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O último suspiro na Copinha

Noroeste se despede de competição com nova derrota; confira paralelo entre posturas do clube e da torcida

De Bauru

Terminou o laboratório. Se o título da Copa Paulista não era objetivo do Noroeste para o semestre, os 16 jogos disputados foram suficientes para analisar os jogadores – e reprovar a maioria deles. Para o torcedor, a decepção. Que fosse meia dúzia a pagar ingressos, esses noroestinos vão ao estádio para ver o Alvirrubro ganhar, o que não foi possível, com uma escalação diferente a cada partida – para testar o elenco – e um time que nunca entrosou.

Neste sábado (16/10), o último suspiro da agonia: nova derrota para o Sport Barueri, apesar de uma reação no fim da partida. Como não ouvi a partida, compromisso familiar, fico devendo o relato. Publico a ficha, logo abaixo, para manter o histórico. Fiquemos, então, com uma reflexão dessa campanha noroestina, confrontando os desejos do clube e da torcida.

TÍTULO
Clube: quando o time treinava com um mês de antecedência, cheio de remanescentes do acesso, a intenção era buscar o título. O comportamento de Luciano Dias, entretanto, sempre foi de testar jogadores. Pensavam que era possível fazer boa campanha, mesmo escalando um onze diferente a cada jogo. O discurso de laboratório só surgiu após a avalanche de críticas aos maus resultados.
Torcida: para a galera, tem que entrar para ganhar, sempre. Quando a camisa do Noroeste está em campo, sobretudo em um campeonato de baixo nível técnico, tem que se esforçar por brigar pela taça. Ainda mais com pagamento em dia.

LABORATÓRIO
Clube: o elenco foi mesclado por três tipos de jogadores: reservas da A2 – com exceção de Rafael Aidar e Marcelinho -, meninos da base e contratados (Rafael Mineiro, Lello, Kelisson, Gustavo Henrique, Deivid, Hernani, Marcus Vinícius, Paulo Roberto e Diego). A intenção era ver quem serviria para o Campeonato Paulista de 2011. A contradição veio quando Luciano Dias afirmou que seu elenco não se encaixava no estilo de jogo da Copinha (correria e pegada). Conclusão: um experimento não pode dar certo com os ingredientes errados.
Torcida: entre os noroestinos, o coro era quase unânime. Quer testar, aposte na molecada. Isso economizaria em salários e em cobrança da própria torcida. Dias deu, sim, chances para os garotos, mas queimou alguns. Mizael não foi tão mal quanto ele afirmou. Richard, depois de cinco anos de clube, não teve seu contrato renovado, mesmo depois de três boas partidas como titular. Juninho foi sacado do time para Tales e Marcelinho terem vez – mas foi bem. Por outro lado, apostou bastante em dois jogadores que ficaram devendo: Giovanni, eterna promessa, e Leleco, que entrou bastante no segundo tempo das partidas e nunca empolgou.

CENTENÁRIO
Clube: em relação aos ingressos, o clube praticou preços bons, fez pacotes, não há muito a reclamar. Conseguiu atrair o torcedor para a partida festiva contra o Guaratinguetá, com algumas atrações. Depois, só patinou. Pegou o Estoril, de Portugal, em pré-temporada em Porto Feliz e chamou de amistoso internacional em que o seo Damião “não mediu esforços” – os caras nem tinham uniforme de jogo. Sondou Boca Juniors e Remo. Prometeu um dos quatro grandes de São Paulo. E o ‘Centenário Solidário’, preparado em cima da hora, teve um fiasco de público.
Torcida: só queria o básico: planejamento, pensar com antecedência. O clube não poderia desperdiçar a chance de enfrentar um grande time do futebol brasileiro durante a intertemporada (parada para a Copa do Mundo). O Santos veio a Araraquara enfrentar a Ferroviária, por exemplo. O Flamengo, atual campeão brasileiro, estava logo ali, em Porto Feliz…

2011
Clube: foca a elite do futebol paulista e monta um time com contratos vencendo em maio.
Torcida: quer a Série D, primeiro degrau da escalada até a B, que já está de bom tamanho para o Noroeste – dinheiro da TV, jogos durante toda a temporada.

A ficha da última partida oficial do Norusca em 2010:

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

4 respostas em “O último suspiro na Copinha”

É Enfim acabou o laboratório do Luciano, o que ele pode descobrir? Que devemos pelo menos tentar escolher uma equipe titular e coloca-la jogar mais de 1 jogo seguido? Ou que ele não é um bom técnico? O importante é que acabou, porque estava complicado pagar pra ver jogos horriveis como estava acontecendo. Pra nós torcedores é dificil aceitar que a nossa equipe entre em campo pra testes…Todo torcedor quer a vitória, todos, mas se a equipe luta, tenta, e não ganha é uma coisa, outra equipe é melhor a gente até aceita, mas uma equipe que nunca é igual, que se faz experiencias, não dá né. Esse ano fica pra gente o Acesso a Série A1 Paulistão 2011, e o ano do Centenário (sem festa, pq aquilo não pode ser chamado de festa)….copa paulista a se esquecer e tirar da história, e mas nada.

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