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Ex-Noroeste, Luciano Bebê está a um empate da fase de grupos da Champions League

Bebê em ação pelo AEL Limassol

Entre 2005 e 2009, Luciano Bebê foi um dos jogadores que mais vestiram a camisa do Noroeste – certamente atrás do zagueiro Bonfim. O meia, hoje com 31 anos, ajudou a subir o Norusca à Série A-1 e foi campeão da Copa FPF (atual Copa Paulista) em 2005, brilhou na melhor campanha da história alvirrubra no Paulistão (o quarto lugar de 2006) e chegou a duas finais do Interior em 2007 e 2008. Entretanto, também teve o dissabor de ser rebaixado, em seu último ano no clube. Mas esse final infeliz não tirou o carinho de Bebê pela cidade. “Tenho saudades do Norusca! De Bauru, então, nem se fala. Sempre que vou ao Brasil, vou a Bauru rever amigos e lugares inesquecíveis”, diz o atleta, em entrevista exclusiva ao Canhota 10.

E hoje ele está bem longe da Cidade Sem Limites. Mora no Chipre, com a esposa Ester e os filhos Rafael e Daniel. Lá, defende o AEL Limassol desde a temporada 2011/2012, quando se sagrou campeão da liga cipriota (25 partidas, sendo 21 como titular, e dois gols marcados). Detalhe: o gol do título foi do ex-noroestino, na vitória por 1 a 0 sobre o Anorthosis na última rodada. A conquista valeu vaga para a as eliminatórias da Uefa Champions League. O Limassol já eliminou o Linfield (Irlanda do Norte) e o Partizan (Sérvia). Ontem (23/8), abriu vantagem sobre o Anderlecht (Bélgica), vencendo em casa por 2 a 1 (um dos gols com assistência dele). No próximo dia 28, basta um empate para o time de Bebê entrar na fase de grupos da UCL.

“Disputar a Champions League é um sonho!”, comemora Bebê, que se vira com o inglês para se comunicar no Chipre, onde se fala oficialmente o grego. “Mas grego é realmente grego pra mim”, diverte-se. Em campo, o meia também teve que se desdobrar. “Tive que me adaptar ao futebol moderno, agregando a armação de jogadas aliada à marcação”.

Com a camisa do Estoril, de Portugal

Antes de desembarcar no Chipre, Luciano Bebê atuava no Estoril, de Portugal. Pelo clube lusitano, viveu a curiosa experiência de enfrentar o Norusca, num amistoso que comemorou o centenário alvirrubro, disputado em Bauru em julho de 2010 (vitória dos visitantes por 2 a 1). Na Terrinha, em um elenco repleto de brasileiros, ficou apenas uma temporada. “O ambiente era muito bom, mas o Estoril não conseguiu seu objetivo de subir à primeira divisão, tiveram que reorganizar o orçamento e foi impossível igualar a proposta do Chipre”, conta.

A poucos dias de realizar um grande feito na carreira, Bebê (revelado na base do Corinthians) se recorda com carinho do Noroeste de 2006, que considera um marco em sua carreira. “Lembro-me de um ótimo ambiente. Mais do que companheiros de equipe, éramos amigos. Escrevemos uma história de sucesso para o Noroeste e para nossas carreiras”. Na ocasião, formou um meio-campo mágico ao lado de Luciano Santos, Hernani e Lenílson, comandados por Paulo Comelli (hoje no Criciúma). “Aquele meio-campo fugiu à regra. Éramos todos armadores e geralmente se usa a mistura entre marcadores e armadores”, recorda-se. Um quadrado que povoa os sonhos dos noroestinos até hoje.

Defendendo o Norusca, no Alfredão. Foto: Arquivo/Agência Bom Dia

LUCIANO BEBÊ
Luciano Lima da Silva, 31 anos, nascido em Riachão do Jacuípe-BA
Clubes: Corinthians (200-2002; 2004), Santa Cruz-PE (2002), Juventus-SP (2003), Noroeste (2005-2007; 2008; 2009), Santo André (2007), Criciúma (2008), CRB-AL (2009), São Bernardo (2010), Estoril-POR (2010-2011) e AEL Limassol-CHI (desde 2011).
Pelo Noroeste: campeão da Copa FPF (2005), vice-campeão do Interior (2007 e 2008) – não havia título do Interior em 2006, mas o Norusca foi o melhor deles. Bebê acumula sete gols com a camisa alvirrubra em Paulistões.

Atualizado: o time de Bebê acabou perdendo o jogo de volta por 2 a 0 e não conseguiu a vaga. Mas ganhou um ótimo consolo: o AEL Limassol está na fase de grupos da Liga Europa (torneio equivalente à Sul-Americana, só que muito mais tradicional – é aquele que se chamava Copa da Uefa).

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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