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Noroeste

Goleiro Yuri diz adeus ao Noroeste

Em tempos de jogador se olhando o tempo todo no telão, conforta a alma boleira saber que ainda há quem dedique suor a um escudo. Em campos onde não existe telão, nem zona mista, só grama ruim, sol quente e sobreviventes — na arquibancada e no campo —, há jogadores que lutam pelo seu sustento, claro, mas que beijam um escudo com sinceridade.

Foi o que se viu no Noroeste nos últimos anos. E que ficou eternizado com um choro incontido (solitário, diga-se) ao ser decretado o rebaixamento na Série A-3. Yuri sentou-se na castigada grama de Alfredo de Castilho e não havia quem o consolasse. Sabia que não era para aquilo ter acontecido. Uma calamidade praticamente não pontuar nos dez últimos jogos. Ele sabia que aquilo era reflexo de bastidores nebulosos, de um cenário tão enfraquecido que nem conseguiram blindar o vestiário. E tanto sabia que não se calou, falou grosso, botou dedo na cara, em nome dos colegas demonstrou toda a sua indignação pela forma como o elenco vinha sendo tratado — praticamente a pão e água.

Mesmo assim, ao se despedir do clube, a caminho do Nororizontino, anunciou em seu perfil no Facebook que sai sem mágoa — que seria até justa. Preferiu agradecer e enaltecer o glorioso Norusca.

No entanto, não está descartada uma ação trabalhista do goleiro contra o clube, o que seria altamente compreensível. “Estou tentando acordo, mas, se não houver, vou procurar meus direitos. Deixei bem claro que gosto muito do clube e quero sair numa boa. Mas sou pai de famíla e preciso receber de algum jeito. Infelizmente, não posso jogar só por hobby”, disse Yuri ao Canhota 10. Como eu disse, altamente compreensível.

Boa sorte ao goleiro, que honrou o manto alvirrubro.

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Bauru Basket

Apesar da má fase, Gui Deodato segue evoluindo

Ele é, incontestavelmente, o grande talento revelado pelo Bauru Basket desde a retomada da modalidade na cidade, no final de 2007. Com o acréscimo de ser bauruense de nascimento. Em resumo, o xodó. Guilherme Deodato, o Gui, acumula prêmios individuais na liga nacional, é campeão brasileiro sub-22 e já vestiu a camisa da Seleção. Por tudo isso, a cobrança é proporcional ao entusiasmo que se criou ao seu redor.

Apesar de ter apenas 22 anos, o ala atuou em todas as edições do Novo Basquete Brasil, portanto, já não é nenhum “juvena”. Ainda mais depois de ter conquistado a titularidade com Guerrinha a partir da última edição do NBB, quando foi bastante badalado com o bicampeonato do torneio de enterradas. O salário também deu um salto significativo, num belo e estável contrato de três anos. Tudo isso numa cabeça de, repito, 22 anos. Talvez por isso ele não tenha reagido bem às cobranças, a ponto de ter um destempero em pleno jogo na Panela, quando foi para cima do colega (e amigo) Ricardo Fischer. Aceitou e assimilou a bronca, nunca deixou de reconhecer que precisa voltar a ser o Gui de antes, tudo certo. Ele está devendo, mas segue evoluindo. Os números comprovam. E é com eles que o camisa 9 pode se animar a arrebentar nos playoffs do Paulista. Confira o quadro:

 

Médias por jogo Paulista 2012 NBB5 Paulista 2013
Pontos 9,4 11,1 12
Aprov. % 3PT 40% 40% 34%
Aprov. % 2PT 71% 60% 61%
Assistências 1,1 1,5 3
Rebotes 1,7 2,4 2,9
Roubadas de bola 0,8 1,1 1,6
Minutos 21 30 32

 

Gui cabisbaixo: cena comum nos últimos jogos deve dar lugar ao sorrisão habitual
Gui cabisbaixo: cena comum nos últimos jogos deve dar lugar ao sorrisão habitual

Resumindo: Gui fica mais tempo em quadra, pontua mais, dá mais assistências, pega mais rebotes e rouba mais bolas. A única regressão é que tem chutado mais para marcar, pois o percentual de acerto diminuiu — se fechar os números nos últimos cinco jogos do Paulista, cairiam ainda mais. Portanto, é uma questão de confiança, de mentalizar o acerto, treinar ainda mais pesado os chutes. Taticamente, o Batman tem cumprido seu papel. Conta com o carinho e o apoio do time e da torcida para avançar com aqueles olhos esbugalhados, com fome de cesta, pra cima dos adversários. Muitos acreditam em você, Gui! Fogo neles!

