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Duda, nunca critiquei

Quem criou esse meme é gênio. “Nunca critiquei”, muitos disseram para o palmeirense Borja neste início de ano, para ficar em um exemplo recente. Ótima brincadeira, essa é a graça do esporte. Assim como a crítica faz parte. E o que o Sendi/Bauru Basket mais tem ouvido nesta temporada são críticas. Muitas merecidas, o time está devendo, como o próprio Duda Machado, o herói da vitória que valeu a vaga nas quartas, reconheceu:

Tenho que agradecer toda a torcida de Bauru, porque fizemos uma temporada abaixo das expectativas e eles sempre apoiaram”, disse o camisa 3 à transmissão do SporTV.

Verdade. Enquanto a bola quica, apoio. A caixinha de comentários ferve depois que o cronômetro zera. Aí chego no ponto. Sempre respeitei o direito de o torcedor cornetar à vontade, com razão ou não. Mas do lado de cá gosto de entender o contexto. E acredito que muitas críticas vieram de quem sonhava com o bicampeonato brasileiro. Que pode acontecer? Claro. Basquete, amigo. Mas se vier, numa temporada tão complicada, de elenco bom no papel que ainda não encaixou — contra times mais fortes e redondinhos —, será uma façanha. Tão improvável e deliciosa como a cesta de Duda Machado:

Convenhamos, tivesse perdido para o Vasco, choveriam críticas. Merecidas. O time errou muito, tomou decisões de ataque equivocadas, ofereceu rebotes ofensivos ao adversário no finalzinho… E mesmo assim não desistiu. Buscou. Buscou de novo. Foi até o impossível para não perder.

Sem Alex. Sem Renan. Hett, Shilton, Anthony e Jaú saindo um a um, com cinco faltas. E Duda por todos eles. Duda, o fominha, o clutch, o precipitado, o decisivo. O cara que vive o jogo com intensidade. Que erra e acerta, como todos nós.

Venha o que vier neste NBB, nessa série contra Franca que promete ser tensa, agora há uma certeza: se a equipe jogar com a raça e a entrega desse jogo 4 contra o Vasco, será aplaudida até o fim, seja ele qual for.

 

Foto: Nayra Halm/Foto do Jogo

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De volta ao NBB, Sendi Bauru traz vitória crucial de Minas Storm

Correndo o risco de se distanciar do Mogi das Cruzes, quarto colocado, e com o Pinheiros (sexto) no retrovisor. Foi assim que o Sendi Bauru Basket encarou o Minas Storm, em Belo Horizonte. Sem Alex Garcia e com Hettsheimeir voltando aos poucos, a defesa foi fundamental para garantir a vitória por 81 a 66. Detalhe: até aqui, a média de pontos marcados pelos mineiros, como mandantes, era de 75,7.

Conforme opinei na última segunda-feira, a parada para a Liga das Américas fez bem. Sem as estrelas do time, alguns jogadores tiveram que sair da zona de conforto da coadjuvância. Recuperaram a confiança e vão calejando seus chutes para continuarem decisivos nos próximos desafios do NBB (Flamengo no próximo sábado, às 14h!) e logo ali na segunda fase da #LDA2018.

Principalmente Renan Lenz. O camisa 12 chegou do Pinheiros com um baita NBB 9 na bagagem. Oscilou até aqui e parece estar crescendo na hora certa. Foi o melhor jogador na partida contra o Guaros de Lara e hoje repetiu a dose: 22 pontos e oito rebotes. Osvaldas Matulionis também merece menção, com 16 pontos (marca acima de sua média, seus triplos caindo mais) e sete rebotes.

Ainda dá para sonhar com o G4. O confronto direto contra o Mogi (data a definir) promete.

Numeralha

Renan: 22 pontos, 8 rebotes, 2 tocos
Osva: 16 pontos, 7 rebotes, 2 roubos
Canela: 11 pontos, 3 rebotes
Toninho: 10 pontos, 4 assistências
Jaú: 6 pontos, 2 rebotes, 3 assistências
Shiltão: 5 pontos, 4 rebotes, 4 assistências
Isaac: 5 pontos, 4 rebotes
Duda: 4 pontos, 2 rebotes, 2 assistências
Boludinho: 2 pontos, 2 assistências
Big Mike: 4 rebotes

 

Foto: Orlando Bento/Minas Tênis Clube

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Na derrota para o Guaros, Bauru eleva nível para superar desfalques

Sem Alex e sem Hettsheimeir. Foi assim naquela cestada sofrida para Franca, pelo NBB, e ontem, em nova derrota, porém disputada, para o Guaros de Lara, fechando o grupo D da Liga das Américas, na Panela de Pressão. O Sendi Bauru Basket evoluiu sem seus dois principais jogadores e essa foi a melhor notícia do fim de semana de Carnaval.

