o maior número de espectadores ao redor do planeta. Mas é a Copa que para o nosso país, que coloca os brasileiros em evidência na rede social que mais cresce globalmente – o Twitter – e que nos faz os melhores do mundo em algo considerado nobre.

Como acontece apenas em quadriênios, eu não poderia deixar de externar as minhas impressões desta edição do Mundial de futebol, a primeira em terras africanas: a primeira do Brasil sem o Ronaldo Fenômeno; a primeira da França, já eliminada, sem Zidane, nosso algoz; a primeira em que um anfitrião não se classifica para a segunda fase; a primeira em que a nossa Seleção se destaca mais pela defesa do que pelo ataque… Ah, a Copa do Mundo… O que será de nós, amantes do futebol, depois do seu término?

Acostumamos a ver três partidas por dia… Depois duas… O mata-mata… A decisão por pênaltis… E depois… Depois teremos que voltar a esperar incessantemente pelas quartas e domingos para ver o nosso time do coração entrar em campo em busca do topo da tabela do Brasileirão, que só revelará seu vencedor no final do ano…

Mas e a emblemática camisa canarinho? E os jogadores do nosso selecionado que nos parecem velhos conhecidos? E a saída mais cedo do trabalho? E as comemorações coletivas? O sonho do hexa? A música da Shakira? É… A eliminação do Brasil nas quartas não nos salvou da forte ressaca pós-Copa, a qual já nos acostumamos a enfrentar várias vezes! Mas vejamos pelo lado bom: o assunto Copa do Mundo não vai sair tão fácil dos holofotes, já que a próxima edição será realizada por aqui. Portanto, se você não gosta de futebol, prepare-se… A Copa do Mundo de 2014 já está aí!!!

Danilo Dias Gatto é estudante de Jornalismo da Unesp/Bauru e atualmente estagia na redação da Editora Alto Astral

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

3 respostas em “Vida após 11 de julho”

Olha, embora os horários de trabalho mudem e as horas de dispensa pelos jogos tenham de ser repostas – se um dia for patrão de alguém, serei compreensivo e irei liberar todo mundo do compromisso sem ressalvas? -, bate aquela vontade de torcer pela Seleção não somente pelo futebol em si, mas por toda a agitação que gera!
Com o Brasil fora das semifinais, perde um pouco (bastante) a graça, embora seja talvez a melhor Copa que já tenha acompanhado até hoje…

Verdade Marcelão, preciso concordar contigo que a Copa perde um pouco a graça sem o Brasil… Por mais que não concordemos com a convocação feita pelo treinador, acompanhar a Seleção é uma sensação totalmente diferente, pois todo mundo torce pela mesma equipe (pelo menos a maioria, já que sempre tem aquele chato(a) que torce contra), algo que não vemos nas competições de clubes, que acabam desagregando amigos que torcem por times rivais… Quanto a edição deste ano do Mundial, eu achei uma das mais emocionantes e será ainda mais se o título for inédito para a equipe vencedora… Gostaria de assistir a uma re-edição da final de 74, desta vez com a equipe que veste laranja triunfando… E você, Marcelão, aposta em qual equipe? Eu acho que o BH vai torcer pela Espanha, digna de um título unicamente pela atuação do Villa…

Quando o selecionado perdeu para Holanda a impressão que tive nas ruas foi similar a um 11 de Setembro nos States. Agora, voltando ao 11 de Julho, minha opinião é a seguinte: Na copa a sociedade regurgita patriotismo!!
Pena que tanta brasilidade ocorra apenas de 4 em 4 anos.
Ah, se o espírito da Copa nos ocorresse todos os dias. Ah, se ele se fizesse presente na recusa à corrupção,vadiagem, prevaricações, violência, entre outros que nos dá de GOLEADA todos os dias.
A derrota nos entristece, sim, mas não é nada. É fruto da desportividade e da competição.
Pior, é a derrota de todos os dias, em que somos sufocados pela falsidade e pela semvergonhice deslavada dos nossos políticos. Agora o assunto é eleição. Deus queira que o povo absorva o espírito da Copa no momento de apertar a tecla verde da urna eletrônica. E tenho dito…
Prof. Pente (irmão do autor do texto)

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