Abre aspas
“O que a gente mais faz é apoiar o Gui. Hoje, ele é um dos maiores fisicamente, tem um arremesso bom. Ele pode não estar bem no ataque, mas ajuda na defesa. É só uma fase, todos os jogadores passam por isso. Mas ele tem uma cabeça boa, vai voltar bem pra caramba nos playoffs e ajudar nosso time”, disse Ricardo Fischer.

“O Gui não está pensando só nele. Está evoluindo e daqui a pouco vai voltar aquela confiança e ele não vai perder essa mentalidade. O Gui é um jogador em formação. Tem hora que vai bem, hora que cai. O próximo passo é a maturidade e, com essa humildade que ele está tendo, ele vai se ajeitar para ter o volume de jogo certo. Ele está contribuindo com o time”. comentou o técnico Guerrinha.

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Noroeste

A tensa eleição do Noroeste

Rapaz, quando tudo parece tranquilo no Noroeste, o vento sopra diferente. Estava eu, ocupado e impossibilitado de ir ao Complexo acompanhar a eleição, que aparentemente ocorreria rápida e protocolar para confirmar Emilio Brumati como novo presidente no Noroeste. Gastaria minhas linhas apenas para comentar o início dessa nova fase, além de dar espaço ao outro candidato, Bruno Lopes, e para opinar sobre o estatuto e suas brechas — o que farei também. Mas surgiu tanta coisa durante o pleito (inclusive vias de fato), que é melhor seguir este texto em tópicos. Não fui, porém falei com gente envolvida diretamete, apurei bastidores. Mas estou aberto a correções e complementos, ok?

Brumati presidente
Candidato de Toninho Gimenez, que orquestrou todo esse movimento de reativar (reanimar, ressuscitar…) o Noroeste, teve poucos dias em “mandato tampão” para começar a reorganizar o clube. Nesse período, Emilio Brumati pagou os salários de setembro e agosto e começou a rascunhar o projeto do time para 2013 — parcerias com clubes para ceder jogadores e primeiros contatos com possíveis treinadores. Brumati e seu vice, Rafael Padilha, têm transito no meio do futebol e, inevitavelmente, isso conta. Que consigam, com isso, dar o mínimo de dignidade ao Norusca. Ninguém é ingênuo de achar que entraram nessa por mero amor à camisa e total desprendimento material. Até porque é possível ter rendimentos sem lesar o clube. E que assim seja.

O Estatuto
O Estatuto do Esporte Clube Noroeste, como a maioria dos documentos neste Brasilzão, tem brechas e mais brechas… E um leigo nunca afirmará categoricamente se a letra foi desrespeitada ou não. O conselheiro Abel Abreu e Anis Buzalaf Jr. (agora conselheiro vitalício, na condição de ex-presidente) chegaram à sala anexa da Panela de Pressão contestando a legalidade da eleição, provavelmente tentando ganhar tempo para articular uma chapa para fevereiro. Entretanto, “interpretar o Estatuto” está entre as atribuições do CD, daí a brecha. Mas a verdade, nua e crua, é que o Estatuto vem gerando dúvidas há anos. Exemplos: ele prevê mandato executivo de quatro anos, mas há tempos se pratica dois; a situação do quadro associativo é uma incógnita e seria muito bom saber quem são e onde estão essas pessoas que deveriam renovar o Conselho… E por aí vai.

Outra coisa: o silêncio da imprensa — no qual me incluo — sobre a legalidade ou não do que tem sido feito desde 2 de outubro, tem dois possíveis motivos. Um, claro, pela brecha jurídica e desconhecimento dos bastidores — por exemplo, até poucas horas eu não sabia que o Conselho Fiscal está ativo, mas está. O outro motivo, hora de dar a cara pra bater: ato de torcedor sobrepondo o jornalista. Paixão alvirrubra cega suplicando um último suspiro de reação. Era isso ou mais meses de miséria pela frente. Mas, se a casa vai ficar em ordem a partir de agora, chegou o momento de esse documento ficar mais claro e praticável.

O pleito
Importante destacar que haver oposição é absolutamente saudável no processo de sucessão de poder. E a candidatura do comerciante Bruno Lopes, nesse aspecto, é legítima. Torcedor atuante e contestador, não é visto com bons olhos por grande parte da comunidade noroestina. Posso não concordar com algumas de suas posturas e até mesmo não o vê-lo como apto para o posto — não por sua capacidade, que desconheço, mas porque sua rejeição tornaria seu mandato impraticável –, mas respeito. Sua voz é importante para o processo democrático. Como bem lembrou o colega blogueiro Henrique Perazzi de Aquino, Bruno marca território de resistência — e isso tem lá o seu valor. O Canhota 10 falou com ele sobre a eleição.

