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Bauru Basket

Ausência de Larry desperta potencial de Thyago Aleo

Ao contrário do que ocorreu no futebol, no sábado, Barueri não fez a festa em casa bauruense. Até tentou, esteve à frente no placar em alguns momentos, mas o Itabom/Bauru, mesmo sem Larry Taylor, confirmou seu favoritismo e ainda brindou a galera com o lanche do Bob’s por ultrapassar os 100 pontos (101 a 86). O pivô Jeff Agba foi o destaque, com 27 pontos e dez rebotes (duplo-duplo) – ele errou apenas um arremesso de dois pontos e um lance livre.

Classificado e de olho na última partida do turno, contra um rival direto, São José, o técnico Guerrinha poupou a estrela Larry Taylor, com desconforto muscular. Foi a oportunidade do armador Thyago Aleo assumir a responsa de conduzir no time e se soltar mais – fora criticado publicamente por Guerrinha, no primeiro turno, após jogo contra o Palmeiras (23/8), por não aproveitar as chances de entrar em quadra contra times mais fracos.

O camisa 5 parece ter se empenhado mais dessa vez – e nada melhor do que os números para provar isso. Confira, abaixo, as médias dele no Campeonato Paulista em comparação com a partida deste domingo (26/9):

Fonte: Federação Paulista de Basquete. Foto: Cristiani Simão/Jornada Esportiva

Na véspera da partida, Aleo havia comentado ao repórter Wagner Teodoro, do Jornal da Cidade, sua característica, que se concretizou na partida. “Tenho um lado mais organizador e o Larry tem mais o lado do um contra um, agressivo”. É verdade.

Para fazer uma comparação justa, do time com e sem Larry Taylor, peguemos a partida de ida contra o Barueri: foram nove assistências (quatro de Larry, que foi o cestinha com 22 pontos, a maioria deles em suas infiltrações); na volta, neste domingo, foram 23! O time fica mais solidário sem o camisa 4, porém, não pode prescindir desse monstro. Outra diferença: com Larry, no jogo de ida contra o Barueri, os acertos nos chutes de dois pontos foram de 55%; subiram para 73% na volta. Entretanto, as roubadas de bola (especialidade do norte-americano) diminuíram em 40%.

Tomara que a experiência solte Thyaguinho (como Guerrinha o chama) de vez e possa, além de permitir que o ‘Alienígena’ descanse durante os jogos, trocar bons passes com ele e deixar os companheiros na boa.

Mais dois pontos a destacar. Alex voltando com confiança (23 minutos em quadra, 14 pontos, três rebotes e cinco assistências), que bom. E uma pergunta: o que há com Júlio Toledo? O bom ala tem jogado pouco e sido pouco efetivo…

Resumindo, não dá para imaginar o time sem Larry Taylor e nem querer que mude seu estilo de jogo agressivo e individualista, mas é bom saber que o Bauru Basket tem alternativas.

Fotos da homepage: Cristiani Simão/Jornada Esportiva – exceto foto torcida (Reprodução)

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Noroeste

Luciano Dias: “Falta coragem à nossa equipe”

Ao final da derrota por 3 a 0, em casa, para o Barueri (primeira rodada da segunda fase da Copa Paulista), o treinador Luciano Dias foi cercado, à porta dos vestiários, pelos repórteres. A sabatina era mais do que necessária, não somente pela derrota, mas por ser a primeira vez que o comandante atuara ali, à beira do gramado, neste semestre.

Reproduzo abaixo alguns trechos que consegui tomar nota, da cabine de imprensa, ouvindo as respostas de Luciano Dias aos colegas Jota Augusto (Auri-Verde), Thiago Navarro (Jornada Esportiva) e Jota Martins (87FM):

Apatia do time
“Eu não posso entrar em campo. Procuro motivar, mostrar situações, mas é o perfil do grupo… Falo isso não é de hoje: falta coragem à nossa equipe, mas não conseguimos embutir isso na cabeça dos atletas.”

A vontade e a raça do Barueri
“O perfil das equipes dessa Copa Paulista é de jovens com muita correria e vibração. Deveríamos atuar assim também.”

Laboratório
“Mais do que ninguém, não quero perder a Copa Paulista. Tenho uma carreira vitoriosa como treinador e jogador e não gosto de perder. Sou eu quem sai mais chateado. Mas foi combinado que a Copinha é laboratório. Claro que quero ganhar, mas não se pode cobrar título desses jogadores.”

