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Noroeste estreia com derrota

Coluna da semana comenta início nada inspirador na Copa Paulista

Adilson Souza sofre com a marcação da meninada do Rio Preto. Foto de Milena Aurea/Agência Bom Dia (inclusive home)

Que o passado inspire

Texto publicado na edição de 18 de julho de 2011 do jornal Bom Dia Bauru

17 de julho de 2005: o Noroeste estreia na Copa Federação (atual Copa Paulista) perdendo para o Rio Preto, fora de casa. O final da história, a torcida alvirrubra conhece: o Norusca ganhou o título e teve uma temporada maravilhosa no ano seguinte.

17 de julho de 2011: o Noroeste estreia na Copa Paulista perdendo para o Rio Preto, fora de casa. Mesmo jogando na casa do adversário, o resultado é decepcionante, levando-se em conta o longo período de preparação de um elenco cheio de remanescentes do Paulistão. Espera-se, contudo, que a lembrança de seis anos atrás se torne feliz coincidência.

Com a promessa de dar espaço aos garotos da base, ontem somente o atacante Vitor Hugo, na reserva, representou o atual elenco sub-20 do Noroeste. Já o Rio Preto, que quase subiu para a elite estadual, escalou um time bem mais jovem. Outra diferença: o Alvirrubro treina desde o dia 11 de maio, enquanto os riopretenses começaram a se preparar em 2 de junho.

E já que falo em coincidência, espero que não haja uma neste caso: a escalação de um jogador como titular, em detrimento de quem vinha jogando com mais frequência, causar incômodo. O atacante Diego ficou vários dias fora, envolto em arrastada transação para o futebol europeu, mas retornou e foi para o jogo. Enquanto isso, Anderson Cavalo – que teve sua suspensão de quatro jogos convertida em cestas básicas na noite da última sexta-feira – ficou no banco de reservas. O centroavante foi um dos destaques da pré-temporada. No início deste ano, a escalação da dupla Vandinho e Otacílio Neto como titulares na estreia do Paulistão, mesmo ainda fora de forma, desgastou a relação do elenco com Luciano Dias logo de cara. Mas Jorge Saran parece ter rédeas mais curtas e o elenco na mão. A conferir.

O Noroeste tem seus dois próximos compromissos em casa e o torcedor terá melhor noção do que esperar da equipe na competição. Duas vitórias convincentes transformarão essa estreia em apenas uma manhã de domingo infeliz? Não. A derrota de hoje deve ser usada para estimular os jogadores.

Já vai tarde
O Noroeste voltou a jogar com seu escudo tradicional, aposentando aquele comemorativo do centenário, de gosto bem duvidoso. O uniforme também está mais limpo de patrocinadores, realidade da Copa Paulista. Aliás, tenho um dúvida há tempos e vou correr atrás da resposta: por que o glorioso Vermelhinho joga tanto de branco no Alfredo de Castilho? Superstição ou apenas desatenção às tradições? A última vez que vi o Norusca jogar com sua combinação tradicional (camisa vermelha, calção branco e meia vermelha) no Alfredão foi em março de 2006: vitória de 2 a 0 sobre o 15 de Campo Bom, pela Copa do Brasil.

Inacreditável
Não há grama ruim que justifique uma Seleção Brasileira errar quatro cobranças de pênalti. Por mais que o Brasil tenha jogado bem, criado muitas oportunidades de gol, não fazê-los não deixa de ser um diagnóstico preocupante. O time comandando por Mano Menezes sai da Copa América com apenas uma vitória em quatro jogos.

Antes de antever catástrofes, que o passado inspire: a Copa América (2001) que antecedeu o último título mundial canarinho também foi vexaminosa. Mesmo não levando os principais jogadores na ocasião – o centroavante era o mariliense Guilherme, ex-Corinthians e Atlético-MG – a derrota para a fraca Honduras, por 2 a 0, foi imperdoável. Mas foi a partir dali que Felipão formou sua “família” e arrancou para o penta em 2002.

A pergunta dos próximos dias será se Mano corre o risco de ser degolado. Acho que não, mas ele deverá refletir bastante. Na coletiva pós-jogo, falou que só agora teve tempo de treinar, como se o Paraguai fosse uma seleção permanente. O calendário apertado é igual para todo mundo. E achei o treinador incoerente ao abandonar seu esquema de jogo preferido (4-2-3-1) logo na segunda partida. Mais incoerente ainda ao voltar com ele na terceira, depois de a dupla de meias ter dado certo.

Resta agora torcer para os raçudos uruguaios.

Fernando BH é jornalista, editor de esportes da Editora Alto Astral e do site Canhota10.com
E-mail do autor: fernandobh@canhota10.com