Categorias
Bauru Basket

“Aqui ninguém ganha no grito”

Guerrinha dá o recado. Visitantes vieram com marra, mas os guerreiros levaram a melhor

Larry supera Alex: foi mais um show do Alienígena (foto de Sérgio Domingues/HDR Photo/NBB)

Guerrinha dá o recado. Visitantes vieram com marra, mas os guerreiros levaram a melhor

Direto da Luso

“Aqui ninguém ganha no grito”. Dessa forma, Guerrinha resumiu a épica vitória do Itabom/Bauru, na manhã desse domingo (27/2), sobre Brasília, por 92 a 85.

A exemplo do que o Flamengo havia feito aqui no primeiro turno, o time de Brasília veio cheio de marra, pressionando arbitragem e exagerando nas provocações e sopapos dentro do garrafão. Mas Bauru respondeu à altura – até demais, diga-se: Pilar “deu no meio” de Nezinho, a certa altura do jogo, e Jeff deixou o cotovelo algumas vezes carimbado nos candangos. A seguir, a descrição deste jogaço.

Primeiro quarto
O começo não é nada fácil, com um sequência de três faltas técnicas a favor de Brasília – reclamações de Douglas Nunes, Guerrinha e Fischer. Passada a confusão – que vai parar na mesa, com torcedores e diretores enfurecidos -, Larry chama o jogo para si e não deixa Brasília disparar. Bauru fecha o quarto em 28 a 26.

Segundo quarto
O que parecia descontrole, era tática do time de deixar claro para a arbitragem que não engoliria marcações equivocadas passivamente. Explico: antes do início do quarto, o treinador diz aos jogadores para não reclamarem mais dos juízes, que já haviam passado o recado.

Mas os guerreiros recomeçam mal e Brasília faz dez pontos seguidos. A arbitragem segue polêmica, a ponto de a torcida esquecer o jogo e focar seus palavrões aos homens de preto. Larry descansa um pouco e Lucas entra ligado. O moleque ganha espaço a cada dia. É um carrapato na marcação. Apesar dele, o primeiro tempo termina com dez pontos de vantagem para Brasília (50 a 40).

Terceiro quarto
Brasília começa administrando sua vantagem. Bauru segue reclamando, Guerrinha chama a atenção de Douglas e o marrento pivô se irrita no banco, a ponto de não prestar atenção nas orientações do treinador. Enquanto Guerra fala, ele cospe tomate cru. Toda essa pilha tem efeito: na primeira bola, o camisa 13 mete de três. A partir daí, o time inicia uma sequência de contra-ataques e liquida a diferença do adversário.

O lance capital é de Lucas, que recebe de Fishcer após roubada de bola, infiltra, sofre a falta e converte dois pontos em bola chorada. O camisa 19 vibra muito (imagem na homepage – foto de Juliana Lobato/Agência Bom Dia). A síndrome do terceiro quarto vai para o espaço. Atuação impecável dos guerreiros e um ponto na frente (68 a 67).

Último quarto
Com muito calor, começa o período decisivo. E tenso: Larry é agredido no garrafão e logo Pilar dá resposta, mandando Nezinho nas placas de publicidade ao interceptar bandeja. Se a torcida já adora ver o camisa 23 se dar mal, imagine poder zoar a espirrada de Alex ao tentar enterrada: o ginásio vem abaixo! No contra-ataque, Jeff, na humildade, prefere não enterrar.

Em outra jogada empolgante, Larry se joga no chão para recuperar bola. É o sinal de que esse jogo é de Bauru, que gasta o tempo de bola no ataque até o cronômetro zerar. Que vitória!

“Prefiro jogar na Luso”
É o que Guerrinha me responde após eu perguntar sobre a Panela, uma realidade próxima de voltar. “Lá é Panela, aqui é caldeirão. Não podemos abrir mão disso, dessa pressão da torcida. Podemos jogar lá em partidas para maior público ou quando aqui não couber mais”, avisou. Guerrinha ainda disse ser impossível fazer qualquer prognóstico sobre as chances de Bauru no NBB, tamanho o equilíbrio do campeonato.

E quando perguntei sobre a marra de Brasília, ele cravou: “Aqui ninguém ganha no grito. A gente não deixa, a torcida não deixa. Ganha quem jogar o melhor basquete e foi o que a gente fez”. E bem feito.

Ah! Obviamente não tenho ouvido de X-Men. Os tempos de Guerrinha foram ouvidos acompanhando a frequência de retorno da transmissão do Jornada Esportiva.

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

3 respostas em ““Aqui ninguém ganha no grito””

Justiça seja feita. Tenho sido muito crítico em algumas jornadas com o técnico Guerrinha, mas tenho que admitir que ele foi perfeito no final de semana. Na sexta-feira, parou o jogo no momento exato do terceiro quarto, evitando a reação de Uberlândia. E ontem foi o mais lúcido ainda no primeiro quarto. Enquanto o time, a diretoria e a torcida estava revoltada com a arbitragem, o JG pediu tempo e chamou os jogadores dizendo, vamos esquecer a arbitragem e nos focar no jogo. Além disso, deve ter acalmado a equipe nos vestiários durante o intervalo, pois convenhamos, o time foi espetacular no segundo tempo, além de buscar 10 pontos de diferença, conseguimos administrar a vantagem no último quarto. Um final de semana perfeito do nosso basquete. A eficiência demonstrada pelos titulares, e também pelo nosso revezamento faz com que a gente acredite numa surpresa agradável neste nacional.

Parabens pela otima materia Canhota 10, e tambem ao belo comentario do Rafael Antonio, realmente estas duas vitorias foram sensacionais, não podemos ficar quietos com esta arbitragem nos roubando.
Acredito muito em uma surpresa agradavel no NBB, se ninguem se lesionar podemos chegar na final com certeza, ninguem segura os Guerreiros e traremos este titulo de volta para Bauru.

Sensacional, Bauru esta de parabéns mesmo, nossa apesar de tantos “erros” da arbitragem e depois de estar perdendo por 10 pontos de diferença, os guerreiros mostraram que basquete se joga dentro da quadra com garra e basquete de qualidade. Quanto a erros de arbitragem e outras equipes, não vencem no grito.
Acredito sim no basquete Bauruense e vamos surpreender.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *