(Direto da Panela) O mundo lá fora exercitava seu direito de chiar — mas bom seria se governador recordista de dengue e outro que manda bater em professor também fossem alvos de revolta popular — mas, no universo paralelo da Caverna do Dragão, nada mais importava. Tampouco para os milhares de torcedores francanos e bauruenses ligados na web. O panelaço, dos bons, foi na Panela de Pressão. Mas não rimando com Maracanazzo, o desastre da Copa de 1950. E sim com jogaço. Que levou a torcida do Paschoalotto Bauru ao êxtase, mas também rendeu justificável orgulho do torcedor da terra do basquete por seu brioso time. A vitória por 78 a 72 selou a classificação bauruense à semifinal. Agora, a turma de Guerrinha encara Mogi. Do outro lado, Limeira e Flamengo. Os quatro primeiros.
Convidado pela Liga Nacional de Basquete, participei da transmissão web do site oficial, em ótima companhia do narrador Gerson Junior, do repórter Rodrigo Benvenuti e do treinador Miguel Angelo da Luz, campeão do mundo em 1994 com a seleção feminina. Sendo assim, minha descrição da partida fica comprometida cronologicamente. Darei alguns pitacos abaixo sem compromisso com o galope do placar e comentando a série como um todo:
• 1ºQ atrás de novo: parecia que Bauru finalmente iria ditar o ritmo da pontuação, com bom começo, mas, a exemplo das outras quatro partidas, terminou o primeiro quarto atrás, 17 a 21.
• As bolas de três demoraram a cair e, desta vez, não foram tão decisivas quanto o empenho no jogo interno. O aproveitamento de fora dos times foi baixo (Bauru 30%, Franca 25%) em 54 tentativas! Exceção à mão calibrada de Day (4/8).
• Alex voltou a jogar bem. Ele foi o termômetro desta série — por isso a alusão na fotomontagem acima, sobre imagem de Henrique Costa/Bauru Basket. Quando foi bem, o Dragão ganhou.
• Um reconhecimento: enquanto os bauruenses tiveram um desempenho montanha-russa nessas quartas, Franca jogou com sangue nos olhos o playoff inteiro. Deram o máximo, que não foi suficiente para parar o leque gigantesco de Bauru, mas o saldo é muito positivo para um time que era uma grande interrogação no início da temporada.
• Os melhores momentos do Paschoalotto na partida foram com o quinteto Ricardo, Larry, Gui, Alex e Hettsheimeir. Time veloz, mais aberto, puro contra-ataque.
• Se Murilo Becker não fez uma boa série, é preciso ressaltar o trabalho tático que desempenhou nesta noite. Foram nove rebotes em 17min em quadra.
ABRE ASPAS
Terminada a transmissão, falei com o Alex Garcia e com o técnico Guerrinha.
Fala, Brabo
Fala, Guerra
NUMERALHA
Monstroheimeir: 24 pontos, 9 rebotes, 2 assistências
Bravo, Bravo! 15 pontos, 9 rebotes, 3 assistências
Ligeirinho (cuida desse pé!!!) 12 pontos, 10 rebotes
O Especialista voltou! 12 pontos, 2 rebotes
ET de Bauru: 7 pontos, 7 rebotes
Murilaço: 6 pontos, 9 rebotes
Batman, discreto e fundamental: 2 pontos, 2 rebotes
NA TELINHA/WEB
Obrigado, Guilherme Buso, gerente de comunicação da Liga, pelo convite. Transmissão bacana, muitos recados da audiência (umas broncas também, mas é do jogo), uma experiência e tanto. Foi mais fácil do que pensei segurar a emoção, deixar o lado torcedor quietinho. E feliz demais por dividir espaço com o Miguel Angelo da Luz. Simpatia, levantada a bola para eu complementar a opinião, trocava ideia em off. Aprendi mais um pouco hoje.