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Uma coisa de cada vez: agora é a Copa Paulista

Coluna da semana fala de mito noroestino
Publicada na edição de 17 de outubro de 2011 no jornal BOM DIA BAURU

Entre fatos e mitos

O Noroeste chega em seu momento decisivo no semestre: se perder para a Ferroviária no próximo sábado, a classificação para a terceira fase da Copa Paulista ficará comprometida. Com apenas mais um jogo a fazer em casa, contra o Ituano, o time terá que mostrar superação como visitante e provar que a atual fase invicta (12 partidas) serve mais do que discurso. Tudo isso é fato, a situação alvirrubra na competição, o que há para conquistar ainda em 2011. Claro que refletirá na montagem do elenco para a Série A-2 do ano que vem, mas muitos mitos são criados pensando no próximo campeonato.

Equivocadamente se fala que a Copinha serve de preparação para a temporada seguinte. É uma conversa alimentada há anos entre torcedores, crônica esportiva e até mesmo dentro do próprio clube. Ora, é sabido que o elenco se modificará e nem a permanência do técnico Jorge Saran é garantida. No máximo, vale para observar peças e separar o joio do trigo.

O maior dos mitos é achar que o clube está perdendo tempo agora porque o time não está pronto a três meses de sua principal competição. Nenhuma equipe está, em nenhuma divisão! Todos estão pensando no desafio atual, seja ele Brasileirão, Série D ou Copa Paulista (ou Taça Minas, Copa Espírito Santo, Pernambuco, etc). Exigir contratações agora é achar refugos à deriva no mercado do futebol. Os bons estão empregados, correndo atrás da bola.

Para os afoitos, um lembrete: o Noroeste se antecipou bastante nas contratações ano passado, começou cedo a preparação para o Paulistão, certo? Trouxe um monte de jogadores dispensandos por seus clubes ou que pediram rescisão por não estarem sendo aproveitados durante 2010. A lista é grande: Cris (Grêmio Prudente), Francis (Bragantino), Da Silva (Sport), Vandinho (Ceará), Márcio Gabriel (Atlético-GO), Matheus (São Caetano), Gleidson (Duque de Caxias) e Thiago Marin (Náutico). Repito: jogadores dispensandos por seus clubes ou que pediram rescisão por não estarem sendo aproveitados. E mais: com muitos rebaixamentos no currículo. Alguém aí quer repetir o erro? Porque agora, em outubro, só há refugo procurando emprego.

Então, hora de pensar na Copa Paulista como competição, lutar nesses três próximos jogos pela classificação e ganhar mais tempo para observar quem fica – e, principalmente, dar mais experiência aos jovens. Essa é a preocupação atual, uma coisa de cada vez. Essa contagem regressiva para janeiro é um mito, um clichê, uma muleta de discurso.

Garimpo
O que dá para fazer agora, no máximo, é alguém pegar a estrada para observar jogadores com perfil raçudo, com certa qualidade técnica, disciplina e que suportem vaias, porque ninguém espera uma campanha maravilhosa em 2012, sem percalços. Muitos deles estão no Norte-Nordeste, mas é preciso vê-los de perto. Indicação de boca ou de DVD não cola mais.

Debaixo d’água
Não dá para culpar a chuva e o campo pesado pelo empate sem gols com a Ferroviária no último sábado. O ambiente era igual para ambos e, mesmo aos trancos e poças, a bola chegou perto do gol. Houve boas chances desperdiçadas, o Norusca quase recebeu merecido castigo no final e colocou mais dois pontos perdidos na conta. Pior: saiu debaixo de vaias e o zagueiro Marcelinho, mesmo a cerca de cem metros de distância, ouviu e respondeu a provocação de um noroestino. Capitão do time, ele já foi conversar com torcedores em outro recente protesto.

Papo de basquete
Enquanto o Itabom/Bauru vai construindo sua caminhada rumo à final do Campeonato Paulista, já é possível ver sinais da reforma do ginásio Panela de Pressão. Ainda bem.

Novo Canhota 10
O Canhota10.com inicia nova fase nesta semana, com formato mais simples que prioriza a agilidade nas postagens. E continua com o mesmo propósito: levar opinião recheada de informações para o leitor. Conto com sua visita.

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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