Permanência no cargo
“Não temo demissão. Tenho um acordo com o Seo Damião. O foco é o Campeonato Paulista. O que posso fazer nesse momento é com o que está nas minhas mãos. Esse é o time. Então, não vamos achar que é o fim do mundo.”

Resumindo o que deve ter sido combinado no início do semestre – inclusive amarrando com as declarações do gerente de futebol Ricardo Occhiuto a Jota Martins no meio da semana (que poucos ficarão para 2011): vamos experimentar atletas e garimpar os melhores para compor o grupo do Paulistão. Se, de quebra, ocorrer uma boa atuação na Copa Paulista a ponto de brigar pelo título, é lucro.

Está claro que este time que perdeu de 3 a 0 para o modesto Barueri não será o de 2011. Mas, para o torcedor, entrou em campo, tem que honrar a camisa, lutar pela vitória, querer a taça, por menos significativa que pareça ser. Aliás, o Noroeste, convenhamos, não é time de elite para esnobar Copa Paulista. É uma taça que faria muito bem à galeria do clube, como fez em 2005.

O mais preocupante das declarações de Luciano Dias – que tentou se esquivar depois dizendo a um dos repórteres “Não coloque palavras na minha boca” – é a afirmação de que o time não assimila do treinador um espírito guerreiro. Acho que a maioria do grupo ainda não entendeu a mensagem de que não há ninguém garantido para o Paulistão. Isso, no entanto, não exime a responsabilidade de Dias. Ele não pode entrar em campo, mas pode substituir melhor e, sobretudo, cobrar ainda mais empenho – é sempre bom lembrar que, ao contrário de muitos times do interior do Brasil, o Noroeste paga em dia.

Alguns colegas da crônica acreditam que Luciano Dias não tem perfil para comandar o Norusca na Série A1. Que é ótimo para acesso e só. Tenho dúvidas em cravar essa opinião, ainda mais por aparentar ser um profissional sério e com vontade de crescer. E apesar dessa bolinha pequena na partida contra o Barueri, a maioria concordava que ele havia encontrado a melhor escalação – exceção feita a Aidar no banco.

Tenho restrições a ele como formador de elenco – na A2, herdou time montado por Amauri Knevitz. Nesse quesito de montar time, aliás, Paulo Comelli é imbatível – e não vai aqui nenhuma indireta…

Foto na homepage: Reprodução Rede Bom Dia/Cristiano Zanardi

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Noroeste

Noroeste leva 3 a 0 em casa…

Direto do Alfredão

Atordoado, sim. Incrédulo, apenas o torcedor que não viu de perto. Pois quem foi ao Alfredo de Castilho viu um Noroeste disperso e sem vibração. Viu também o humilde Barueri atuar com raça e determinado a fazer o arroz-com-feijão do visitante: defesa fechada e eficiência no contra-ataque. Foi a primeira participação do treinador Luciano Dias à beira do gramado neste semestre. Ao final da partida, foi sabatinado pelos colegas que transmitiram o jogo e deixou claro que o título não é a prioridade e, sim, o laboratório. Os quase 400 torcedores que foram presitigiar o time, então, foram testemunhar mais uma experiência malsucedida.

Com o empate entre Francana e XV de Piracibada, o Barueri lidera e o Noroeste é o lanterna do grupo 7. O Norusca – fica meio chato chamar de Trem-Bala numa situação dessas… – encara o XV, melhor time da primeira fase da Copa Paulista, na quarta-feira, fora de casa.

O JOGO

Primeiro tempo
A partida começa amarrada. Os times, que nunca se enfrentaram na história, parecem mesmo se sondar. Nos primeiros minutos, ao menor sinal de avanço noroestino, o cauteloso Barueri mata a jogada. Em todas essas faltas da intermediária, Deivid coloca na área e o goleiro Camilo afasta o perigo.

O primeiro lance relevante só ocorre aos 14 minutos, quando Gustavo avança à área, vai à linha de fundo e cruza rasteiro. A zaga tenta cortar e quase faz contra, obrigando o goleiro a colocar a escanteio. Na cobrança, o calibrado Deivid tenta olímpico e Camilo defende com dificuldade.

O Barueri responde aos 23, em chute de Geninho, de fora da área, que passa perto da trave direita. Sete minutos depois, Hernani erra passe e arma contra-ataque do lateral Tiaguinho. Ele carrega em diagonal e chuta à esquerda de Yuri.

