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Empate heroico do Norusca, no dia do aniversário de 103 anos

Uma partida com a cara da história centenária do Noroeste. No peito e na raça, sem nunca desistir, o Norusca foi buscar um empate, que já parecia improvável, em 1 a 1 com o Rio Preto, fora de casa. Se para a disputa da Copa Paulista foi um mau resultado, pois o time segue fora do G-4 do grupo 1, para festejar o aniversário alvirrubro foi de lavar a alma, com defesa de pênalti (santo Yuri!) e gol(aço de falta de Márcio Luiz) aos 47 do segundo tempo!

Com dois pontos atrás do Monte Azul e seis por disputar, a esperança está em secar novamente o adversário direto, que fez um ponto nos últimos seis, e bater a Francana em casa no próximo sábado. Na última rodada, torcer para a mesma Francana, que recebe o Monte Azul, e encarar um dificílimo jogo na casa do Linense — contando com o fato do Elefante, já classificado, jogar mais relaxado.

A comemorar, a possibilidade de o Norusca ter uma nova dupla de ataque, já que Cléberson e Zé Roni não têm rendido. O menino Aguiar entrou muito bem e Michel Neves, agora apto, pode muito bem fazer a função de meia-atacante.

O Noroeste empatou com o Jacaré com Yuri; Ruan, Marcos Aurélio, Magrão e Jorginho Paulista; Alex Bacci, Rafael Muçamba, Pedro (Josimar Jr) e Márcio Luiz; Cléberson (Aguiar) e Zé Roni (Michel Neves).

Homenagem
Pensei tanta coisa para celebrar os 103 anos do glorioso Norusca, perdi o “taime”, mas não pode passar em branco. Portanto, reproduzo o texto que escrevi para a edição de 1/set/2010 do jornal Bom Dia, em virtude do centenário — com algumas atualizações. Espero que gostem, inclusive quem já leu na ocasião.

GENÓTIPO E FENÓTIPO

Peço licença para falar do centenário Esporte Clube Noroeste. Licença porque não sou bauruense, não nasci de linhagem alvirrubra. Entretanto, recorde as aulas de biologia, caro leitor.

Genótipo é o conjunto de genes, de nossas características hereditárias, nosso código de barras. Por essa teoria, sou torcedor do Ituiutaba [atualmente Boa Esporte, em Varginha (!), na Série B nacional], natural que sou de cidade homônima, do Triângulo Mineiro. Entretanto, não passava de um time amador quando de lá saí, há quase 14 anos.

Voltemos à biologia. Fenótipo: o resultado da interação do código genético com o ambiente. É aí que meu coração ganhou o carimbo noroestino. Passou a pulsar no descompasso desse time errante, um ioiô que testa cardíacos com seu sobe-desce, da elite à segundona, do inferno ao céu – parêntese para a geografia: céu que nessas coordenadas do Centro-Oeste paulista é o melhor ambiente do voo a vela e endereço do mais belo pôr do sol que já vi.

A paixão pelo Noroeste, porém, não me pegou de súbito. A nova vida universitária me ocupava – estudante demora a interagir de verdade com a cidade, a comunidade, muitos vão embora sem comer o legítimo sanduíche e mal sabem o que há depois da Rodoviária.

A princípio, achava graça do nome da dupla de ataque: Petróleo e Tequila. Interessava-me mais torcer para que o clube retornasse à elite para ver grandes times de perto. Pé frio: em 1999, o Norusca caiu para a A-3. Enquanto o time vivia no limbo da Terceirona, eu estudei, namorei, formei-me jornalista, casei e finquei minha estaca por aqui. Hoje, arrependo-me de não ter estado ao lado do time naquelas horas difíceis, quando agonizava num sucateado Alfredo de Castilho, como um doente terminal. É nesses momentos que se forja o melhor dos torcedores.

Pelo menos, quando o Corinthians veio a Bauru para o retorno do clube à elite, em 2006, eu já não queria mais ver time grande. Grande era o Norusca! Já sentira o prazer de subir aos trancos e barrancos – sofrido como tem que ser – e até de ser campeão, na emblemática Copa FPF. Já estava contaminado, meu sangue era, de fato, rubro.

