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Bauru 0, Uberlândia 1: faltou perna

Direto da Panela

Do sonho realizado ao choque de realidade. Com o time combalido, o Bauru Basket conseguiu superar Franca, em exaustiva série. Após 72 horas, estava novamente em quadra, contra um adversário completo, entrosado e com jogo redondinho. À primeira vista, o Dragão parecia displicente. Mas era falta de perna mesmo. E braço pesado. A bola não caía. Com apenas 40% de aproveitamento nos pontos tentados, sucumbiu a uma noite brilhante dos chutadores mineiros (60%). Uberlândia abre vantagem na série após essa vitória por 89 a 75 e, com os dois próximos jogos em casa, tem boas chances de fechar em 3 a 0.

O próprio Guerrinha admitiu que após a “descarga de adrenalina” da última sexta-feira, seria mesmo complicado voltar a sintonizar a mesma competitividade. Sobretudo pelo estado físico dos jogadores. Sem Coleman, nome da série contra Franca (ele teve que voltar aos Estados Unidos para acompanhar a recuperação de sua noiva), o time contou com a volta de Jeff (liberado por efeito suspensivo) sem a mesma intensidade: 13 pontos (sete deles em lances livres) e cinco rebotes.

Larry atuou os 40 minutos e não foi sombra do Alienígena de três dias atrás (apenas sete pontos). Pilar, sim, foi o guerreiro de sempre e com um detalhe importante: canalizou sua vontade em eficiência (22 pontos e cinco assistências). Terminou esgotado, o Cavalo. Outro destaque foi Andrezão, com 13 pontos e sete rebotes. Com 12 pontos, sete rebotes e quatro assistências, Ricardo mostrou-se recuperado ao atuar por 36min. Gui, mais uma vez, ficou devendo ofensivamente (seis pontos, apenas 25% em bolas de três e nada de jogo interno).

Do outro lado, entretanto, sobrou perna e eficiência. O reserva Audrei fez impressionantes 23 pontos em 26min em quadra (4/5 em bolas de três, 4/6 no perímetro). Cipolini (20), Robert Day (15), Valtinho (13) e Gruber (10) também pontuaram em dois dígitos. Robby Collum, costumeiramente anulado por Larry, fez apenas quatro pontinhos. Diante do desempenho dos colegas, esse mau aproveitamento não pesou.

Mesmo em noite ruim, Bauru não descuidou do placar. Mas os visitantes administraram a dianteira e deslancharam no final. Uma vitória sem sobressaltos, merecida.

Nos bastidores, o clima é de reconhecimento pela superioridade de Uberlândia e de que será muito difícil forçar o quarto jogo em Bauru. Mas ninguém jogou a toalha.

Aspas
Logo que acabou a partida, apenas Pilar, protagonista bauruense, ficou para entrevistas, enquanto Larry atendia fãs. Os demais foram para o vestiário. “O último jogo exigiu muito da gente. Entramos desgastados, mas poderíamos ter feito algo mais, pressionado… Eles acabaram encaixando um jogo de qualidade. Mas não está acabado. A gente não desistiu, queremos ir para a final. Precisaremos jogar com muito mais intensidade, fazer o impossível em Uberlândia. Já revertemos várias situações, não vamos desistir”, disse o camisa 11.

“O jogador às vezes precisa de uma força extra, que não vem. É normal render abaixo depois de uma conquista, ainda mais cansados. É difícil um time se recompor depois de uma vitória que valeu como um título. Eles vieram descansados e com uma baita qualidade. É difícil jogar contra uma equipe que não erra. Não faltou espírito à equipe. Lutou, mas tem seus limites. O time foi valente hoje. Vamos tentar surpreender lá. Muito difícil, mas vamos tentar. Pela qualidade de Uberlândia. A normalidade é eles ganharem os dois jogos. O time vai se desenvolvendo nessa adversidade”, avaliou o técnico Guerrinha.

Coleman
Não é certo o retorno do pivô DeAndre Coleman para os próximos jogos. Ele está acompanhando a recuperação de sua noiva e ainda não informou ao time se volta a tempo de atuar em Uberlândia. Ela está fora de perigo, mas, num momento delicado como esse, fica difícil exigir do jogador um retorno imediato — ainda mais que ele atuou na última sexta apreensivo, com poucos detalhes sobre o acidente, isto é, já deu grande dose de sacrifício pelos colegas.

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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