A torcida começa a se irritar com as poucas jogadas de ataque. O time insiste muito pela direita, com Deivid e Mizael, e principalmente na base do lançamento longo (chutão, para os íntimos). A solução parecia estar na esquerda. Aos 37, Gustavo faz linda jogada: costura três adversários invandindo a área e rola para Cleverson tentar o chute. A bola rebate na zaga e sobra para Diego, que fura feio.

Aos 44, o merecido castigo. A bola é cruzada da direita, viaja por toda a área e encontra Geninho, o artilheiro do time, do outro lado da área. Ele domina, prepara e fuzila no meio do gol – o seu oitavo na competição. O primeiro tempo logo termina e as vaias ecoam firmes.

Intervalo
Luciano Dias pede atenção do time, sobretudo para aproveitar as jogadas de bola parada. Fala para Mizael ser mais ousado no ataque: “Miza, parte para cima dele!”. Ao final das orientações, repete três vezes: “Alguma dúvida?”. Sem questionamentos, emenda: “Então, vamos!”.

Segundo tempo
A partida recomeça quente. Logo aos 40 segundos, o bom lateral Gustavo avança e bate forte, de três dedos e muita curva. Camilo espalma como pode. Um minuto depois, é a vez de Deivid chutar com perigo. Sempre Norusca: aos sete, o zagueiro Diego Borges tenta cortar cruzamento alto e por pouco não faz contra.

Quando finalmente Luciano Dias coloca o aclamado Rafael Aidar em campo, aos 15, dá tudo errado. Ele tira Gustavo Henrique (com dores, pediu para sair, segundo o treinador), melhor em campo, e recua Giovanni para a lateral. Desacostumado à sua posição de origem e afobado – ou inconsequente mesmo –, o camisa 10 logo dá um carrinho violento, por trás, na linha do meio campo. É justamente expulso. Para tentar arrumar, Dias coloca Roque no lugar de Mizael; Juninho é improvisado na direita.

Aos 19, Rafael Aidar é lançado no lado esquerdo da área e bate cruzado para fora. Dois minutos depois, o árbitro expulsa o lateral Diogo, igualando numericamente as equipes.

A expulsão, entretanto, não intimida o time visitante. Aos 28, em contra-ataque veloz, Wanderson é lançado entre a linha dos zagueiros e toca tranquilo, rasteiro, na saída de Yuri. A partir daí, o Norusca se entrega. Aos 32, o lateral Tiaguinho coloca a bola entre as pernas de Bonfim e sofre pênalti. O centroavante reserva Magrão cobra tranquilo no canto direito, 3 a 0.

A partir daí, o que se vê é o Noroeste sem forças para reagir e um Barueri que não relaxa, mesmo com o placar garantido. Cada desvio ou roubada de bola é comemorado com entusiasmo. Aos 41, o Alvirrubro tem sua última boa chance: Diego domina no peito e finaliza forte, por cima. No minuto seguinte, em boa trama, Magrão rola para Geninho chutar forte e Yuri espalmar.

Fim de jogo
O goleiro Yuri, ao microfone de Thiago Navarro, do Jornada Esportiva, lamenta: “Não sei o que acontece com nosso time, dar esse vexame em casa. Dá vergonha. Se a gente for de qualquer jeito em Piracicaba, podemos perder de novo”. As declarações do treinador Luciano Dias merecem um capítulo à parte…

Nota: o novo assessor de imprensa do Noroeste é Diogo Carvalho, até outro dia repórter do Jornada. O Canhota 10 deseja sucesso ao novo desafio do colega, que faça bom trabalho. Pelo press kit que forneceu a quem transmitiria a partida, começou bem.

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Noroeste

Conheça o Barueri, adversário do Norusca

Time tem um ano de vida e médias de público e renda seis vezes maiores que as do Noroeste

Um time com bom relacionamento com a prefeitura, jogando em um estádio moderno, aconchegante, e que leva em média, nesta Copa Paulista, 2.600 pagantes!!! – renda por jogo como mandante na casa de R$ 15 mil. Infelizmente, não é o Noroeste. É o caçula Sport Club Barueri, que estreou este ano no futebol profissional, adversário do Alvirrubro neste sábado (25/9), no Alfredão, às 19h.

