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Coluna da semana: os novos rumos do Noroeste, com novo técnico

Assisti à vitória do Noroeste sobre o América de Rio Preto, mas não pude postar comentários sobre a atuação alvirrubra. Algumas impressões estão no texto publicado na edição de 3 de setembro de 2012 do jornal BOM DIA Bauru, além da reflexão a partir do novo nome anunciado como treinador do Noroeste, Moisés Egert. Fechei a coluna antes da vitória do Bauru Basket, mas o post logo abaixo desse comenta o momento dos guerreiros. Boa leitura.

MUDANÇA DE ROTA

A conturbada semana noroestina terminou bem. Depois da indigesta derrota para o Marília na quarta-feira – que resultou na demissão do técnico Amauri Knevitz –, uma boa festa de aniversário de 102 anos, no sábado. Sinal de que o treinador interino, Luciano Sato, transformou o time que venceu o América? Nem tanto. Nada muda drasticamente em três dias. Já era comum o Noroeste atuar melhor fora de casa, em detrimento da interminável síndrome do Alfredão (com parêntese da discreta vitória sobre o Barretos).

Deve-se considerar também a injeção de ânimo que um elenco recebe quando se muda o comando técnico. Afinal, quem estava encostado volta a ter chance, como aconteceu com os laterais Mizael e Ralph, responsáveis pelas assistências dos gols da vitória. O importante é que o triunfo em Rio Preto recuperou os três pontos perdidos em casa para o MAC e manteve o Alvirrubro vivo no G-4 do grupo 1 da Copa Paulista. O mérito de Luciano Sato foi segurar a vantagem conquistada em duas bolas alçadas na área. Com um jogador a menos em boa parte do segundo tempo, montou uma linha defensiva capaz de evitar o abafa do América nos minutos finais.

Se a permanência na Copinha ganhou fôlego, a preparação para a Série A-2 2013 está sob suspense. Seguirá esse grupo como a base para a luta pela elite? Parece pouco provável, pois foi Amauri Knevitz quem o montou. Difícil imaginar que o novo treinador, Moisés Egert, não vá trazer atletas de sua confiança. Por enquanto, terá o restante do semestre para avaliar o que tem em mãos, pois as inscrições para a competição estão encerradas.

Acredita-se que essa mudança de rota se deu “antes tarde do que nunca”. Pode ser, mas terá seus efeitos colaterais. Corre-se o risco de que, novamente, os treinamentos com o plantel definitivo para a segundona comecem tarde.

O novo treinador noroestino foi apresentado nesta segunda. Foto: Thiago Navarro/ECN

Moisés Egert
O novo treinador chega com o respeitável currículo de dois acessos seguidos pelo XV de Piracicaba, mas também com um tropeço recente. Egert foi demitido do Rio Branco após mal início na Copinha. Torcedores reclamam que ele desmontou metade do time campeão da A-3 e indicou reforços que não renderam no Tigre. Especula-se que acabou “boicotado” por parte do elenco e que também não gozava da simpatia na prefeitura de Americana, que tem ligação estreita com o clube.

Camisa 9
Tomara que o Noroeste já tenha redigido um pré-contrato com Fernando Russi. Centroavante com a qualidade técnica com o a dele, que finaliza com frieza, é artigo raro. Emprestado pelo Ituano, com quem tem vínculo até o fim do ano, já passou no teste. Caneta na mão dele já para ter a garantia de um homem-gol em 2013.

No primeiro gol noroestino sobre o América, Russi dominou, entre dois zagueiros, uma bola lançada a mais de 40 metros. Amaciou a pelota e fuzilou o goleiro com sua canhota. Além de bom finalizador, faz também com eficiência a função de pivô. E aparentemente encontrou no esforçado Diogo um bom parceiro de ataque. O grandalhão parece desengonçado, mas não se entrega no combate à saída de bola adversária. Falta mostrar competência para balançar as redes, o que ainda não aconteceu.

Camisa 2
Mizael vem ganhando chances na lateral-direita noroestina há dois anos. Ainda não se firmou, muito por ter deficiências como defensor. Mas, ao contrário de Bira, com quem disputa posição hoje, é bastante atuante no apoio ao ataque. E provou isso na boa atuação contra o América. Fica a dica ao novo treinador: dar sequência de jogos e confiança ao jovem lateral, além de transformá-lo em bom marcador. Com três zagueiros a proteger suas descidas, ele funciona bem. Mas não se pode montar um esquema tático em função de um lateral.

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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