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Noroeste vence Mogi Mirim na estreia: poderia ser melhor, mas foi muito bom!!

Não foram cinco mil ao Alfredão, mas foi sim um bom público para uma quarta-feira à noite (2,3 mil), sob ameaça de chuva. Não foi uma grande atuação, mas a vitória por 2 a 1 sobre o Mogi Mirim (de virada!) deixou boas pistas do potencial do Noroeste para esta Série A3 de 2018.

O Norusca dominava completamente a partida, pressionando, roubando bolas e tentando chegar quando surgiu o gol dos visitantes, logo aos dez minutos de jogo, em bola parada. Apesar de não se abaterem, os noroestinos tiveram muita dificuldade de encaixar o último passe, diante de uma linha defensiva mogiana com cinco jogadores. O primeiro chute a gol só veio aos 26 minutos.

Mesmo dominante, com mais posse de bola, o Alvirrubro ainda passou por dois sustos no primeiro tempo. Parte da torcida, no seu precipitado direito, vaiou. Que tenha sido estímulo, porque Leandro Oliveira marcou belo gol de empate logo aos três da etapa final, rasteiro de fora da área.

Revigorado e empurrado pela torcida, o Norusca se lançou ao ataque, acertou o travessão (Marcelinho, de cabeça) e aos vinte virou, em cabeçada de Wellington, que há pouco entrara no lugar de Gindre — cruzamento de Alef, outro que veio do banco. Ainda houve chance incrível com Gabriel Esteves e passou por pelo menos dois perigos de ceder a igualdade, mesmo diante de um Mogi fisicamente em frangalhos, pela breve preparação — neste quesito, o time de Bauru sobrou.

Destaques

O lateral-direito Pacheco se mostrou uma boa opção ofensiva, com bastante vigor físico. Do lado esquerdo, Ricardinho cansou, mas também criou algumas jogadas. Na zaga, Marcelinho não perde viagem, não tem vergonha de dar chutão, é dominante. Gostei do trio de volantes (Maicon Douglas, Alex Silva e Michel) e Leandro Oliveira foi um falso ponta-esquerda, sempre recuando para buscar a jogada pelo meio e proporcionar a ultrapassagem de Ricardinho. Pela direita, Gindre teve dificuldades com a marcação adversária. Igualmente o centroavante Gabriel Esteves, que foi buscar jogo fora da área.

Foi possível perceber a proposta de jogo do técnico Tuca Guimarães, sobretudo no início do jogo, de pressionar o setor do campo onde está a bola.  Apesar disso, houve buracos, como o que proporcionou a arrancada de Alisson, que quase fez 2 a 0 ainda na etapa inicial. A chegada à área adversária é mesmo com vários jogadores, mas a retranca do Mogi dificultou os arremates.

Poderia ser melhor, mas foi muito bom! Sobretudo por voltar a respirar a atmosfera alfrediana. Só duas coisinhas: o setor de cadeira para sócio-torcedor (centralizado) estava com muitos lugares vagos, enquanto quem comprou cadeira avulsa ficou mais para a beirada; a iluminação do Alfredão está fraca… Deve ser muito caro investir em lâmpadas desse porte, mas tomara que logo o orçamento permita. Elogio: o preço da água, motivo de reclamação do início de 2017, estava comportado!

O Noroeste venceu o Mogi Mirim jogando com Ferreira; Pacheco, Jean Pierre, Marcelinho e Ricardinho (Lucas Hipólito); Maicon Douglas, Alex Silva, Michel (Alex) e Leandro Oliveira; Gindre (Wellington) e Gabriel Esteves.

Foto: Bruno Freitas/Noroeste

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Coluna

Coluna repercute goleada e prevê o jogo em Santos

Texto de ‘Papo de Futebol’ do dia 7 de janeiro, publicado no Jornal Bom Dia Bauru

Com já foi comentado no programa Bom Dia na Arquibancada deste dia 8 de fevereiro, não pude estar no Alfredão no último sábado (foto na homepage de Cristiano Zanardi/Agência Bom Dia). Entretanto, pude constatar a mudança de ânimos não só no Noroeste, mas na crônica e entre os torcedores. E é disso que fala a coluna Papo de Futebol do dia 7, que ainda lança olhar sobre a partida do Norusca contra o Santos, a próxima sexta-feira.

