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Fórmula 1: emoção e polêmica em Mônaco

Emoção, polêmica e repetição

Por Luís Morais*

Não consigo me recordar de um GP de Mônaco tão naturalmente interessante. Quando se prevê um em clima seco, logo se pensa em corrida monótona. Hoje não. A diferença de estratégia no uso de pneus, a asa móvel e mais um Lewis Hamilton endiabrado transformaram a etapa na mais interessante do ano.

Vettel vence a segunda prova consecutiva mostrando dificuldades no final. A sua soberania no campeonato é ajudada sim pelo bom carro que tem, mas o fator piloto está contando também, e muito. Hoje a sorte veio junto. A bandeira vermelha no final possibilitou a troca de pneus – através de uma regra desconhecida e estranha – e com isso o alemão teve carro para escapar dos ataques de Alonso e Button. O inglês, aliás, fez uma bela corrida, agressivo como geralmente não costuma ser, e o terceiro lugar foi pouco para ele.

Destaque para (mais uma) boa prova de Kobayashi. O japonês é agressivo, mas ao mesmo tempo constante. E com um carro que gasta pouco pneu, trouxe a Sauber para o seu melhor resultado desde o retorno da equipe no ano passado. Quinto lugar, mas com gostinho de quero mais. Se não fosse o safety car, Webber não teria tempo para passar Kobayashi. Mas enfim, bela prova do ex-sushiman.

E um parágrafo para o grande destaque da prova: Lewis Hamilton. Começou tomando um passão de Schumacher no Grand Hairpin. Depois, se recuperou contra o alemão e foi fazendo outras ultrapassagens, até bater em Massa, na mesma Grand Hairpin. Achei que o inglês foi o maior culpado, mas Massa poderia ter aliviado um pouco. O ferrarista saiu pior do incidente e ficou no muro do túnel. E Hamilton depois aprontou pra cima do pobre Maldonado, tirando o melhor resultado da carreira do novato venezuelano – que vinha na sua segunda corrida consecutiva andando bem.

As bandeiras amarelas, por sinal, mudaram o rumo da prova. A primeira jogou Sutil e Kobayashi lá pra frente, e empurrou Buemi, Heidfeld e Barrichello uma volta atrás do pelotão que estavam. E a segunda, seguida de uma bandeira vermelha, esfriou a prova. Mas não deixou de tirar o brilho de um Grande Prêmio monegasco, que trouxe polêmicas quanto a condução agressiva dos pilotos e principalmente sobre as regras em bandeira vermelha. Entretanto, o vencedor foi o mesmo: Sebastian Vettel.

*Luís Morais é estudante do segundo ano de Jornalismo da Unesp/Bauru
siga-o no twitter: @luisfmorais

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Análise do GP da Espanha

Por Renato Diniz*

Já pensou em uma Copa do Mundo em que, até a grande final, torcedores, jogadores e jornalistas gastam saliva para discutir a validade das regras do futebol, como impedimento, acúmulo de cartões, tempo de jogo e tudo mais? Pouco se fala da bola em jogo. Imaginou? É mais ou menos o que está acontecendo com a Fórmula 1 nessa revolução de regras para ultrapassagem e com a chegada de uma nova fornecedora de pneus.

No meio disso tudo, Sebastian Vettel venceu pela quarta vez na temporada, ampliando sua vantagem na liderança do campeonato. Pena que perdeu a série de poles para o parceiro de equipe Mark Webber. Mas teve sorte porque o australiano fez uma corrida apagada.

Mesmo com a vitória sebastianense insisto no perigo que a McLaren representa para supremacia das Red Bull. Mais algumas voltas e alguns pneus desgastados e Lewis Hamilton venceria a segunda do ano. Mais algumas corridas o carro prateado pode avançar.

Por enquanto são os pneus que têm me instigado, bem mais que os recursos para facilitar ultrapassagens. São tantas trocas, tantos pit stops que está difícil entender a lógica das corridas. A Pirelli ainda não conseguiu produzir compostos para duas ou três paradas e quase todos os pilotos já tinham feito sua primeira parada em Barcelona com menos de 12 voltas.

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Uma das melhores largadas da história da Fórmula 1. Essa é a minha avaliação a respeito da largada de Fernando Alonso, saltando do quarto para o primeiro lugar nos primeiros metros da corrida.

