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Noroeste

Parabéns, glorioso Norusca!

Reproduzo aqui texto publicado hoje (1/9) no jornal Bom Dia Bauru, que resume meu respeito e minha admiração pelo Esporte Clube Noroeste.

Genótipo e fenótipo

Peço licença para falar do centenário Esporte Clube Noroeste. Licença porque não sou bauruense, não nasci de linhagem alvirrubra. Entretanto, recorde as aulas de biologia, caro leitor.

Genótipo é o conjunto de genes, de nossas características hereditárias, nosso código de barras. Por essa teoria, sou torcedor do Ituiutaba (atualmente na Série C nacional), natural que sou de cidade homônima, do Triângulo Mineiro. Entretanto, não passava de um time amador quando de lá saí, há quase 14 anos.

Voltemos à biologia. Fenótipo: o resultado da interação do código genético com o ambiente. É aí que meu coração ganhou o carimbo noroestino. Passou a pulsar no descompasso desse time errante, um ioiô que testa cardíacos com seu sobe-desce, da elite à segundona, do inferno ao céu – parêntese para a geografia: céu que nessas coordenadas do Centro-Oeste paulista é o melhor ambiente do voo a vela e endereço do mais belo pôr do sol que já vi.

A paixão pelo Noroeste, porém, não me pegou de súbito. A nova vida universitária me ocupava – estudante demora a interagir de verdade com a cidade, a comunidade, muitos vão embora sem comer o legítimo sanduíche e mal sabem o que há depois da Rodoviária.

A princípio, achava graça do nome da dupla de ataque: Petróleo e Tequila. Interessava-me mais torcer para que o clube retornasse à elite para ver grandes times de perto. Pé frio: em 1999, o Norusca caiu para a A3. Enquanto o time vivia no limbo da Terceirona, eu estudei, namorei, formei-me jornalista, casei e finquei minha estaca por aqui. Hoje, arrependo-me de não ter estado ao lado do time naquelas horas difíceis, quando agonizava num sucateado Alfredo de Castilho, como um doente terminal. É nesses momentos que se forja o melhor dos torcedores.

Pelo menos, quando o Corinthians veio a Bauru para o retorno do clube à elite, em 2006, eu já não queria mais ver time grande. Grande era o Norusca! Já sentira o prazer de subir aos trancos e barrancos – sofrido como tem que ser – e até de ser campeão, na emblemática Copa FPF. Já estava contaminado, meu sangue era, de fato, rubro.

A partir dali, os heróis noroestinos ganharam herdeiros. Fabiano Paredão lembrou Amélio. Bonfim é tão longevo quanto Xandu. Marcelo Santos foi vigilante no lado esquerdo como Gualberto. O capitão Hernani (que está de volta!) honrou Lorico. Lenílson engraxaria as chuteiras de Ranulfo, mas por cinco meses triunfou pela meia-esquerda. Baroninho e Chico Spina teriam problemas em apostar corrida com Otacílio Neto pela ponta. Zé Carlos, o mais recente dos goleadores, foi guerreiro como Toninho na última Série A2.

Eu, como disse, não sou herdeiro de noroestino. Não assino Pavanello, Brandino, Grillo, Souto ou Perazzi. Mas já rasurei meu código de barras. E sou grato por ter sido acolhido por Bauru, berço desse glorioso time de futebol.

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Esportes

Como o novo estádio corintiano se tornou palco de 2014

Maquete do Fielzão: o metrô, pelo menos, já está lá. Mas a Radial Leste é um transtorno e a rede hoteleira é precária na região...

A história rende um livro, fácil. Desde que o Brasil foi anunciado como sede da Copa do Mundo de 2014, as idas e vindas do Morumbi como sede paulista foram dignas de roteiro de novela. Pudera: o primeiro projeto, convenhamos, era bem fraquinho. Parecia desleixo ou arrogância. O clube dono do maior estádio particular do Brasil e hegemônico no futebol brasileiro, na ocasião, dava a entender que o Morumbi precisava de poucos ajustes. Engano: a grande maioria dos palcos brasileiros está totalmente fora dos padrões Fifa.

Morumbi 2014: o primeiro projeto (fraco, no improviso), à esquerda. O novo, mais caprichado, veio em cima da hora - e não havia mais tempo, as cartas já estavam marcadas

Homens da Fifa vieram bastante a São Paulo vistoriar, recomendar, solicitar mudanças. O clube tinha seu teto de investimento e não abria mão dele. O vaivém irritava. Até que o Tricolor se opôs à CBF na eleição do Clube dos 13. Foi a senha para ser fritado.

