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Reinaldo Mandaliti: “Bauru é grande no esporte”

Vice-presidente de futebol do Noroeste, Reinaldo Mandaliti fala sobre a união das modalidades

retranca-ECNO escudo que abre esta matéria é o do Noroeste, mas cabem os demais, como pensa o entrevistado. Reinaldo Mandaliti assumiu há poucos dias a vice-presidência de futebol do Noroeste, ao mesmo tempo em que segue sendo o homem-forte do Vôlei Bauru. É o elo mais forte, hoje, da união formalizada na diretoria do Norusca, que ainda tem Vitinho Jacob (diretor técnico do Bauru Basket) como diretor de patrimônio e Neto Ranieri (gestor da FIB Futsal) como diretor social.

A chegada da família Mandaliti ao cenário noroestino é na verdade um retorno. Valdomir Mandaliti, pai de Rodrigo e Reinaldo, foi presidente do Noroeste. E os irmãos têm ajudado financeiramente o clube desde 2015 — na última reunião do Conselho Deliberativo, inclusive, registraram como doação todos esses valores.

Fala, Reinaldo Mandaliti

A seguir, uma breve entrevista com o novo vice-presidente de futebol sobre essa união das modalidades que tanta esperança despertou nos bauruenses que gostam de esporte.

Essa união pode gerar um grande intercâmbio. Como o know-how de um pode ajudar o outro?
Não tem outro jeito de pensar o esporte se não for assim. Não pode ter a vaidade de não unir, de não economizar, de não criar um projeto maior, um valor na marca dessa união. Por que um patrocinador do basquete não pode aparecer nos três esportes e ter uma mídia maior? Por que não ter um sócio-torcedor único? Dividir a renda e melhorar, não prejudicando nenhuma das modalidades. Há várias coisas que dá pra criar. Temos que nos unir e diminuir despesas. Por que o Vanderlei [Mazzuchini, gestor do Vôlei Bauru] não pode administrar o Noroeste e o Vôlei Bauru? Por que não podemos unir as fisioterapias do Noroeste e do Bauru Basket? A máquina de gelo do vôlei faz 180kg por dia, pode ser dividida por todos. A preparação física pode ter um líder e vários estagiários. Temos que criar formas de baratear os projetos, aumentar a exposição para ficar acessível aos empresários.

Mas, a princípio, cada um com seu CNPJ?
Sempre será cada um com seu CNPJ. Mas eu já disse ao Estevan que vou ter uma reunião com a diretoria do vôlei: pretendo jogar, além do símbolo do Vôlei Bauru, com o símbolo do Noroeste. Acho que temos que unificar isso. E por que não ter o Dragão na camisa do Vôlei? Temos que pensar nisso, levar essa marca, dizer que Bauru é grande no esporte. Nenhuma cidade do interior do Brasil tem tantas modalidades fortes. Que venha o fustal também! [Veio! Entrevista antes do convite a Neto Ranieri] E na base podemos chamar a ABDA… Esses times têm mais exposição, a ABDA tem o lado social — como o Vôlei Bauru tem um projeto agora. Queremos conversar com a ABDA, falamos com o hipismo da Hípica, com o próprio Bauru Basket. Base temos que tratar todos juntos. O futsal pode ser trampolim para a base do Noroeste: Neymar e Robinho saíram do futsal… Temos que aproveitar essa integração e ter o esporte mais forte ainda.

Em 2015, eu entrevistei o Rodrigo Paschoalotto e ele falou desse desejo de unir os esportes e mencionou seu nome. Faço esse resgate para mostrar que é algo que já vinha sendo conversado e é um desejo de quem gosta do esporte em Bauru e tem condições de lutar por ele. O primeiro passo foi dado agora, certo?
Eu e meu irmão Rodrigo conversávamos com o Rodrigo Paschoalotto o tempo inteiro. Vamos baratear, acertar… Mas encontramos alguns obstáculos que agora, depois de um tempo, foram superados. Hoje o Brasil está em crise, há pouco dinheiro para o esporte, há times se deteriorando porque não há patrocínio. É necessidade versus possibilidade. Conversamos que era preciso nos unir, que não adianta ficar vivendo de mecenas, senão não haverá esporte. Uma hora eu vou me cansar, uma hora o Beto [Fornazari, presidente do Bauru Basket] vai se cansar, o seu Damião se cansou… Então, temos que fazer o esporte ter vida única, perene, um projeto com as próprias pernas.

E sua situação como dirigente? Continua firme no Vôlei Bauru? Vai concentrar forças no Noroeste?
Como o treino é na Panela, chego cedo no dia que marcar. Depois fico até nove, dez da noite no Noroeste para poder me dedicar. Quero ajudar o Noroeste, torná-lo forte, quero que suba. Vou dar o meu melhor. Quando entrei no vôlei com meu irmão, era para chegar na Superliga. Somos teimosos. Já falei para o Estevan que o Noroeste vai subir. Esse é o objetivo.

Houve burburinho nos últimos tempos, de ter que sair um para entrar o outro. E vocês conseguiram formatar uma diretoria com todos que querem ajudar o clube.
O Noroeste é mais importante do que o Reinaldo, o Estevan, o Beto, o Vitinho Jacob, qualquer pessoa. Acertamos os pontos, decidimos que as decisões têm que ser coletivas, está tudo certo.

 

Foto: Neide Carlos/Vôlei Bauru

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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