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Com Mosso decisivo, Itabom/Bauru vence e desclassifica o Minas

Direto da Panela de Pressão

O jogo valia muito para o Minas. Só a vitória o levaria para os playoffs. Do contrário, seria superado pelo Tijuca no confronto direto. Os meninos de Belo Horizonte vieram com sangue nos olhos, não deixaram o placar desgrudar e lideraram boa parte do jogo. Borders bem, o argentino González chamando o jogo, o pivozão (e garoto) Cristiano Felício com muita personalidade – em compensação o Jordan é só marketing pessoal em campeonato de enterradas…

Do lado bauruense, Gaúcho foi muito bem. Diante da apatia de boa parte do time, desdobrou-se um dia após tomar injeção de benzetacil e fez 26 pontos (18 deles em chutes certeiros de três). Brigando muito no garrafão, com a ausência de Jeff (cumprindo suspensão), Andrezão quase fez duplo-duplo (9 pontos, 9 rebotes) e ainda perdeu umas bolas fáceis. Aliás, jogando sem tesão (a maioria, para não generalizar), o time bauruense vacilou muito no garrafão, erros passes fáceis, articulou muitas bolas de forma confusa.

Mesmo assim, conseguiu vencer. No sufoco, um pontinho, que pelo menso serve para dar moral: 76 a 75. Apesar da boa atuação de Gaúcho (e de Larry também, com 15 pontos, 7 rebotes e 5 assistências), o nome do jogo foi MOSSO. Ele fez 7 pontos no último período, 4 deles os últimos do time, nos segundos decisivos. Completou de rebore um chute de longe, depois sofreu falta e converteu os dois lances. Ao repórter João Paulo Benini, do Jornada Esportiva, disse que fez valer sua experiência (ele tem 30 anos) ao cobrar os dois lances livres: “Olhei para o aro e disse a mim mesmo que iria acertar. Tinha que acertar!”.

Ao final da partida, o técnico Guerrinha revelou que Mosso emocionou a todos em uma recente reunião do grupo. O pivô pediu a palavra e disse para os mais jovens aproveitarem a oportunidade de jogar em Bauru, onde há estrutura. Em sua carreira, ele já passou muito perrengue, já dormiu no chão, já se alimentou mal. Dá valor ao seu momento na carreira, mesmo contribuindo menos do que gostaria – era titular em Assis quando veio para cá ser reserva. Pediu desculpas à comissão técnica – por alguma postura que desconheço – e deixou claro que não estava, ali, pedindo minutos em quadra a Guerrinha. Disse que se for para entrar em quadra apenas um minuto somente para fazer uma falta, ele vai. Que se precisar limpar a quadra, o fará. Que a molecada do Bauru Basket assimile esse recado dado por Mosso e recupere o espírito guerreiro nessa rera final do NBB4.

(E eu que pensava que Guerrinha tinha algo pessoal contra Mosso – não de forma pejorativa, mas uma “cisma”. O elogio do treinador me surpreendeu. Assim, consigo entender um pouco mais a cabeça do comandante bauruense. Quando ele disse em outra oportunidade que Mosso não deveria entrar em quadra  mesmo em um jogo fácil, que ele não fazia caridade, entrava quem estava bem, era só aquilo mesmo. Em tempo: Guerrinha salientou que o momento não é de dar bronca no elenco, ele vai deixar pra cobrar na hora certa)

Larry contra Borders. A fundo, o técnico do Minas, Raul, que um dia na mesma Panela foi campeão brasileiro

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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