“Minha candidatura, como sempre, foi legítima. Preencho todos os requisitos legais e estatutários exigidos. Hoje, no começo da ‘eleição’, tivemos um pequeno lapso de legalidade e cumprimento do Estatuto do clube, mas foi apenas uma ameaça… Mas acho que as abstenções indicam que não é tão simples!”, comentou Bruno.

Além das abstenções de Buzalaf e Abel, outros dois conselheiros se abstiveram do voto. Mas não foi em apoio ao ex-presidente e, sim, em discordância com o atropelo dos fatos.

A tensão
Há relatos de que o ex-presidente Buzalaf foi hostilizado ao sair e, mesmo com policiamento, chegou a ser agredido por torcedores. Não se pode colocar o ocorrido na conta da Sangue Rubro, como instituição. Cabe a ela apurar sobre membros seus entre os envolvidos e se manifestar. Seja quem for que cometeu o ato, é algo lamentável. Mesmo que Anis tenha tido a infeliz ideia de ainda querer fazer parte da vida do clube depois de uma administração desastrosa, o ato acaba por minar ainda mais a credibilidade dos torcedores de arquibancada em relação à política do clube, pois é sabido que entre eles há os que alimentam o sonho de assumir o poder alvirrubro. Desse jeito, esse difícil sonho torna-se impossível.

Torcedores protestam à porta da reunião. Foto: Paulo Macarini/Agência Bom Dia
Torcedores protestam à porta da reunião. Foto: Paulo Macarini/Agência Bom Dia
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Bauru Basket

Líder! Bauru vence Franca e fecha primeira fase do Paulista na frente

Ganhar jogando mal vale. O importante é ganhar. Mas vencer com propriedade é melhor ainda. Deixar claro que é superior ao adversário, que usufrui do fator quadra. E foi assim que o Paschoalotto Bauru bateu Franca, por 88 a 79, e terminou a fase de classificação do Campeonato Paulista em primeiro lugar — pelo terceiro ano seguido, aliás. Agora, é fazer valer o fator casa em busca do tão sonhado título. Ainda há muito a melhorar, erros a atacar, mas o caminho está trilhado. Que venha o Palmeiras, depois Pinheiros ou Mogi. E, provavelmente, São José à espreita lá na decisão. Um passo de cada vez, ok, agora os guerreiros precisam descansar. Oito jogos em 15 dias… Mas valeu a pena.

O jogo
Primeiro quarto forte, corrido, para testar o fôlego dos guerreiros nessa sequência insana de jogos. O que estava nítido: o quinteto titular (Ricardo, Larry, Gui, Tischer e Murilo) dando mostras de melhor entrosamento, com interessantes trocas de bola. Do outro lado, entretanto, havia o time de Franca com  boas opções de revezamento. O Dragão até chegou a abrir vantagem, mas vacilos de ataque nos instantes finais (incluindo air balls) permitiram aos visitantes encostar: 24 a 22.

No segundo período, o ataque oscilou menos, mas a defesa funcionou a ponto de os guerreiros abrirem dez pontos. Barrios, Fernando Fischer e Mathias deram descanso à rapaziada e o jogo fluiu. Mas… (tem que ter mas em Bauru x Franca) a coisa apertou de novo e a diferença diminuiu para seis pontos, 44 a 38 (nova vitória parcial, 20 a 16). Em resumo, foi bem, mas poderia ter ido mais folgado para o vestiário. Detalhe: pontuação puxada por Larry (8), Murilo (14) e Tischer (11), que fizeram 75% dos pontos do time.

Outro detalhe: a Panela foi enchendo durante o primeiro tempo. Não lotou, mas fez barulho. Com camiseta nova (e bonita) da Fúria e tudo.

Ao terceiro quarto: Ricardo Fischer começou a destruir em quadra. Bandeijinhas ao estilo Huertas, cesta e falta, velocidade no passe. O moleque está com o repertório cada vez melhor (anote: em 2020, vai ser titular da Seleção na Olimpíada de Tóquio). Por outro lado, a bola de Gui não cai… Que fase. Entre altos e baixos, o placar esticava aos poucos: boa fração de 24 a 17 (68 a 55).

Como bom clássico, a parada não estava definida. Os gringos Hayes e Figueroa estavam com a mão boa, mas o Barrios também guardou as suas de fora e Murilo seguiu ganhando a briga ofensiva no garrafão. Por mais que houvesse dois dígitos na diferença, ninguém relaxava, muita unha foi parar no apêndice. A certeza da vitória só veio na vibração da cravada (mais falta) de Lucas Tischer, a 1min do fim. Ali, veio a confiança para o último fôlego, para celebrar a merecida liderança da fase de classificação.