Diante do atual campeão da Liga Sul-Americana e bicampeão da LDA, o Dragão finalmente foi exigido neste grupo D — San Salvador e Correcaminos, conhevanhos, foi mero intercâmbio. E foi bom ver Renan Lenz fazer sua melhor partida com a camisa bauruense, Anthony abrir caminho entre os venezuelanos e Jaú e Maikão aproveitarem bem a primeira experiência internacional entre os adultos — Galvanini explorou sua agilidade nas jogadas de transição, enquanto Uchendu fez bons duelos embaixo da cesta contra os grandalhões Echenique e Toure. “Tenho várias experiências de jogar fora do Brasil, mas com moleques da minha categoria. Agora, contra profissionais mais pesados e mais fortes do que eu, foi bom ter essa briga no garrafão e saber que posso seguá-los”, comemorou o camisa 18.

Liderar o grupo D não faria diferença para a próxima fase, e certamente por isso o técnico Demétrius resolveu poupar Hettsheimeir. O pivô ainda sente a panturrilha e não estará cem por cento fisicamente para as partidas contra Minas e Flamengo (quinta e sábado próximos), pelo NBB. Assim, o duelo contra o Guaros foi fundamental para o treinador  ajustar o time sem suas estrelas. “O objetivo foi fazer uma rotação maior, dar mais tempo de quadra para quem estava jogando menos. Aproveitaram muito bem, mostraram consistência e qualidade. Isso é bom para a equipe, pois vamos precisar de todos durante a temporada. Demos ritmo de jogo em nível internacional, que é diferente em contato físico e exigência. Os jogadores sentem a necessidade de evoluir e não ficarem para trás”, comentou Dema.

Abaixo, os melhores momentos da partida:

Sede da próxima fase: Bauru x Guaros

O Sendi Bauru Basket já formalizou junto à Fiba Americas a intenção de sediar o grupo F (contra o Guaros e os argentinos Regatas Corrientes e Estudiantes Concordia), entre os dias 9 e 11 de março. Como o grupo E já será na Argentina, é provável que e disputa da sede será entre as cidades de Bauru e Barquisimetro, capital do estado de Lara, na Venezuela. Boa chance para a Sem Limites. Até dia 14 saberemos.

 

Foto: Fiba Americas

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Demétrius: “A equipe está pronta para a Liga das Américas”

Finalmente! A tão esperada Liga das Américas — que a punição sofrida pela CBB nos tirou em 2017 — chegou. E na Panela, na Caverna do Dragão. O Sendi Bauru Basket, atual campeão brasileiro, faz as honras da casa para San Salvador (El Salvador), Correcaminos (Panamá) e o atual bicampeão da competição, o Guaros de Lara (Venezuela). Fiquei devendo uma análise dos adversários, mas a molecada fera da Locomotiva Esportiva caprichou tanto que só me resta compartilhar. Como esperado, gringos contratados de última hora reforçam os adversário. E vamos reencontrar Josimar Ayarza e Lucas Tischer!

O Dragão tem o desafio de buscar a classificação à fase semifinal provavelmente sem Alex Garcia, recuperando-se de uma gastroenterite. Já Rafael Hettsheimeir, outro desfalque na derrota para Franca, deve estar à disposição.

Falei com o técnico Demétrius sobre a preparação para a competição:

Primeiro, temos que ter uma grande consciência de nos adaptarmos rapidamente à competição. Bola diferente, critérios de arbitragem diferentes, equipes de escolas de basquete diferentes… É um campeonato curto, não podemos bobear nem três minutos ou pode nos custar a classificação. A equipe está entusiasmada e concentrada, sabendo da importância do campeonato. Vamos por etapas: buscar a classificação para a segunda fase, depois para o Final Four. A equipe está pronta para isso.’