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Não dá nem tempo de entender que os carros da Red Bull estão chegando nos boxes para trocar os pneus e pronto! Estão no chão, de pneus novos, a caminho da pista. As paradas da equipe duram em média 3,3 segundos. Um show a parte. As paradas de cinco segundos parecem lentas.

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Agora é a vez de Mônaco. O recurso para facilitar ultrapassagem em grandes retas está liberado pela organização da prova… Mas que retas existem em Monte Carlo? Se não chover, não tem troca de posições e ponto. De todo jeito, se até o francês Olivier Panis já venceu lá, não há problemas em torcer para Felipe Massa e Rubens Barrichello.

* Renato Diniz é estudante do quarto ano de Jornalismo da Unesp e estagiário da rádio Jovem Auri-Verde (760AM), de Bauru
blog: russologoexisto.blogspot.com
twitter: @renatodiniz_

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Ótima análise do GP da China

Por Renato Diniz

Difícil lembrar de uma corrida tão empolgante quanto essa da China, no último dia 17 de abril. Ainda mais se formos considerar que não teve chuva (essa agente natural embaralhadora de posições). Tenho que admitir que as mudanças no regulamento da Fórmula-1 foram responsáveis pela ótima disputa. Isso porque critiquei a pouca resistência dos pneus, obrigando pilotos a fazer várias paradas, o que na teoria deixava as corridas incompreensíveis e chatas.

Na China, as equipes estavam mais preparadas para contornar o desgaste dos pneus. Resultado: diferentes estratégias e um resultado imprevisível. Além disso, a facilidade em ultrapassar (que veio com o novo regulamento) também motiva os pilotos a brigarem por posições: “Bom, eu vou parar na próxima volta, mas se estou bem mais rápido que o piloto da frente, porque não ultrapassar?”. Suponho que esse tenha sido o pensamento de vários competidores, já que foram muitas as disputas por posição de quem estava prestes a entrar nos boxes.

Por falar em boxes, a vitória de Hamilton em Xangai pode ter acontecido graças a um erro no pit. E dessa vez não foi um erro da equipe. Jenson Button, da McLaren, brigava pela vitória até entrar na área de pit stop da Red Bull. Os mecânicos da equipe austríaca não entenderam nada e recuaram. Não é a primeira vez que isso acontece com o time dos energéticos. Em 2008, Jaime Alguersuari fez a mesma coisa, mas com a justificativa de sua equipe ser a Toro Roso, irmã mais nova da RBR.

Já o alemão Sebastian Vettel viu que não basta ter um carro impecável se os pneus não estão no melhor ponto. Não teve como segurar a ponta, e Hamilton sagrou-se vencedor. Além do desgaste dos pneus, o alemão enfrentou problemas na comunicação via rádio com sua equipe, o que pode ter complicado sua atuação. Ele ainda é o líder, mas agora sabe que tem uma McLaren no seu encalço.

Já Mark Webber, o australiano da Red Bull, fez uma fantástica corrida de recuperação e subiu ao pódio mesmo depois de largar em 18º. Terminar em quinto ou sexto não era mais do que a obrigação para o segundo carro da equipe mais forte, mesmo largando no fim do grid. Mas o veterano foi além e arrancou um terceiro lugar. Nesse final de semana, saiu com saldo positivo e um fôlego a mais na disputa interna com Vettel.

Felipe Massa chegou a ocupar o segundo lugar, mas a sua tática era arriscada. Perderia tempo demais trocando pneus e o carro rendia pouco na parte final da prova. Caiu para o sexto posto. Pelo menos o teste serviu para a mostrar que a Ferrari não está morta, apesar das dificuldades que enfrenta. Ah, sim… ele também chegou à frente de Fernando Alonso.

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A Williams de Barrichello e Maldonado toma o posto de maior decepção desse início de temporada. Não consegue sair do pelotão de trás.

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A ótima vitória de Lewis Hamilton não foi suficiente para o inglês merecer algo melhor do que um dos troféus mais feios da história da F1.

Renato Diniz é estudante do quarto ano de Jornalismo da Unesp/Bauru e estagia na rádio Auri-Verde (760AM)
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GP da Malásia: Red Bull e Vettel sobrando

Por Renato Lopes Diniz

Neste momento algum jornal de um país tropical está publicando uma análise criteriosa sobre porque um alemão, correndo com o mesmo carro, consegue vencer as duas primeiras corridas do ano enquanto o piloto local não alcança o pódio. Parece um repeteco de Schumacher-Barrichello, mas se trata de Vettel-Webber.

