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De novo, Vettel

O universitário Renato Diniz analisa o GP da Europa

Muito bom quando mais de um universitário ilustra a home do Canhota 10. O espaço está aberto, escancarado. O Renato já é um colaborador fixo, com a excelência de suas análises da Fórmula 1. Ao texto:

Pra boi dormir

Por Renato Diniz*

Corrida fraca no GP da Espanha 2, maliciosamente conhecido como GP da Europa. A pista permitiu poucas ultrapassagens – exceção feita a uma linda manobra de Alonso sobre Webber. Fosse o traçado valenciano um pouco mais estreito e teria punido algumas saídas de pistas de Webber e Vettel com uma raspada no muro. Não foi o caso e a corrida seguiu.

Apesar da vitória do incontestável Sebastian Vettel, não dá mais para desprezar a evolução da Ferrari, comandada por Fernando Alonso. Seu segundo lugar, com boa distância para Webber, mostra que aquela ideia de que a equipe dos touros vermelhos pode tirar uma soneca e ainda assim será campeã é historinha para boi dormir.

Felipe Massa vem sendo um bom largador e nada mais. As trapalhadas da Ferrari nos boxes não “aniquilaram” a corrida do brasileiro. Foram falhas sim, mas nada que tenha comprometido a já discreta corrida de Massa, que só não foi o último do G6 (duplas da McLaren, Ferraria e Red Bull) porque Button teve problemas no KERS.

Rubinho…
As estratégias um pouco mais ousadas de paradas para Jaime Alguersuari (Toro Rosso – duas paradas) e Sérgio Perez (Sauber – uma parada) deixaram Rubens Barrichello de fora da zona de pontuação. O mexicano, aliás, deixou para trás seu colega de equipe Kamui Kobayashi, a sensação da temporada.

Completo
Todo os carros completaram a corrida. Talvez tenha sido algo que contribui para deixar a corrida um pouco mais chata. Com tantos carros na pista, era mais fácil pegar tráfego de retardatários.

Vale mudar?
O que a Benetton de 1995, Ferrari de 2002 a 2004, Brawn GP de 2009 e a Red Bull atual têm em comum? Além da supremacia na pista, essas equipes tiveram  (e tem, no caso da RBR) que lidar com as mudanças de regras que a organização da Fórmula 1 impõe durante a temporada. É algo como “trocar pneu com o carro andando”, se bem que os pit stops da escuderia dos energéticos estão tão rápidos este ano que a frase já nem parece exagero mais.

Agora, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) decidiu alterar o regulamento dos motores e dos escapamentos, inibindo dois detalhes que supostamente favorecem a Red Bull. Não vai fazer efeito. É uma tentativa de impedir o mais justo: o melhor carro, guiado pelo melhor piloto lideram o campeonato e, ao que tudo indica, vencerão o mundial.

A Fórmula 1 está exagerando na dose. Sua organização foi extremamente feliz nas novas regras, que facilitam as ultrapassagens: já trouxeram a emoção de volta para as corridas. Agora quer a todo custo “impor” a emoção no campeonato, tentando nivelar as escuderias artificialmente. Já tivemos em temporadas anteriores corridas fracas e campeonatos emocionantes, decididos na última prova. Qual o problema se acontecer o inverso?

* Renato Diniz é estudante do quarto ano de Jornalismo da Unesp Bauru, atua na rádio Jovem Auri-Verde. Conheça seu blog

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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