Apesar de reforços pontuais gringos sempre mexerem no nível de times modestos no universo americano da Fiba, creio que o Dragão atropela os salvadorenhos hoje, talvez sofra um pouquinho com os panamenhos, mas encaminha a classificação antes de encarar os venezuelanos no terceiro jogo. Como passam dois e ambos vão para o mesmo grupo F (onde já esperam Regatas Corrientes e Estudiantes Concordia), terminar em primeiro ou segundo da chave em Bauru é mais uma questão de ânimo do que técnica.

Jogos do Bauru na Liga das Américas

Sempre às 20h15:
Hoje (9/fev): San Salvador
Sábado: Correcaminos
Domingo: Guaros
INGRESSOS: arquibancada: R$ 20; cadeira superior: R$ 40; cadeira cativa: R$ 60; cadeira de quadra: R$ 100

 

Foto: Victor Lira/Basket

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Os reflexos da derrota do Sendi Bauru para o Sesi Franca na Liga das Américas

Enquanto eu dirigia a caminho da Panela de Pressão, ouvi no rádio que Alex Garcia (gastroenterite) e Hettsheimeir (problema na panturrilha) estavam fora. Ducha glacial no clássico… Com os dois principais jogadores do Sendi Bauru Basket fora, o já dificílimo desafio contra o Sesi Franca se tornava ingrato. Fazendo uma analogia, seria como o Atlético de Madrid entrar em campo desfalcado de Griezmann e Godín para enfrentar o Real Madrid completo — e Cristiano Ronaldo inteiro. No caso, Leandrinho, que anotou 22 pontos.

O Dragão se aplicou na defesa e fez um primeiro quarto vibrante, mas já no segundo período os francanos se impuseram. Após o intervalo, os erros ofensivos descompensaram os esforços defensivos e Franca conseguiu fechar com uma vantagem larga — mas não fosse essa entrega, poderia ter sido mais. Saltou aos olhos o empenho de Matulionis e a vibração de Renan. Na frente, Duda chamou a responsabilidade, pontuou muito, mas errou muito também. Não só ele: as violações (24 no total) acabaram por minar as chances de uma noite melhor.



Resumida a ópera, o que este clássico pode refletir no desempenho do Bauru Basket na Liga das Américas? Primeiro, como o time vai se comportar sem Alex e Hettsheimeir. As informações iniciais preveem o Brabo fora dos três jogos (medicação agressiva aliada a repouso) e o Canela fora da estreia. Ainda bem que o duelo mais difícil será no domingo, contra o Guaros. Os times de Panamá e El Salvador estão mais para azarões. Mas sempre vêm com norte-americanos e é bom os bauruenses ficarem ligados e reverem os erros dessa terça.

O time tem uma característica de jogo, perdemos duas peças importantes e não tivemos tempo de adaptar sem os dois. Ficamos sem criatividade e opções no ataque. Mas não tenho o que falar do time. Os caras correram o tempo inteiro, se dedicaram. Vamos ter dois treinos para adaptar a equipe para a Liga das Américas”, disse o técnico Demétrius Ferracciú, já pensando na equipe sem seus dois craques.

Os momentos em que a equipe se desdobrou trouxeram ensinamentos. “Sempre existe o lado positivo de cada jogo. Ninguém quer a derrota, sentimos sim os desfalques, mas foi bom a galera sentir o peso da responsabilidade, o peso do erro e o peso do acerto. Para a Liga das Américas, quem tem mais experiência tem a obrigação de se adaptar mais fácil às diferenças da competição. E o fator casa já é um ganho”, comentou o pivô Shilton, capitão do time na ausência de Alex.

No texto de ontem, opinei que a partida seria um ótimo termômetro da força bauruense versus um dos aclamados favoritos (ao lado do Flamengo de Varejão), mas os desfalques eliminaram qualquer análise.

Leandrinho na Panela

Sobre Leandrinho, comentei que há uma geração (que não vivenciou a saída conturbada do ala-armador) que não engrossaria as vaias. Feito: após a partida, o atleta foi rodeado por jovens e crianças ávidos por uma selfie. Afinal, estava ali diante deles o Leandrinho da NBA, da seleção. Houve vaias e protestos também, mas o experiente jogador tirou de letra. Segue o jogo.

 

Foto: Victor Lira/Bauru Basket