Números
Murilo, sempre ele, Murilaço: 24 pontos, 6 rebotes
Lucas Tischer: 18 pontos, 8 rebotes e 3 assistências (mais que Larry e Ricardo (!), duas cada)
Larry Taylor: 17 pontos, 5 rebotes
Ricardo Fischer: 15 pontos
Fabian Barrios: 10 pontos

O abre aspas vem mais tarde, com Larry, Ricardo e Guerrinha

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Noroeste

Atualizando (e comentando) o noticiário do Noroeste

Depois da reunião decisiva do dia 2 de outubro, o Noroeste vai buscando se encaixar nos trilhos. Os salários de setembro foram pagos, a diretoria ‘tampão’ já se programa para novos acertos financeiros, as eleições foram agendadas e segue a busca de patrocínios. O norestino leitor deste blog certamente tem acompanhado o noticiário em jornais, rádios e sites, então eu choveria no molhado aqui. Mas, como opinativo que o Canhota 10 é, vamos comentar o que houve nos últimos dias e você fique à vontade para fazer o mesmo, na caixa de comentários logo abaixo!

Copa São Paulo de juniores
Negociada a princípio pelo então presidente Anis Buzalaf e rechaçada pela nova diretoria num primeiro momento, a sede bauruense da Copinha foi confirmada — na verdade, a intenção, a Federação ainda vai oficializar, mas vai dar tudo certo. Se não vai ter ônus para o clube e a Prefeitura se dispôs a ajudar — assim como apoiou a chave da Liga Sul-Americana de basquete  — , é uma ótima oportunidade de resgatar o entusiasmo das arquibancadas em Alfredo de Castilho, como foi na excelente foto abaixo, resgatada pelo Jornal da Cidade (clique de Aceituno Jr), da edição de 2005. Estima-se que o poder público investirá cerca de R$ 170 mil como hospitaleiro, para duas ou três fases da competição, isto é, no mínimo oito partidas, com entrada franca. Uma pena, entretanto, que o Norusca vá disputar essa competição com 14 dos 23 jogadores oriundos de uma infeliz parceria com o inexpressivo Al Shabab, time amador da capital paulista.

Aceituno Jr/Jornal da Cidade

Busca por patrocínios
A GVT, esperança de até R$ 40 mil mensais, disse não. Alegou estar pisando no freio na verba publicitária. Bola pra frente, tem muita gente pra procurar. Está agendada reunião com a Unimed, e se deles vier pelo menos permuta de ambulândia nos jogos e plano de saúde para funcionários e jogadores, já seria ótimo! Nos próximos dias, a Plasútil e a Tel Telecom também receberão os gestores noroestinos para ouvir propostas. E a roupa está garantida, conforme noticiou o colega Emerson Luiz (da Auri-Verde e da 94FM): a Aktion seguirá vestindo o Alvirrubro. Seguem empenhados nessa difícil cruzada em busca de recursos o ex-presidente Toninho Gimenez, o presidente do Conselho, Toninho Rodrigues, e Daniel Rufino, que assumiu a gestão financeira do clube.

Eleições
Estão marcadas para o próximo dia 21, mas será meramente protocolar. Emilio Brumati e Rafael Padilha, presidente e vice interinos, deverão ser aclamados como nova diretoria executiva. Especulou-se que Anis Buzalaf Jr articularia uma chapa opositora, mas isso não pode ser sério, depois de tudo o que houve nos últimos nove meses. Até o momento, torcedores que montaram chapas nas eleições passadas ainda não se manifestaram. E fica a dúvida: não vai ter eleição do Conselho? Não dá para continuar indo menos de uma dúzia nas reuniões…

O time de 2014
O repórter bom de bola Jota Martins disse hoje no Giro Esportivo, da 87FM, que já ocorrem conversas com grandes clubes para o Noroeste oferecer sua vitrine para atletas pouco aproveitados. Para o cenário atual, é mesmo o melhor dos caminhos, porque esse expediente costuma ser com os custos salariais por conta do clube formador. O segredo está em apostar em um excelente treinador, que consiga transformar um punhado de desconhecidos em um time de futebol, que tenha bagagem e, por que não pensar nisso, que tenha acessos no currículo. O bauruense Luiz Carlos Martins está desempregado… Durante a transmissão de Bauru Basket x XV de Piracicaba, na noite dessa terça, Rafael Antonio (Jornada Esportiva) entrevistou Moisés Egert, campeão da Copa Paulista pelo Norusca. Ele contou estar negociando com o Sertãozinho, mas reconheceu que adoraria voltar a trabalhar em Bauru… São dois bons nomes. Se vamos arriscar no campo, fora dele a experiência vai ser fundamental.