A partir dali, os heróis noroestinos ganharam herdeiros. Fabiano Paredão lembrou Amélio. Bonfim é tão longevo quanto Xandu. Marcelo Santos foi vigilante no lado esquerdo como Gualberto. O capitão Hernani honrou Lorico. Lenílson engraxaria as chuteiras de Ranulfo, mas por cinco meses triunfou pela meia-esquerda. Baroninho e Chico Spina teriam problemas em apostar corrida com Otacílio Neto pela ponta. Zé Carlos, o mais recente dos goleadores, foi guerreiro como Toninho na Série A-2 [de 2010].

Eu, como disse, não sou herdeiro de noroestino. Não assino Pavanello, Brandino, Grillo, Souto ou Perazzi. Mas já rasurei meu código de barras. E sou grato por ter sido acolhido por Bauru, berço desse glorioso time de futebol.
Atualizado: eu deveria ainda incluir tantos outros sobrenomes… Santos, Agrella, Mansano, Melleiro, Amâncio, Marinho, etc, etc…

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Noroeste traz bom empate de Mirassol e segue sonhando

Mesmo para um time que precisa muito pontuar, para continuar sonhando com uma vaga na segunda fase da Copa Paulista, o empate em 0 a 0 com o Mirassol foi um bom resultado para o Noroeste. Afinal, a partida foi fora de casa, contra o líder invicto da competição — que empatou pela segunda vez sete jogos e tem cinco vitórias. O mesmo Mirassol que passeou em Bauru no primeiro turno, vencendo por 3 a 1.

A manhã de domingo só não foi melhor porque o Monte Azul, em briga direta por vaga, empatou com o Rio Preto — a diferença segue de três pontos, faltando nove a disputar. No próximo domingo (1/set), às 10h, o Norusca tem novo desafio fora de casa, contra o Rio Preto — e o Monte Azul visita o Linense.

O jogo
Antes de a bola rolar, uma agradável execução do Hino Nacional em viola caipira. Quem inventou a lei de que não pode aplaudir o Hino nunca se emocionou na vida…

Apesar do placar zerado, a partida teve bons momentos. Aos 12, Márcio Luiz cobrou falta com perigo, rente à trave esquerda. Aos 14, o troco dos amarelos, em descida de Maurício que Yuri, em sua especialidade (o um contra um), impediu. Aos 24, David Dener recebeu cruzamento caprichado, mas cabeceou para fora.

No segundo tempo, já modificado, o Noroeste não teve o mesmo fôlego, sob o sol forte. Mesmo assim, criou duas vezes: Bruno Santos concluiu de cabeça escanteio cobrado por Douglas, aos 19, mas a zaga afastou. Aos 47, a chance de sair com a vitória foi desperdiçada por Márcio Luiz, que já não tinha pernas para concluir um contra-ataque. A única ofensiva perigosa dos donos da casa foi aos 23, quando Yuri espalmou chute cruzado de Ricardinho.

O Noroeste empatou jogando com Yuri; Ruan (Flávio), Marcos Aurélio, Magrão e Douglas; Alex Bacci, Rafael Muçamba, Jorginho Paulista (Pedro) e Márcio Luiz; Cléberson e Zé Roni (Bruno Santos).

Abre aspas*
“A gente sabe que dava para ir um pouquinho mais. Mas esse pontinho foi bem-vindo. Faltou um pouco mais de atenção, mas foi bom o resultado”, avaliou o atacante Cléberson.

“Tenho certeza de que daqui pra frente as coisas vão se encaminhar bem. O resultado está de bom tamanho, conseguimos pontuar”, comemorou o técnico Edinho Machado.

“Importante é o comprometimento, estamos vestindo a camisa do Noroeste com muito orgulho e vamos lutar até o fim. E gostaria de agradecer aos torcedores que têm nos apoiado”, destacou o volante Rafael Muçamba.