Ao mesmo tempo, o Corinthians se aproximava da CBF como nunca. Andrés Sanchez apoiou Kleber Leite, o candidato de Ricardo Teixeira. Foi escolhido chefe da delegação brasileira na Copa da África do Sul. Especula-se sua influência na contratação de Mano Menezes como treinador da Seleção. Em paralelo, intermináveis capítulos do estádio próprio corintiano, assunto de décadas de piadas de dezenas de maquetes.

Diante desse cenário, a Arena Palestra parecia a grande hipótese. O Parque Antarctica já fechado para obras, construtora definida, projeto na planta. Emperrou em burocracias, porém, e perdeu forças. Aí veio a dupla Goldman/Kassab (governador/prefeito da aliança PSDB/DEM). O primeiro indício de que o Corinthians ia se dar bem na história: estádio + centro de convenções em Pirituba, com dinheiro estatal, mas o Timão de olho na gestão do espaço, a exemplo do que o Botafogo faz no Engenhão. A Fifa brecou.

Uma semana antes da grande novidade, o presidente corintiano não se contém. Afirma em evento universitário que sua grande missão é evitar que o Morumbi sedie a Copa de 2014. Horas depois da grande repercussão, solta nota oficial afirmando ter sido piadinha, que torce pelo estádio tricolor. Pura ironia.

Resta saber se o presidente Lula também foi irônico e dissimulado ao defender o projeto do Morumbi por tanto tempo ou se, realmente, lutou o quanto pode pelo estádio. A verdade é que, com o palco são-paulino fora da Copa, bastou lançar mão de seu prestígio para convencer a Oderbrecht a encarar o desafio de Itaquera. O Fielzão, parece, vai mesmo sair do papel. E já é o estádio para a Copa sem a CBF nem mesmo ter visto o projeto, segundo o próprio Andrés Sanchez. “O Corinthians foi escolhido porque tem credibilidade. Muita gente pode não acreditar, mas nós temos”, disse à Folha de S. Paulo.

Apesar de essa novela estar perto do fim, haverá próximos capítulos. Quem viver, verá.

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Esportes

Brasileirão: análise da 17ª rodada

A tarde foi de festa total no Pacaembu. O Corinthians fez seu jogo de festa do Centenário – não atuará no dia 1/9 -, com uniforme comemorativo, a volta de Ronaldo depois de quase quatro meses e com o anúncio do novo estádio, o Fielzão, em Itaquera, sede paulsitana na Copa de 2014. Invicto jogando em casa, e com tantos motivos para comemorar, o Timão passou bem pelo Vitória. E mandou bem na hora de secar.

Pois o Flu, líder, deixou o Alvinegro encostar de novo. Encontrou um São Paulo guerreiro no Marcanã, disposto a fugir do Z4. Com Rogério Ceni num daqueles dias inspirados, fazendo gol (seu primeiro e provavelmente único no Maracanã, que fechará para reforma) e pegando pênalti. O empate em casa, entretanto, não faz do Tricolor carioca um time menos forte, menos favorito, menos obstinado em buscar o gol – como fez nos minutos finais.

Impressionante o vacilo do Flamengo no Brinco de Ouro (virada bugrina nos acréscimos). Silas, o novo técnico, viu quanto trabalho terá. Segundo Zico, ele foi escolhido por seu estilo ofensivo combinar com o desejo da torcida rubro-negra. Mas para esse momento seria melhor um treinador mais experiente e até mesmo disciplinador, para orientar um elenco ainda sem identidade e abalado pelos escândalos policiais.

Enquanto o Santos, sem Ganso, tenta mostrar ainda ter forças para lutar pela tríplice coroa, o Internacional é uma certeza: irá perseguir os líderes, torcendo por tropeços. Só espero que não desacelere o bom futebol quando chegar às vésperas da disputa do Mundial – exatamente nas últimas rodadas do Brasileirão.

O Ceará já não é o mesmo do período pré-Copa, o Cruzeiro segue buscando mais uma disputa de Libertadores – rotina azul – e seu arquirrival…

O Galo tem um elenco recheado de estrelas, o treinador que mais ganhou Brasileiros, mas é o time que mais perdeu no campeonato, 11 vezes… Como explicar? Segredos escondidos vestiário adentro: inimizades, grana (salários, bicho)? Ou apenas um grupo de não deu liga? Só sei que tem muito estouradinho vestindo a mesma camisa e o Atlético-MG pode estar se tornando uma bomba-relógio. Fábio Costa, Ricardinho, Diego Souza, Tardelli, Obina, Luxemburgo… Haja, coração, torcedor alvinegro!