O Norusca, com 100 anos de vida, levou na primeira fase, em média, 430 torcedores ao Alfredão (renda por jogo de R$ 2,5 mil) – os resultados são mesmo o termômetro do humor do torcedor: na estreia, foram 855 e o número foi caindo até os 190 do último domingo.

Voltando ao Baureri. Um grupo de pessoas ligadas à prefeitura e empresários da cidade, que perdeu a queda de braço com os investidores do Grêmio Recreativo Barueri (que se tornou Grêmio Prudente), resolveu fundar um time para preencher a lacuna de uma torcida que se acostumara a frequentar a Arena Baureri – média de 3,6 mil por partida no Brasileirão 2009.

O time começaria de baixo, na Segundona (quarta divisão estadual), mas comprou o espólio do Campinas (time fundado na década passada pelos ex-atacantes Edmar e Careca), o que incluía a vaga na Série A3. Quase caiu, mas a 12ª posição garantiu o novo clube nessa divisão em 2011.

Na Copa Paulista, uma boa campanha na primeira fase. Segundo lugar em seu grupo, com 57,1% de aproveitamento (7V, 3E, 4D – todas as derrotas fora de casa). A intenção do treinador André Oliveira é formar a base do time do ano que vem, mas seus jovens têm mostrado que, enquanto puderem, irão avançar. Não será jogo fácil para o Norusca.

O time base do Barueri na primeira fase: Camilo; Diogo, Borges, Tabarana e Carlão; Tiaguinho, Mendes, André e Everton; Geninho e Wanderson. Geninho é o artilheiro do time, com sete gols – olho nele.

O trio de arbitragem para a partida deste sábado: Alexandre Luis Gonçalves (série Prata no ranking da FPF), assistido por Alexandre Basilio Vasconcellos e Carlos Alberto Funari (ambos série Ouro).

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Noroeste

Análise tática no Norusca para a 2ª fase

Laterais que apoiam, trio de volantes criativos e dois meias abertos para assistirem Diego: esse é o Norusca para a segunda fase da Copinha

Pelos treinamentos da semana, o técnico Luciano Dias deverá repetir, na abertura da segunda fase da Copa Paulista (Barueri, sábado, 25, 19h, no Alfredão), o time que venceu o XV de Jaú no último domingo (imagem acima), exceção feita ao retorno de Yuri ao gol. O comandante testou nossa paciência, mas parece ter achado boa formação. Boa no papel e no entrosamento, pois ainda não encarou uma prova de fogo.

Entre os méritos do treinador – que volta a comandar o time à beira do campo, conforme informou oficialmente o clube em seu site (atualizado às 9h37 de 24/9) – está a escalação de Lello na quarta-zaga. De medíocre volante, passou a seguro beque, sua posição de origem. O fato de ter apostado em jovens da base (Mizael, Juninho, Richard, Giovanni e Leleco) também merece menção – mas espero que não esqueça Richard, titular por alguns jogos. Merece entrar no segundo tempo das partidas. Outros jovens – esses contratados – também aproveitaram o espaço, como Gustavo Henrique (22 anos) e Diego (20).

A pulga atrás da orelha está na presença de Rafael Aidar no banco. Realmente não jogou tudo o que sabe neste segundo semestre, mas segue com a raça habitual. Com Cleverson ocupando seu lugar, o time ganha meias abertos nas pontas (ele na direita, Giovanni na esquerda). No meio, os três volantes têm qualidade no passe e se revezam nas descidas ao ataque – de quebra, Juninho e Deivid finalizam bem de fora da área.

Preocupa o banco de reservas em alguns setores: os inconstantes Rafael Mineiro e Roque nas laterais, Kelisson na zaga e não há centroavante à altura da raça de Diego – Marcus Vinícius, Adilson Souza e Paulo Roberto foram mal até aqui. O lado bom do banco: Geilson e Marcelinho na defesa (o recém-chegado do Santo André também poderá atuar de volante), Richard no meio, Aidar no ataque. Almir Dias segue como opção razoável e Tales é total incógnita.

Como vestibular para o Paulistão, há muito o que observar e o próprio gerente de futebol, Ricardo Occhiuto, em entrevista nesta semana a Jota Martins, da 87FM, admitiu que poucos ficarão para o Paulista – vale lembrar que do time campeão de 2005, apenas oito foram aproveitados na elite em 2006 e somente Bonfim e Bebê como titulares absolutos.

Já disse aqui outra vez: do empenho e dos resultados dessa Copa Paulista virão as respostas para a Série A1.