Se o Pinheiros, altamente dependente de dois gringos, deu aquele trabalho danado, já era imaginável que contra o Paulistano, focado num jogo mais coletivo, seria ainda mais difícil para o Gocil Bauru. Sobretudo no acanhado ginásio do clube da capital, numa temporada em que finalmente ganhou engajamento de sua torcida.
Se havia alguma zona de conforto para os comandados de Gustavo de Conti era esse jogo 1, vencido por 82 a 78. Foi uma tarde muito ruim do Dragão, mas que deixou um importante recado, ao reagir no último período e 18 pontos de vantagem. Por pouco o jovem elenco alvirrubro deixa escapar a vitória. Sinal de que a experiência bauruense pode pesar sim no decorrer da série.
Sem Valtinho (contundido e lutando para estar no jogo 2) e com Gegê pendurado em faltas logo de cara, Demétrius não temeu colocar o jovem Stefano no jogo. A joia argentina atuou por 10min e permitiu que Gegê descansasse para ajudar nos minutos derradeiros (com dois triplos e toda sua experiência em finais).
Houve momentos também em que o treinador manteve um quinteto sem armador puro. Todo esse improviso forçado acabou por comprometer a atuação ofensiva do time. Some a isso o domínio do Paulistano no aproveitamento nos triplos (35% a 22%) e a atuação de gala do menino Yago e a derrota está explicada.
Para um time que virou contra Brasília, nas quartas, e Pinheiros, na semi, cada guerreiro sabe que ainda há muita bola pra quicar.
O jogo 2 acontece na próxima sexta (2/jun), na Panela, seguido do terceiro duelo em Araraquara, no domingo. Amanhã (28/mai), o Bauru Basket divulga a dinâmica da venda de ingressos.
Abre aspas
Declarações colhidas pelo repórter Lucas Rocha, da rádio Auri-Verde, na zona mista pós-jogo. Fica aqui, aliás, a solidariedade à equipe Jornada Esportiva, ao Rafa, por mais uma vez terem condições de trabalho precárias numa decisão — isso depois de, como sempre, roerem o osso durante toda a temporada.
“Não podemos deixar o ataque deles jogar confortável. Quando apertamos a defesa, melhoramos. Se tivéssemos um pouco mais de tranquilidade, poderíamos ter vencido o jogo”, diagnosticou o capitão Alex Garcia.
“Geralmente, quando a gente não joga bem no terceiro quarto, a gente não ganha. Temos que focar nos rebotes defensivos, em que não fomos bem hoje. A gente sabe do potencial ofensivo da nossa equipe e um time que quer ser campeão não pode tomar tantos pontos num quarto”, disse Léo Meindl.
“Demoramos pra entrar no jogo, cometemos muitos erros defensivos, principalmente no rebote. Mas precisamos analisar os dois lados: o que aconteceu para o Paulistano abrir e o que fizemos para recuperar e terminar o jogo de uma maneira mais digna”, avaliou o técnico Demétrius.
Numeralha
Meindl: 18 pontos, 8 rebotes
Alex: 18 pontos, 6 rebotes, 5 assistências
Jefferson: 18 pontos, 5 rebotes
Gegê: 9 pontos, 5 rebotes, 3 assistências, 2 roubos
Gui: 7 pontos, 3 rebotes
Shilton: 6 pontos, 4 rebotes
Jaú: 2 pontos, 7 rebotes
Fotos: Caio Casagrande/Bauru Basket