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Bauru Basket

O primeiro título da nova era

Quatro jogos, quatro vitórias. E com uma média quase centenária: 99,25 pontos por partida. Com esse desempenho, o Itabom/Bauru ganhou o primeiro troféu da nova era do basquete bauruense, retomada em 2008.

Depois do anunciado fim do patrocínio da Tilibra, antes mesmo de o time ganhar o Brasileiro de 2002, e sobreviver a duras penas com o elogiável apoio da Plasútil e da Sukest, o Bauru Basquete encerrou suas atividades em 2006. A cidade, apaixonada por basquete, ficava sem as emoções da Panela de Pressão.

Dois anos depois, longe do estádio do Noroeste e com CNPJ novo, o Bauru Basketball Team recomeçou discreto, com um empolgado Guerrinha que só faltava passar o café. Fazia as vezes de marqueteiro, assessor de imprensa, batia de porta em porta em busca de patrocinadores. Partiu de um orçamento modesto, R$ 70 mil mensais, para encarar o Torneio Novo Milênio – começar lá embaixo, roendo o osso.

O primeiro elenco: os armadores Bernardo, Otávio e Pedro, os alas Alex, Guilherme, Daniel, Everton, Michel e Marcel e os pivôs Renato, Diego, Atílio e Filé. Jovens esforçados e afobados que logo ganhariam a companhia do ala Gaúcho e da grande descoberta de Guerrinha: o norte-americano Larry Taylor, herói da liga mexicana por suas jogadas de efeito.

Agora, o time conta com um grande staff: profissionais de marketing, assessor de imprensa, diretores em várias áreas. Orçamento ainda modesto, mas com custo-benefício dos melhores do país, segundo declarações de Lula Ferreira e Sérgio Domenici (gerente executivo da LNB), quando aqui estiveram na festa de lançamento da temporada 2010/2011.

A campanha do título:
94 x 89 Wofford Terriers (EUA)
87 x 69 Paulistano
118 x 94 XV de Piracicaba
98 x 92 São José

Larry Taylor, o Alienígena, foi eleito o melhor jogador do campeonato

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Noroeste

Definida programação da festa do Centenário

O Noroeste divulgou a programação da festa do Centenário, em 1/9, quarta. Os portões do Alfredão serão abertos às 17h, mas as atrações começam a rolar a partir das 18h. Basta levar 1kg de alimento não-perecível e o coração alvirrubro disposto a celebrar. Demorou, não é o ideal, a festa dos sonhos, mas não vai passar em branco. O momento deve ser de confraternização, penso.

Da última vez que vi a Seleção Brasileira de Masters, vieram Zenon, Careca, Renato Pé Murcho e os intermináveis Rosemiro e Edu. Estou curioso para ver quem defenderá a “Seleção do Centenário”, reunindo ex-noroestinos e convidados. Torço para que estejam presentes o goleiro Maurício, Marco Antônio, Prof. Gualberto, Baroninho e Lela. E por que não o tiozão Hernani, que está voltando? E valeria uma presença emblemática: o atacante Tequila, depois estrela do futebol amador, que defendeu o Noroeste nos tempos mais obscuros – final da década passada.
Atualizado em 27/8: infelizmente, pela lista de jogadores divulgada, haverá raríssimos ex-noroestinos em campo. Nem o Lela? Nem o Marco Antônio?

Abaixo, reproduzo programação enviada pela assessoria de imprensa:

EC Noroeste – Centenário Solidário
Programação

01/09
17 hs – Abertura portões e queima de fogos
18 hs – Homenagem Ex-Atletas e Colaboradores do clube
18h15 – Descerramento de Placa do Complexo Damião Garcia com a presença da Diretoria Executiva e Conselhos Deliberativo e Fiscal
18h30 – Entrega de kits do Centenário
18h40 – Apresentação da Banda do Liceu Noroeste
19h30 – Show André & Matheus
20h30 – Jogo Seleção Brasileira Master x Seleção do Centenário
21h15 – Apresentação Tambores Taiko (Clube Cultural Nipo-Brasileiro)
21h30 – 2º tempo: Seleção Brasileira Master x Seleção do Centenário

Evento promovido pelo EC Noroeste em parceria com os Grupos Prata e Cidade, Bigolin Materiais de Construção e apoio da Prefeitura Municipal de Bauru

* – O ingresso no Estádio “Alfredo de Castilho”, nesse evento, será um quilo de alimento não perecível, que será doado à SEBES. Capacidade do estádio limitada para o evento 18.000 pessoas. Os portadores de espaços diferenciados como cadeiras cativas, torcedor cessionário (sócio torcedor), remidos e camarotes, terão por direito seus lugares preservados no evento.