*Declarações ao microfone de Jota Martins (87FM/Jornada Esportiva)

Abnegados
Vale aqui o registro da presença de quatro noroestinos, integrantes da torcida Sangue Rubro. Pelo menos um alvirrubro acompanhou o Noroeste em suas andanças em 2013. E tem sido assim desde sempre, essa torcida está com o Norusca onde ele estiver.
Atualizado: bem me alertou Thiago Navarro, do JC, que foi a Criciúma e inclusive registrou os rubros que estiveram por lá — foram de van. Paixão sem limites de quilometragem, mesmo.

Com o Norusca, onde ele estiver. Foto: Cristiani Simão/Jornada Esportiva
Com o Norusca, onde ele estiver. Foto: Cristiani Simão/Jornada Esportiva
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Fabiano Larangeira sai sem cumprir promessas feitas ao Noroeste

O faro de muitos noroestinos alertava: era um aventureiro. Com discurso polido, ganhou elogios aqui e ali, afinal, o que não falta ao noroestino é esperança. Aos poucos, entretanto, a interrogação sobre a capacidade de investimento de Fabiano Larangeira só aumentava.

Vindo de um clube amador de Santa Catarina (Curitibanos), onde também ficou poucos meses, o empresário tinha discretíssimo histórico no mundo do futebol, como o Canhota 10 publicou na ocasião do acerto da parceria.

A promessa, em contrato, de injetar R$ 130 mil mensais no Noroeste, a princípio parecia clara de que o dinheiro era proveniente de Larangeira, com suporte de algum investidor. Somente semanas depois é que foi revelado que ele seria um “captador de recursos”. Sem receita, o presidente Anis Buzalaf topou a empreitada. E ambos se iludiram ao achar que trazer jogadores experientes e um ex-jogador de Seleção Brasileira (Josimar) para um cargo figurativo seria suficiente para seduzir o empresariado local.

O ex-gestor ainda ganhou tempo ao tentar se aproximar da torcida Sangue Rubro, ao visitar a sede e prometer entrevista coletiva bombástica, que nem traque foi. Presidente e conselheiros o demoveram de fazer acusações, que hoje já não se sabe se teriam cabimento. Na ocasião, pediu trégua às notícias negativas na imprensa. E prometeu contratar assessores de imprensa e jurídico, o que não aconteceu. Prometeu ainda colocar os R$ 130 mil no dia 10 de agosto, em vão.

Após mais uma paralisação de funcionários, Larangeira foi cobrado e pediu 15 dias para o dinheiro aparecer. Prazo que venceria na próxima semana. Sem saída, afrontou a inteligência dos noroestinos ao anunciar jogo amistoso contra um grande paulista para o dia 3 de setembro, data impossível para o calendário de Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo.

A gota d’água, dois dias após o sindicato dos atletas inspecionar as más condições de trabalho no complexo alvirrubro, deu-se nessa quinta-feira, quando o empresário agrediu o treinador Edinho Machado — segundo reportagem de Fábio Leopissi, da TV Tem, porque o técnico havia afastado jogadores trazidos pela cogestora FL Work and Sport.

Restou ao presidente Anis Buzalaf, apoiado pelo seu braço direito, o conselheiro Abel Abreu, e pelo presidente do Conselho Deliberativo, Toninho Rodrigues, desfazer o “contrato de captação de publicidade e outras avenças”, como consta no documento de distrato.

Depois de Larangeira…
Na coletiva, Abreu criticou o prefeito Rodrigo Agostinho por falta de ajuda e mencionou, equivocadamente, apoio de R$ 18 mil mensais da prefeitura ao Bauru Basket — na verdade, é o aluguel da Panela de Pressão, que diminui a dívida de IPTU do Noroeste; e o ginásio é usufruído por outras modalidades, como o vôlei feminino, além de sediar competições, como uma de tênis de mesa no último final de semana.

Já o presidente Anis Buzalaf avisou que estará na Batista de Carvalho no próximo sábado vendendo títulos de Torcedor Fidelidade. Ele acredita que Bauru tem capacidade de ter 4 mil torcedores contribuindo com R$ 50 mensais, o que seria bom, mas é uma utopia…

Enquanto isso…
O jornalista Rafael Antonio garante que há um grupo interessado em assumir o clube, desde que Anis Buzalaf renuncie à presidência. O mandatário acenou com essa possibilidade caso não surja dinheiro até o dia 30. Será?