Se na primeira corrida eu hesitei em ratificar a força da Red Bull, agora não tenho dúvidas. Outra aparente surpresa da primeira corrida se confirmou neste domingo na Malásia: a Lotus Renault terá uma grande temporada pela frente. E o pódio de Nick Heidfeld cala as críticas quanto ao seu desempenho na primeira corrida. Dessa vez, com tempo para se adaptar ao carro da equipe francesa, o alemão alcançou a terceira posição. O que Bruno Senna faria no lugar continua uma incógnita, pois o brasileiro ainda não tem experiência com o ritmo de corrida no pelotão da frente.

Ferrari e McLaren começam o ano com papel de coadjuvantes – têm muito trabalho pela frente nessa temporada. Ao pessimista Felipe Massa, um quinto lugar veio em boa hora (claro, com uma forcinha do toque entre Hamilton e Alonso, o brasileiro subiu duas posições).

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A cada corrida, me convenço de que Schumacher ganha um salário absurdo pela Mercedes. Difícil imaginar outra razão para o piloto aceitar correr no pelotão do meio (terminou no nono lugar). Aliás, a equipe alemã ainda não passou de promessa de pré-temporada.

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Faltou chover para a corrida ficar emocionante. Da metade para o fim, até que o Grande Prêmio de Sepang ganhou emoção, mas a FIA não está ajudando muito. A regra que permite alterar a asa traseira para facilitar ultrapasagens é genial, mas não faz sentido ela vir aliada a pneus pouco resistentes. Pilotos e equipes se preparam para parar três e até quatro vezes e não se programam para lutar por posições. Para quem assiste fica uma confusão, como foi a corrida deste final de semana.

Renato Lopes Diniz é estudante do quarto ano de Jornalismo da Unesp/Bauru, estagiou na 94FM e hoje atua na rádio Auri-Verde.
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Fala, universitário: Renato Diniz analisa 1º GP da F1

Melbourne: deu Vettel, mas…

Por Renato Lopes Diniz

Vettel na frente: rotina em 2011?

Fim da angústia dos fanáticos pela velocidade. A Fórmula 1 começou depois de uma escapada na grama causada pela política.

A temporada 2011 teve início com 15 dias de atraso, não exatamente por causa das revoltas no Bahrein, mas por causa do grande atraso ético da categoria, que tem longo histórico de convivência amistosa com ditaduras e opressão (cito como exemplos o general Franco na Espanha e o regime de apartheid na África do Sul). Sem condições para a realização do GP, o jeito foi cancelá-lo.

Concentrando-nos apenas nas pistas: as mudanças no regulamento implorando por ultrapassagens deixam claro que as corridas não estavam agradando. Na Austrália, as disputam foram razoáveis. Se formos considerar que Melbourne praticamente não permite ultrapassagens, digamos que a missão foi cumprida.

Não dá para afirmar com certeza que a Redl Bull está um degrau acima. Vettel ganhou com facilidade, mas seu companheiro Mark Webber, correndo em casa, fez uma corrida apagadíssima. Talvez possamos concluir o óbvio: Vettel é gênio, Webber não.

Já o russo Vilay Petrov foi a grata surpresa. O seu lugar no pódio – primeiro da Rússia na categoria – deixa claro que a Lotus Renault (a preta e dourada) será uma das grandes de 2011. Imagine se Kubica estivesse lá…

Já o caso dos brasileiros não abre espaço para o “se”. Massa resistiu 11 voltas aos ataques de Button. Perdeu a posição e, logo em seguida, foi ultrapassado por Alonso, sem qualquer resistência. Desse jeito, não passará de um escudeiro.

E enquanto Marussia Virgin, Hispania e Team Lotus (a verde e amarela) se consolidam como equipes pequenas, não há mais dúvida de que a Force India se estabelece como equipe mediana (no bom sentido). Seus dois carros pontuaram na Oceania.

Fica dica:
Para quem não tem mais paciência com Galvão Bueno, Reginaldo Leme e Luciano Burti, a dica fica para a ótima transmissão da Rádio Bandeirantes. Além de precisa, é agradável e divertida. De madrugada então, ajuda a não perder o sono.

Renato Lopes Diniz é estudante do quarto ano de Jornalismo da Unesp/Bauru, estagiou na 94FM e irá assumir novo desafio na rádio Auri-Verde.
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