Após o texto, para não perder o hábito – nem o histórico -, ficha do jogo e os gols.

Entre o céu e o inferno

As reações que o futebol provoca são imediatistas, vindas do calor da emoção e com pouca razão. É essa mistura perigosa que leva gente a chacoalhar o ônibus de um time ou, no caso do Noroeste, decretar o pior a 13 rodadas do fim da tabela – mesmo a poucos pontos do G8, já estava fadado a desafiar o rebaixamento. A goleada sobre o Mogi Mirim provou que o céu e o inferno são vizinhos. Na pré-temporada, o time estava voando e causava otimismo. Bastou um início vacilante no Paulistão para o elenco virar um bando de pernas de pau.

De repente, chega treinador novo, o Norusca goleia, méritos do professor que motivou o grupo, aquela prosa toda. Mas as pernas são as mesmas, ora bolas! Cenário igual ocorreu na sequência de derrotas na Série A2 de 2010, que derrubou Amauri Knevitz. Naquele momento, ninguém acreditava no acesso. Que veio.

A história de um campeonato se conta em capítulos (rodadas), muitos deles dramáticos. Deve-se analisar a caminhada do time à medida que se acumulam os jogos.

Ok, o Noroeste passou vexame na goleada para Americana, perdeu muitos gols em Jundiaí, mas trouxe bons empates de Ribeirão Preto e, principalmente, do corintiano Pacaembu. Faltava se impor no Alfredão. Não falta mais.

Demorou para dar esse passo, mas segue vivo, segue na briga, como sempre foi dito neste espaço. Não é questão de bancar o “eu já sabia”. Eu não sei de nada. É que somente a rodada 19 saberá.

Oito e oitenta
Opinar no calor do revés já transformou heróis em vilões em Bauru – e que deverão ganhar elogios de novo. Gleidson era o ala moderno e apoiador na pré-temporada. De repente não servia nem para o futebol amador.

Com Aleílson, sempre guerreiro na frente, foi questão de miopia mesmo: foi (mal) comparado com o fraco Adílson Souza, hoje no XV de Piracicaba. Matheus, sim, joga com descrédito desde o início. A ausência contra o Mogi pode ter feito bem a ele. Que volte sem pensar que é Domingos da Guia ou Lúcio. Melhor dar chutão do que entregar o ouro.

3-5-2
Parece mesmo que o esquema com três zagueiros deu mais equilíbrio ao Noroeste, que está bem servido de volantes. Hernani e Marcelinho são sombras incômodas para os titulares Francis e Júlio César.

Já na armação das jogadas, Ricardinho é absoluto, com suas preciosas assistências. E Zé Carlos, na ausência do capitão Francis, assumiu a braçadeira. Um moral para o goleador, que errou e se redimiu. Isso pode ser creditado à sensibilidade de Lori Sandri.

Normal
Não será nenhum espanto se o Norusca perder para o Santos, na Vila Belmiro, na próxima sexta-feira. Até de goleada, pois a turma de Elano e Maikon Leite tem média de quase três gols por jogo. E aí, volta a crise? Será preciso avaliar a forma como o time eventualmente perderá. Se empatar ou vencer, surpreendendo o baladado Peixe, a maré vira de vez.

Fiel?
A palavra fiel não combina com as atitudes dos torcedores corintianos na última semana. Indignação tem limite: a vaia e o boicote – deixar de comprar ingresso, afinal, as arquibancadas são termômetro da situação de um time.

Acho que nem o melhor dos sociólogos explica porque uma derrota esportiva causa tamanha revolta enquanto o gramado em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, ficou vazio no dia seguinte à aprovação de mais um aumento estratosférico do salário de nossos “produtivos” deputados.

Ficha de Noroeste x Mogi

Os gols de Noroeste 4 x 1 Mogi Mirim