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Noroeste: o fundo do poço não chega nunca

Quando parece quem não há nenhuma notícia negativa capaz de expor ainda mais a situação calamitosa do Noroeste — como a recente inspeção do sindicato dos jogadores profissionais —, vem mais um golpe no estômago… Segundo relataram os jornalistas Emerson Luiz, no site da 94FM, e Erlinton Goulart, em seu Futebol Bauru, funcionários do clube testemunharam uma agressão do gestor Fabiano Larangeira ao técnico Edinho Machado.

O empresário gaúcho já havia manifestado desejo de demitir o treinador, que foi bancado pelo presidente Anis Buzalaf. O motivo da agressão ainda não está claro. A reportagem do Jornal da Cidade apurou que haverá uma reunião entre o presidente, o gestor e o treinador para, provavelmente, descontinuar a parceria. “Por mim não teria dado os 15 dias que pediu o gestor. Já teria acabado com a parceria”, disse o presidente do Conselho Deliberativo, Toninho Rodrigues, ao Futebol Bauru, ressaltando que não tem a prerrogativa de afastar a FL Work and Sport, que cabe ao presidente Buzalaf.

Luz no fim do túnel?
A situação está insustentável. É preciso uma limpeza geral na gestão do clube, recomeçar do zero. Ao JC de ontem, o presidente afirmou que passa o bastão a quem encarar o desafio. No programa Giro Esportivo, da 87FM, o jornalista Rafael Antonio revelou que há sim um grupo interessado em assumir o clube, desde que a atual diretoria executiva saia — junto com a cogestora, claro. Coincidência ou não, ontem houve uma reunião entre o ex-presidente Toninho Gimenez (também mandatário interino na transição Damião-Anis), Toninho Rodrigues, Anis Buzalaf e o conselheiro Abel Abreu. Afirmaram ter sido um papo informal, mas é bom lembrar que Gimenez é quem costurava o acordo com o cantor Sorocaba, que chegou a cogitar investir no Alvirrubro. A conferir.

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Edinho Machado atribui permanência no Noroeste aos jogadores

Conforme relatei na crônica da primeira vitória noroestina nesta Copa Paulista, o técnico Edinho Machado está aliviado — ao apito final, palavrão de desabafo e aquela benzida básica.

Depois que saiu do vestiário, concedeu entrevista à imprensa, descontraído entre os jornalistas e mais ainda entre colegas do clube. Brincou, deu risada, estava solto, sem o peso dos cinco jogos sem vitória que antecederam os 2 a 0 sobre o Monte Azul.

Mantido no cargo pelo presidente Anis Buzalaf, a despeito do desejo do gestor Fabiano Larangeira, Edinho não economizou nas palavras durante a coletiva. Trazido pelo empresário gaúcho, hoje ele parece afastado de quem lhe confiou o cargo há algumas semanas. E deu o recado: quer melhores condições de trabalho para o grupo, que, garante, pediu sua permanência.

“Espero que esse jogo de hoje tenha sido um marco para o Noroeste. De maneira nenhuma pensei em sair, como disse a cogestora. Mesmo sem a mínima estrutura, ganhamos, os jogadores se empenharam. Eles estavam pedindo a minha permanência”, revelou.

Acompanhando a partida atrás do banco de reservas, pude perceber o diálogo entre Edinho e jogadores. Parece mesmo haver cumplicidade. Ele dá bronca, cobra posicionamento e é atendido. Sua demissão seria mesmo precipitada, levando em consideração o turbilhão de fatos negativos ao redor do elenco. Deixemos a turma trabalhar, eles são o menor dos problemas em Alfredo de Castilho.

E como têm que trabalhar: os próximos quatro jogos, sendo três fora de casa, serão difíceis. Apesar da euforia da primeira vitória, a situação noroestina ainda é incômoda na tábua de classificação da Copa Paulista.